O curioso fenômeno Hipster: Ficando igual sendo diferente

Antes de começar este post, quero te fazer um convite. Vamos ver alguns hipsters. Mas primeiro, acho oportuno colocar uma definição de Hipster, já que para muita gente essa palavra parece um tanto quanto hermética.
De acordo com a Wikipedia,

Hipster é um termo frequentemente usado para se referir a um grupo de pessoas pertencentes a um contexto social subcultural da classe média urbana. A cultura hipster faz parte da variedade de subculturas que coexiste com a cultura mainstream.

A cultura hipster é marcada pela música independente, saudosismo recorrente, uma variada sensibilidade para a tendência non-mainstream (não comum, não recorrente) e estilos de vida alternativos. Os interesses referentes à mídia por esse grupo incluem filmes independentes, revistas e websites notadamente relacionados à música alternativa.

A cultura hipster tem sido descrita como um “mutante caldeirão transatlântico de estilos, gostos e comportamentos”. Christian Lorentzen, do New York Times, argumenta que “O hipsterismo fetichiza a autenticidade”,elementos de “movimentos marginais da era beat pós-guerra (beat generation), o hippie e até o grunge”, inspira-se em “depósitos culturais de cada toda densidade étnica” e “regurgita tudo com uma peculiar e intrínseca inautenticidade.” Outros, como Arsel e Thompson, referem-se aos hipsters como o termo significante para uma mitologia cultural, a cristalização de um estereótipo massificado e mediado para entender, categorizar e “marketizar” o consumidor da cultura indie, mais que efetivamente um grupo de pessoas. Apesar de parecer novidade, esta é uma tendência cujo nome “hipster”se iniciou nos anos 40. O termo “hipster” foi cunhado durante a era do jazz, quando “hip” surgiu como um adjetivo para descrever os fãs da tendência na época. Embora as origens exatas do adjetivo sejam objeto de disputa: alguns dizem que ele seria um derivado de “hop”, uma gíria para ópio, enquanto outros acreditam que seja oriundo da palavra africana ocidental “hipi”, significando “abrir os olhos”. No entanto, “hip” eventualmente adquiriu o sufixo inglês “ster” (como em “spinster” ou gângster), e “hipster” foi apropriado pela língua inglesa.
[…]
Um artigo de revista Time de 2009 descreve hipsters da seguinte forma: “pegue o suéter de sua avó e os óculos Wayfares de Bob Dylan, e shorts jeans, tênis All Star Converse e uma lata de Pabst e pronto – Hipster.” fonte

Parece que é impossível andar pela rua das grandes metrópoles mundiais, sem encontrar alguém usando um barbão, cabelo old style e um par de óculos escuros grandões que ficam meio estranhos naquele cara.

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Esta sub-cultura parece ter surgido com os  jovens urbanos da moda, que muita gente insiste em dizer que são “os descolados” – Palavra que me dá vontade de dar um murro em quem a profere, algo que eu nunca descobri porquê… Seja como for, os “descolados” agora fazem de tudo para se vestir de forma diferente e se destacar da multidão. Chega a parecer que eles lêem revistas de moda, somente para nadar contra a correnteza: -Tá na moda xadrez? Vou de listrado então!

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Todo mundo vai ao cinema na sexta à noite? Então eles ficam em casa e bebem tequila enquanto jogam xadrez ou recitam poesias obscuras do século XVIII.

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Há até os que deixam o bigodinho do Hitler, o que é realmente um “diferencial”, né?

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Mas uma pergunta é: Como os hipsters conseguiram uma proeminência tão rápido? Isso certamente deve atormentar o universo das pessoas ligadas em moda, coisa que tenho que assumir que não sou, e esse post só está aqui porque:

  1. A palavra Hipster tem boa procura
  2. A pesquisa sobre hipster é divertida de fazer
  3. Quero entender o que leva um pleissom a fazer um bigodinho de Hitler ou sair na rua vestindo-se assim:

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A cultura hipster é uma subcultura contemporânea, disso não parece haver dúvidas. Sei que a sociedade moderna recebe uma infinitude de influências de subculturas diversas, tornando um passeio pelas ruas de Nova Yoork quase que um desfile pós moderno de escola de samba.

[wp_ad_camp_5] Não sou eu quem vai dizer que se vestir estranhamente é errado. Até porque, quando minha esposa me conheceu, eu andava de sobretudo preto, chapéu, o colete que foi do casamento do meu avô (sério mesmo!) uma bengala que virava espada e ainda usava dois relógios, um em cada braço e nenhum dos dois marcava hora. Eles tinham um demoniozinho cada um lá dentro. Meus óculos eram morcegões colado com durepoxi e eu passaria horas conversando sobre as orgias do Aleister Crowley e como matar um pintinho com a força do pensamento, com quem tivesse interesse no assunto – o que, obviamente, não era ninguém, de modo que eu muitas vezes falava sozinho.

E não sei por que, as pessoas me achavam esquisito. Não entendo a cabeça das pessoas, francamente…

 

De volta aos Hipsters e seu jeito estranho de ser, embora o termo tenha origem, como já falei, nos anos 40, foi na década de 90, a  2010 o ponto em que o “hipster way of life” foi mais identificável. Tudo leva a crer que essa cultura seja o culminar de migração, o liberalismo, a rebelião e um jeito  indie de viver.

Não entendo (pelo menos eu) que Hipster sejam somente pessoas se vestindo de um jeito estranho, porque fazem parte de uma contracultura. Ora, tem caras de se saem bem usando roupas retrô. Eu me vestiria assim numa boa:

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Ou assim:

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Muito embora minha barba grande me deixe com cara de Osama Bin Laden, já que resolveu nascer um tufo estranho de barba branca no meu queixo.

Mas temos que convir que no arfã de ser o hipster mais hipster do quarteirão, alguns caras cometem coisas assim:

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Ou pior:

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Creio que quem lucra mais com isso são os donos de brechós e designers, que vem suprindo esses guarda-roupas escalafobéticos com peças retrô já prevendo combinações estapafúrdias e carnavalescas.

Hipsters e a Matmática: Ficando iguais sendo diferentes

Se todo mundo quer parecer diferente de todo mundo, há um momento em que todo mundo será igual. Parece estranho, eu sei, mas há pelo menos um modelo matemático que prova que isso é verdade.

“O efeito hipster é este fenômeno coletivo emergente de ficar parecido tentando ficar diferente”, diz Jonathan Touboul, neurocientista e matemático no Collège de France, em Paris, e autor do estudo.

De acordo com o modelo, as semelhanças na forma usada pelos hipsters é uma conseqüência de dois fatores: o primeiro é que eles buscam sempre se vestir de forma diferente do que outros hipsters.

O segundo fator é o tempo de reação de um hipster. Em outras palavras: é preciso um pouco de tempo antes de perceber que ter um  barbão, usar suspensórios e beber café caro se tornou uma tendência, e a partir dessa constatação, decidir fazer justamente o oposto e correr para fazer a barba.

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Não estamos gostando do rumo desse post!

 

Por causa da demora na reação às tendências, na  fórmula que Touboul usa, um equilíbrio é alcançado em um determinado ponto no tempo em que todos os hipsters estarão a  fazer a mesma coisa, se parecendo tanto, que em algum ponto ocorrerá uma saturação que funciona como uma “chave inversora”. O que faz com que todos eles gradualmente,  mudem para o oposto.

 

O diagrama abaixo ajuda a entender o mistério desse comportamento, puramente matemático.

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Olhando de cara isso parece um pouco complicado, mas esqueça as fórmulas. Vamos ver as figuras! Na figura sob a letra C. Vamos pensar nela como o retrato de um período de tempo, onde  alguns Hipsters começam a usar, sei lá… Gravatas borboleta.

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Como você pode ver, no quadro C, a imagem parece um ruído de Tv fora do ar. Essa imagem mostra um oposto de duas tenências: Os que usam gravata borboleta e os que não usam. Isso é combinado num quadro, gerando um resultado misturado, onde cada cara sem gravata borboleta é um ponto branco e cada um com gravata borboleta é um ponto preto. Assim, o quadro C é um retrato de uma mistura aleatória.

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O problema é que o mundo das pessoas é um mundo em permanente mutação e o hipster que viu seu amigo usando uma gravata borboleta, achou aquilo bacana, descobriu o brechó novo do fim da rua e comprou algumas pra ele e deu outras de presente a outros amigos hipsters.

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Esses, por sua vez, foram fotografados por uma revista de moda, e saíram em varias revistas, que foram replicadas em sites. Assim, há uma súbita “explosão nas aquisições de gravatas borboleta”.

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Na figura D, há um atraso, e você pode ver brotando uma  atitude anti-conformista que leva a um equilíbrio em que a maioria dos hipsters possui e usa uma gravata borboleta durante um determinado período de tempo, enquanto a maioria dos outros hipsters não aderiu à gravata borboleta, exatamente porque eles querem ser diferentes.

O atraso faz com que seja possível formar um pico no lote dos hipsters que consideram gravata borboleta “uma modinha”  e se opõe a essa “modinha”, sem sequer imaginar que se opor a “modinha” é estar dentro de uma outra “modinha”.

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Como você pode ver, um ponto de inflexão surge no momento em que os hipsters se dão conta de : Droga! Tá todo mundo usando a porra da gravata borboleta!

 

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De repente as pessoas se dão conta de que está todo mundo usando gravata borboleta, mas ainda  leva um tempo para os Hipsters abandonem a tendência poque ela virou “modinha”. Então, eles mudam para outra coisa, num processo cíclico que se estenderá ao infinito. (pelo menos na Matemática)

 

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Assim, os Hipsters abandonam a gravata borboleta, trocam por gravatas normais e começam a comprar bicicletas retro. E logo, muitos hipsters estarão andando pelas ruas em bicicletas retrô…

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É bom lembrar que isso é a moda, pura e simples. Não estou dizendo que os Hipsters ou qualquer tipo de subcultura urbana seja escrota ou condenável. Algumas tendem a ficar datadas, como o Grunge, ou gradualmente, vão se mesclando, uma vez que é inegável o DNA grunge no Hipster de hoje.

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. Texto delicia.

    Novamente, a última frase resumiu o post: É moda…

    Adorei o trecho abaixo:

    “uma modinha” e se opõe a essa “modinha”, sem sequer imaginar que se opor a “modinha” é estar dentro de uma outra “modinha”.”

    É um resumo das modas de ontem, hoje e, quem sabe, sempre.

    Sobre os hipster, eu gostaria de vê-los em uma cidade quente, como recife ou fortaleza. Só pra ver mesmo, pois sei que tem doido pra tudo.

  2. Falta de levar umas cintadas quando menor. Isso sim.

    Fiquei interessado em como foi a aproximação da sua esposa quando se conheceram com você todo estiloso e com papo de maluco. .. como isso deu certo?

    • Na verdade havia um empecilho gigantesco para nós dois ficarmos juntos. Na primeira vez que nos vimos ela sequer conversou comigo. Estava de cara amarrada, numa choperia, bebendo água e secando batatas fritas uma a uma em um bolo de guardanapos. (só depois eu soube que ela tinha acabado um noivado de 5 anos dias antes) Ela e suas amigas só sentaram na minha mesa porque ali era o único lugar da chopperia lotada que estava vago. Quando eu e meu irm~´ao fomos ao banheiro, eu disse a ele que iria tentar ficar com ela:
      -Impossível! – Ele me garantiu, dada a expressão de completo ódio do mundo da Nivea.
      Apostei com ele que conseguiria ficar com ela. Dei mole, se eu tivesse apostado que ia CASAR eu teria me dado bem, hahaha.
      Na primeira noite trocamos umas três frases apenas. Eu sabia que ia demorar a conquistar a Nivea. E demorou alguns dias, mesmo. Então, o destino deu uma mãozinha, um belo dia nos encontramos na rua por acaso. Ela estava precisando de ajuda para digitar o currículo dela. Eu -óbvio- me ofereci. Era uma bela chance de pegar o tel dela. Fui pra casa e mostrou pro meu pai:
      -“Pai, olha só, as meninas estão mandando currículo pra namorar comigo”. – Eu disse.
      Meu pai olhou o curriculo dela e disse: -“Uau, filho! Uma universitária! Tá com moral, hein?”
      Ficamos amigos e só então, começamos a namorar, quase um mês depois que nos conhecemos. Ela começou a gostar de mim somente depois que achou meu caderno (que era a gênese do Mundo Gump) e leu minhas poesias.
      Ninguém acreditava que a gente ia dar certo, pq somos completamente diferentes.

  3. A necessidade de nos sentirmos únicos é aquilo que nos torna tão iguais.

    Philipe, Leio o blog todos os Domingos e estou sempre de olho nos novos posts. Seria legal um post sobre os padrões de beleza em diferentes países.
    Abraços!

  4. Sou uma hispter com orgulho. Uso roupas que comprei em 1988, como uma blisa roxa de manga morcego e mesclo com shorts de oncinhas e botinhas cano curto. Gosto muito se chapéus e de vez em quando sou chegada em uma gravatinha e saias kilts escocesas. Mas o gfato é que sou uma costureira amadora (difernte da minha avó que era costureira pro profissão, e minha bisa e até mesmo minha tararavó… o fao é que quem usa estilos alternativos sempre chama atenção até mesmo quando não quer. Mas enfim, a felicidade da liberdade de expressão sempre vale a pena o onus que vem.

  5. – opiniao compartilhada por amigas tambem: nenhum homem fica mais bonito de barba do que sem (exceto barba de dois ou tres dias para alguns)

    – tudo o que é moda tende ao seguinte paradoxo: começa como um diferencial, e termina em razao de seu proprio sucesso; ou seja, porque se alcançou um determinado contingente de homogeneizacao.

    – as pessoas mais autenticas, por se sentirem muito diferentes, muitas vezes evitam se diferenciarem externamente. Ou seja, quem procura ser diferente no exterior é porque nao se sente suficientemente diferenciado internamente.

  6. Moda é rotatória, hoje, na cabeça desses hipsters, anos 80 é o que há. Maioria me pareceu pertencente à alguma banda tipo Duran Duran, Culture Club,…

    Assim, como vieram emos, os “coloridos”, funkeiros ostentação, hipsters, o próximo, será vestimenta dos anos 90. Coturno, bermudão de skatista e camisa xadrez. Vão vendo.

  7. O mesmo fenômeno acontece na cena Heavy Metal, onde todo mundo se veste de preto e se enche de jeans e couro (Denim And Leather, como já dizia o Saxon) pra ser “fora da moda” e sem perceber fazem a moda do Heavy Metal.

    auhHuauAHHUaAhuAAHuahaua

    Depois que passamos dos 20 percebemos que não faz sentido algum, mas aí o estilo já está entranhado em nós e é difícil viver sem.

    Philipe, como tu aposentou o visual sombrio? Foi gradual ou de soco?

    Eu hoje pego mais leve, mais ainda uso jeans, coturno, camisetas sem estampa, preferencialmente pretas/cinzas/brancas. Incorporei o branco por causa da veia Rockabilly. Hehehehehehehe.

  8. Eu gosto da minha gravata borboleta. E agora, sou hipster? Sei lá, não me sinto. Mesmo pq meu público-alvo foi atingido: minha mulher e eu mesmo. Continuarei usando =)

  9. Philip
    Esse texto:
    “… eu andava de sobretudo preto, chapéu, o colete que foi do casamento do meu avô (sério mesmo!) uma bengala que virava espada e ainda usava dois relógios, um em cada braço e nenhum dos dois marcava hora. Eles tinham um demoniozinho cada um lá dentro. Meus óculos eram morcegões colado com durepoxi ….”

    Põe uma foto ai das antiga heuheue! nós teus fãs merecemos dar umas risadinhas hehe! abraços!

  10. Putz, eu sempre fui do contra com relação a moda, sempre crítico pra cacete com o gosto dos outros, principalmente com relação a música… Eu já sabia o que odiar bem antes de ter desenvolvido um gosto próprio. Essa última fornada de flamingos aí me fez repensar bastante minhas atitudes. Acho que eles, mais do que qualquer tribo, são os que acabaram ficando mais parecidos uns com os outros. Em parte é a intercapilaridade deles com o mundo do dzáin que me faz mudar de assunto cada vez que tenho que explicar o que faço da vida. Em ambos muitas vezes o meio é posto em uma prioridade muito acima da mensagem.
    Até que algumas meninas ficam uma gracinha no estilo. Já os caras parecem estar tentando provar o papel fundamental que o Bullying tem na sociedade.

  11. Sobre hipsters eu gosto sempre de lembrar da frase de um dos episódios do House em que, em uma de suas entrevistas para preencher uma posição em sua equipe, rejeita um jovem médico (Dr. Spain) que tem um porte “descolado” ( :) ) .

    Dr. Spain: Wow. I thought you’d be the last person to have a problem with nonconformity.
    House: Nonconformity, right. I can’t remember the last time I saw a twenty-something kid with a tattoo of an Asian letter on his wrist. You are one wicked free thinker. You want to be a rebel? Stop being cool. Wear a pocket protector like he does (pointing Wilson) and get a haircut. Like the Asian kids who don’t leave the library for 20 hours stretches, they’re the ones who don’t care what you think. Sayonara.

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