O Goblin na chaminé: Uma história real incrível

Aqui está uma história real bastante curiosa sobre uma casa que de um dia para o outro ficou “assombrada” pelo que muitos consideraram um “goblin” que se mudou “de mala e cuia” para a tubulação de uma chaminé do fogão. O caso ocorrido nos anos 30 abalou a Espanha.

Saragoza em 1930

Em 1934, a força policial em Zaragoza, na Espanha, foi chamada por uma família desesperada. Segundo informaram, havia um “hóspede não convidado” que os incomodava há várias semanas e simplesmente se recusava a sair de casa ou deixá-los em paz, e era chato pra caramba.

Quando o policial foi recebido logo na porta do prédio  pela Sra. Palazón, tomou melhor ciência do caso e obviamente, não acreditou no que ouvia. Parecia loucura. “uma chaminé falante”? Não é algo que aparece todo dia. Assim, o investigador não perdeu tempo. Ele começou a questionar “o suspeito” imediatamente. Chegou na cozinha e de certa forma constrangido pelo “papelão”, falou perto da porta do fogão:

Quem é Você? Por que você está fazendo isso? Você quer dinheiro?

Passaram-se alguns segundos em que nada foi ouvido e isso deixou o policial ainda mais envergonhado diante das testemunhas que enchiam a cozinha, mas então, a surpresa se tornou palpável, quando uma voz estranha surgiu de dentro do cano:

-Nãããão!

Todos se entreolharam abismados: A porra do fogão falava sozinho mesmo! Até diante da polícia.

Diante da estupefação e contendo seus instintos, o investigador prosseguiu:  –  Você está procurando emprego?

-Não! – Dessa vez sem esperar, uma negativa curta e direta, quase ríspida e indignada.

Já Irritado e com sua paciência se esgotando, o policial lançou sua última pergunta: –  Então quem é você, o que é que você quer, homem?

A resposta a esta pergunta foi o que realmente tornou este caso tão interessante, intrigando pessoas até hoje, quase 85 anos depois que aconteceu. A voz que saiu da chaminé disse:

-“Nada… Eu não sou um homem.”

As pessoas que enchiam a cozinha estavam intrigadas. Os policiais estavam conversando com uma chaminé. E o pior, ela respondia!

Ali estavam os membros da família Palazón  e também muitos vizinhos.

O bizarro fenômeno foi atribuído a brigas de família, música eclesiástica e barulho de fábricas ao redor da área através de ecos no sistema de esgoto. Mas isso aqui definitivamente não era o caso. A chaminé estava realmente respondendo e também fazendo perguntas.

Era uma chaminé grosseira, mal-educada e insolente que em algum momento se emputecia facilmente e ameaçava “matar a todos na casa”.

O nascimento do fenômeno

O curioso fenômeno da chaminé falante surgiu do nada. Literalmente. Era em setembro, quando um membro da família Palazón ouviu pela primeira vez estranhas gargalhadas masculinas surgiram de trás das paredes da cozinha de sua casa de dois andares, na rua Gascón Gotor.

No início, eles supuseram que os vizinhos estavam fazendo uma zoeira. Depois de um tempo, as risadas viraram gemidos, gritos, sussurros e vários tipos de ruídos não identificados, que apareciam junto com as risadas que surgiam do nada, e ficavam mais altos quando a família abria seu fogão. No inicio, eram só ruídos e risadas, como se o que quer que fosse que estivesse fazendo aquilo estivesse “ensaiando”.

A “voz” surge

Foi na noite de 27 de setembro, quando a empregada, Pascuala Alcocer, estava na cozinha, terminando de lavar a louça que se ouviu uma voz  masculina esquisita chamando seu nome, seguida por uma prolongada gargalhada sinistra.

O fogão

O coração da pobre empregada quase parou. Trêmula e assustada até a morte, ela gritou e chamou os moradores para contar o que aconteceu.

Nos dois dias seguintes, a voz apareceria aleatoriamente, às vezes em momentos inconvenientes, como às 5 da manhã, muitas vezes chamando a empregada como se tivesse alguma estranha fixação nela.

Ocasionalmente, a voz apenas provocava as pessoas quando elas se aproximavam da cozinha. Era como se fosse uma entidade que tudo via, plenamente consciente do que acontecia em todos os cômodos da casa, pois algumas vezes a voz se referiu a coisas que aconteceram fora da cozinha.

A família assustada

Os Palazón tinham quase certeza de que só poderia se tratar de um duende invisível , um tipo de goblin, um ser sobrenatural que estava, por algum motivo, vivendo dentro de seu fogão e falando através da chaminé.

Eles contaram aos vizinhos e pediram ajuda. Claro que os vizinhos não acreditaram a princípio, mas todos mudavam de opinião quando chegavam na cozinha e eram saudadas por uma chaminé que chamava cada um pelo nome!

Sem opções do que fazer a seguir, a família em completo estado de confusão, recorreu à polícia. A notícia sobre um duende invisível que vivia na rua Gascón se espalhou pelo bairro, de modo que a polícia chegou para verificar as afirmações bizarras.

investigação na cozinha

Era meados de novembro, quando ocorreu a primeira conversa formal entre a força policial e o que quer que estivesse habitando a chaminé. Para sua surpresa, cada oficial foi saudado pelo nome pela voz estranha quando eles entraram na cozinha.

Desconcertados, mas acreditando que ali estava uma farsa elaborada, a polícia fez com que os Palazón fossem transferidos para outra residência distante enquanto o imóvel era completamente investigado.

Quando os vizinhos começaram a espalhar a história e o  mistério do caso ganhou atenção da mídia, colocando a polícia numa posição desconfortável de passar vergonha por não elucidar. Assim, todos os maiores esforços foram dedicados a descobrir o mistério e limpar o nome da instituição policial.

O caso do duende na chaminé tornou-se uma sensação nacional. Diariamente centenas de pessoas se aglomeravam na rua de todos os cantos da cidade para ver, ou talvez conseguir uma chance de conversar com o fogão mal assombrado.

Até o London Times começou a cobrir a história e uma estação de rádio de Barcelona se empenhou em instalar um microfone para uma transmissão de rádio ao vivo, num caso único da história: Uma entrevista ao vivo com o misterioso morador da chaminé.

Uma jovem, possivelmente Pascuala Alcocer, posa com a chaminé de onde a voz surgiu

O fenômeno colocou a cidadezinha desconhecida no mapa. Em seu primeiro artigo, intitulado “A Polite Spanish Ghost”, lançado em 24 de novembro de 1934, eles relataram que inicialmente uma equipe de arquitetos e trabalhadores da construção civil foi enviada para inspecionar todo o prédio, mas não encontraram ninguém em lugar algum.

A planta do apartamento

Segundo relatos, quando o arquiteto sugeriu que seus homens medissem a abertura da chaminé, a voz simplesmente disse: “você não precisa se dar ao trabalho, o diâmetro aqui é de 6 polegadas”.  Ele estava certo.

No segundo momento da investigação, após uma criteriosa varredura, a polícia evacuou o prédio, as casas ao lado e trouxe o exército para cortar toda a eletricidade e as telecomunicações da vizinhança.

Uma patrulha policial do exército foi então designada para vigiar o perímetro dia e noite e não deixar ninguém ou qualquer coisa escapar.

A investigação prosseguiu sem encontrar explicação

Arturo Grijalba era apenas um garoto quando a entidade falou com ele. Ele era o filho do proprietário do prédio e a única testemunha remanescente viva dessa história. Enquanto a investigação estava acontecendo, ele entrou na cozinha para dar uma olhada nessa voz infame. Ele observou que não havia moradores no prédio. Somente policiais estavam ao lado do fogão e ao redor do prédio, guardando o perímetro.

Quando Arturo se virou para o pai e disse: “Vamos pai, essa coisa é loucura”.
Inesperadamente,  voz então respondeu:
“Não é uma louca pequenino…” em uma resposta gutural. Todo mundo ouviu, inclusive os policiais e ficaram com medo.

Estranhamente, tão súbito quanto surgiu, o fenômeno estancou. A voz parou de falar.  Mas mesmo investigando a chaminé por dentro exaustivamente, nada foi encontrado.  Depois de dois dias de silêncio do goblin, o magistrado local, que estava ansioso para restaurar a lógica e a ordem na cidade, considerou o caso simplesmente uma anomalia e a polícia se retirou. No entanto, as coisas estavam longe de terminar.

Sacerdotes foram chamados para borrifar a chaminé com água benta e os Palazóns foram trazidos de volta sob a suposição de que “quem quer que estivesse fazendo eles de idiotas tinha ido embora”, com todo o exército e a polícia ao redor.

Mas foi só botarem os pés na casa que a voz berrou lá da cozinha:

– “Covardes, covardes, covardes, eu estou aqui!”

A voz parecia bastante raivosa agora.

Diziam que quando alguém apagava a luz da sala como teste, a entidade gritava: “Luz! Luz! Eu não posso ver! ”

“Vou matar todo mundo lá dentro!” – disse a voz, e a família rapidamente deixou o apartamento mais uma vez. Só que desta vez, eles deixaram para sempre.

O governador de Saragoça, ao saber que a voz tinha retornado, ordenou ao chefe de polícia que levasse toda a família para um interrogatório e avaliação psiquiátrica. Até membros da Scotland Yard estavam planejando viagens para o apartamento para tentar resolver o caso. No dia 30 de novembro, o governador de Saragoça já tinha tido o suficiente e pediu o fim de toda a bobagem gobinóide, pedindo ao povo que se estabelecesse e ajudasse a descobrir quem era o brincalhão.

Em 4 de dezembro, o governador divulgou uma declaração de que a empregada da família, Pascuala Alcocer, era a culpada.

A fundamentação dessa declaração se baseava no fato da voz vir da cozinha, logo área de empregados.  Além disso, eles sugeriram que a empregada sofresse de um fenômeno altamente incomum e bizarro chamado de “ventriloquismo inconsciente”, onde ela conseguiria projetar sua voz em objetos inconscientemente.

Claro que essa ideia parece ainda mais fantástica que o duende na tubulação.  Além disso, seria estranho imaginar como a empregada realizaria a façanha se ela não estava nem perto do imóvel durante a maior parte do tempo. Fora o fato de que todas as testemunhas afirmavam que a voz era masculina e  após os seus primeiros encontros e as pessoas jurassem que ouviam a voz quando ela não estava por perto, a culpa foi colocada no elo mais fraco: Pascuala Alcocer.

Sem respostas reais para os estranhos eventos, os juízes, policiais e psiquiatras presumiram que Pascuala estava usando ventriloquismo para criar essa farsa. Eles estavam em extrema pressão para encontrar uma solução para essa histeria, que culpar a garota era a melhor maneira de pensar em acalmar a situação. Sua teoria do ventriloquismo não sobreviveu.

Pascuala a empregada

A família deu no pé quando a voz ameaçou matar a todos e esse foi o fim do tenebroso som que vinha da chaminé.  A voz foi ouvida pela última vez naquele dia,  4 de dezembro.

O bloco de apartamentos foi demolido 40 anos depois, e o novo prédio no local recebeu o nome de “Edifício Duende” e “Edifício Goblin” como homenagem ao fenômeno até hoje não explicado.

 

A coisa toda foi uma farsa? Ninguém sabe ao certo. Ninguém nunca assumiu a responsabilidade. Não ficou claramente demonstrado como alguém poderia lidar com um embuste tão elaborado durante tanto tempo, e provavelmente não houve outro caso de ventriloquismo inconsciente.

Uma morte na investigação?

Dizem que houve também investigações paranormais no local, levando em conta a ascensão do espiritismo naquela época e que eles registraram psicofonias do prédio que nunca viram a luz e de que nunca falavam por causa de quão assustadoras eram.
Jornais publicam informações continuamente do caso (o Times) e, especificamente, houve uma história que passou despercebido relacionados com o caso: Assunção Jimenez foi um espiritualista reconhecida que foi para Saragoça para investigar a forma como um caso de poltergeist. Ela preparou uma sessão para tentar contatar a entidade junto com outras pessoas na Calle San Agustín número 11.

O grupo que acompanhou a mulher, sentou-se em um círculo em uma mesa, enquanto Assunção esperou a entidade entrar em contato com ela e segundo dizem as lendas sobre o caso, ela abriu os olhos e uma voz gutural e aterrorizante saiu de sua garganta por segundos. Depois ela caiu.
Os demais participantes da sessão ligaram para os serviços de saúde, mas quando o socorro chegou ela havia morrido. Assunção morreu misteriosamente, mas o assunto foi abafado pela imprensa.
Formalmente é dito que o duende fez sua última comunicação em Dezembro de 1934, quando Pascuala não estava trabalhando na casa. Mas anos mais tarde, Arturito foi questionado sobre este tema e ele disse que para ele não era nada de ventríloquos, que era algo que não era físico e que o goblin continuou falando pela chaminé até 1935 mas confirmou que devido ao medo, sua família acabou deixando a casa.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. ACEDITO QUE SEJA UM ESPIRITO ASSOMBRANDO ESSA FAMILIA, JA QUE O ESPIRITO SABIA O NOME DE CADA UM DOS VIZINHOS , E TAMBEM OS NOMES DOS POLICIAIS ENVOLVIDO NA INVESTIGAÇAO, MAS COMO ELE SABIA O NOME DE TODAS AS PESSOAS, SO PODE SER ESPIRITO NÉ , CERTEZA DISSO

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