Novo material promete converter calor em energia elétrica

Um dos grandes problemas dos motores à combustão é seu desperdício energético. Desde sua invenção, os motores vem sendo aperfeiçoados para desperdiçar o mínimo de energia, mas isso ainda é um desperdício incomensurável.

Grande parte do que se gera de energia produzida no mundo se esvai na forma de calor (energia dissipada).  Até quando você freia seu carro, está convertendo energia cinética em energia térmica, ou seja, uma energia que não vai servir para nada além de aquecer a atmosfera. Imagine isso em TODOS OS MOTORES DO MUNDO, incluindo os dos carros, barcos, trens e etc. Somos bons em fazer calor. Quando usamos um ferro de passar roupa ou assamos uma pizza, estamos produzindo energia térmica, que vai embora assim que desligamos o forno ou o ferro.

Mas aí eu te pergunto: E se alguém conseguisse aproveitar esta energia térmica tornando-a eletricidade novamente?

Seria quase que uma revolução, certo?

Pois é isso que aconteceu. Saca só:

A nova técnica foi desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Northwestern (Evanston, Estados Unidos). Eles afirmam que conseguem transformar entre 15% e 20% do calor residual, que é desperdiçado nos centros urbanos, em eletricidade útil.
O material termoelétrico desenvolvido pela equipe foi apresentado como o mais eficiente do mundo para aproveitar o calor em novas fontes de energia. Os detalhes foram publicados em um artigo da revista britânica Nature, na última quarta-feira (19).

A tecnologia faz uso de nanoestruturas e tem como base o telúrio de chumbo, um semicondutor utilizado pela primeira vez para fornecer energia renovável, termoelétrica, para as missões lunares Apolo.

Diversos especialistas ajudaram na fabricação deste novo material, que pode ser aplicado em diversas áreas, entre elas as indústrias automotivas, as refinarias, usinas de carvão ou de gás.

“O nosso sistema é o melhor desempenho do sistema termelétrico, em qualquer temperatura”, afirma Mercouri Kanatzidis, o cientista que liderou a pesquisa, no site da Universidade de Northwestern. “O material pode converter calor em eletricidade na maior eficiência possível. A este nível, há perspectivas realistas de recuperação de calor de alta temperatura para transformá-lo em energia útil”, completou.

O pesquisador Vinayak Dravid que também participou da elaboração da nova técnica acredita que este foi um importante contribuição para o desenvolvimento de novas alternativas. “As pessoas muitas vezes perguntam: qual é a solução de energia? Mas não há uma solução única. Essa não é a resposta para todos os nossos problemas de energia, mas é uma parte importante da equação”.

Ainda é cedo para imaginar em quantos lugares sensacionais poderemos ligar estas coisas e produzir energia. Imagina só, com este monte de deserto no mundo, regiões assoladas pela seca… Já posso antever grandes monolitos negros surgindo na paisagem para acumular calor e gerar energia. Ou ao redor dos autofornos… Não duvido que unindo esta tecnologia com a das usinas solares, será possível um grande avanço e barateamento da energia solar. Evidentemente, é uma descoberta importante, mas ainda é muito preliminar, talvez com mais estudos e pesquisas seja possível descobrir arranjos de otimização de modo que o material converta mais energia.

Esses caras deviam ganhar o Nobel.

Pra fechar o post, uma curiosidade. As plantas são os seres vivos que menos perdem energia sob a forma de calor: sua dispersão é de apenas 5% em média, enquanto o corpo humano perde cerca de 30%.
fonte

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Cara, isso seria ótimo. Tudo que temos ao nosso redor desperdiça energia na forma de calor. Até mesmo um condicionador de ar, uma geladeira, nossa, tudo. Se pudermos transformar 15% disso em energia elétrica, seria fantástico.

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