Nada

Agora no silêncio do palácio
Eu lembro da queda-de-braço
Sentindo a dor do cansaço
E ouvindo o buzinaço
Comemorando o fracasso
Do meu ganha-pão;
Era o poder que você queria
Eu burra não sabia
Quis evitar aporrinhação.
Você que faltou com respeito
Esfaqueou o meu peito
Sem nenhuma compaixão;
Se eu não estivesse dopada
Talvez desesperada,
Sem pensar em mais nada,
Repetiria minha eterna acusação,
Mas agora esse tempo é perdido
O golpe não faz mais sentido
De que adianta ser bandido
Na trocação?
Ja prevejo o desfecho
Dessa tua rasteira
Pega tua bandeira
E as desculpas protocola
Com sua cara de pau costumeira
Pra assumir meu legado
A terra arrasada, o povo desgraçado
já sem pão e nem brioche.
Vai treinando seu deboche
Pra explicar a criança sem escola
Todos pendurados num bolsa-esmola
Cantando a mesma canção,
O homem a mulher e o gay
Esperando o milagre que prometi e não entreguei.
Esfarrape suas desculpas mas não espere letargia
Dos que te apoiam hoje com enorme alegria
Esbanjam energia num discurso de coalizão
Esse seu governo de unidade
è onde vão te esfaquear na primera oportunidade
Passe para a história como o estepe furado
Sem eira nem beira
A derradeira solução que não resolveu
E deixou o Brasil na mão;
E nem vou faloar da disparada da inflação;
Espera que se o povo se irrita
Só te restará  sua esposa bonita
Pra dar jeito na confusão.
Porque o problema agora é teu de direito
Se iluda num governo perfeito
Pra tirar proveito
Da minha danação;
Com todo respeito
eu suspeito
Que já que está quase eleito
Esteja satisfeito;
Saio por força dos imbecis
Fraca, sôfrega, infeliz
Apeada do poder
Não tenho mais nada a temer
Não tenho mais nada
A temer
Mais nada
Nada, Temer.

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

Artigos similares

Comentários

  1. Booooa !!!

    É a história de um fracasso,
    que começa com a mulher e termina com o satanista devasso,
    de um povo que votou errado,
    porque foi iludido e escolheu um lado.

    Mas a ideologia escolhida naufragou,
    e a nau da esmola distribuída afundou,
    porque a mulher mais do que podia gastou,
    e a conta de novo ao povo sobrou.

    O que é um crime que foi praticado,
    é o que revela que golpe não foi dado,
    e agora o chefe será trocado,
    desta vez por um todo empolado.

    Que foi eleito como segunda opção,
    mas agora tem o povo na mão.
    e a mulher pedala firme, quiça para fora do Brasil,
    e o chefe que aqui ficou, prepara tramoias a mil.

  2. Depois de tanta vergonha alheia
    Daquela gente falando em nome da nação
    Gente que deveria
    Em sua grande maioria
    Estar na cadeia
    Foi forte a frustração
    Não pelo resultado da votação
    Mas pela certeza desesperada
    Que nessa terra abandonada
    Regida pela conveniência
    Onde é cada vez mais difícil a sobrevivência
    Não virá tão cedo a mudança necessária
    Pois, com uma população tão otária,
    Tão facilmente manipulável
    Sempre se elegerá o mais fanfarrão
    Com algum discurso de salvação
    Que fará nossa vida mais miserável
    Dizendo que isso é inevitável
    Para o bem da nação (danação?)

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Advertisment

Últimos artigos