terça-feira, fevereiro 11, 2025

Meu primeiro emprego

Resolvi contar como foi meu primeiro emprego e como fui parar nele graças a um carro.

Uma coisa que me incomoda nesse blog é que se eu passar muito tempo sem falar da minha vid, me dá agonia.
Esse espaço, é um blog. Não se engane!

Se ele começa a parecer um site como o megacurioso ou similares sem personalidade, eu fico agoniado.

Eu gosto que o leitor saiba que atrás da tela, tem um cara igual ele.

Então, de vez em quando, eu conto como operei meu cu, como caguei nas calças, como fugi de um maníaco, como roubei um defunto, como eu passo mal com queijo ralado e etc.

Eu não sei como e nem porque, mas essa noite sonhei com o meu primeiro emprego e decidi (também sem qualquer razão) contar aqui.

Meu primeiro emprego

A gênese do negócio se deu quando eu tinha dezesseis pra dezessete anos mais ou menos. Era um domingo e eu estava na varanda lendo o jornal.
Sempre gostei de ler jornal. Desde pequeno. Então, eu estava lendo os classificados, o que era uma outra tara meio sem explicação.

Eu ficava lá lendo os anúncios de emprego, de venda de imóveis, de carros. Eu apenas ia lendo e imaginando as coisas.
Não me lembro exatamente como que foi, mas em algum momento meu pai me viu ali lendo a parada e perguntou se eu queria um carro. Eu (como qualquer indivíduo prestes a completar dezessete anos que se preze) imediatamente disse que sim.
Então ele disse: Acha um maneiro aí!
Eu acho que ele falou de zoeira, mas na dúvida, eu mergulhei fundo e achei um carro que seria sensacional, e nem era muito caro:

439535486153994 | Aventuras | Aventuras, Textos
MP Laffer

Um MP Laffer vermelho! Ele olhou e falou! Jóia! Vai ser seu!
Era sério! Eu nem acreditei, pq meu pai ia receber uma grana que tinha emprestado e ia me ajudar a comprar meu carro. Eu planejava devolver a grana do carro em generosas parcelas a perder de vista sem juros, embora conhecendo os meus pais, eu sabia que eles nem iam aceitar. Bem, ele ligou para a loja e tratamos tudo. Mas aí…

A decepção

Ao chegar na loja para pegar o carro, o vendedor tinha vendido. Contou uma historinha sobre um colecionador que passou em frente a loja, viu e voltou com o dinheiro na mão. Ele não podia se recusar a vender diante de um bolo de dinheiro na mesa…
Cara, meu pai ficou muito puto. Ele chamou o cara de moleque na cara. Acho que poucas vezes vi meu pai tão puto.
— Deixa pra lá. A gente acha outro. — Minha mãe dizia.
Eu nem carteira de motorista tinha mesmo…
No dia seguinte encontramos um Karmann Guia conversível vermelho no jornal ainda mais barato que o Mp Laffer!
E aí eu senti no coração: “Porra, agora vai!”

Karmann GUia conversível
Nada mal hein?

Assim, ligamos para o cara, era um particular que morava lá no caixaprego, lá onde Judas perdeu as meias, pq as botas, ainda era perto. O cara morava numa quebrada que se você entrar, precisa de GPS para sair. O tipo de lugar que hoje você entra e só sai no saco preto. Mas fomos lá.
Chegamos e vimos o carro na garagem. O cara estava restaurando mas a mulher dele tinha engravidado e ele ia precisar redirecionar a grana. Sabe como é. Prioridades.
Compramos o carro, que não estava andando, precisava dar um carinho no motor antes.
Acertamos tudo e no dia seguinte um guincho foi lá buscar meu bólido vermelho Ferrari conversível.
Bem, o carro mal chegou já se internou numa oficina onde ficou um tempão. De cara, a má notícia: Precisava praticamente refazer todo o motor. 
Não ia ficar barato. Mas porra, eu poderia dizer que tinha um carro, embora estivesse na oficina. Absolutamente ninguém da minha idade tinha carro.

Tudo bem, eu tava no lucro.  Embora de cara já precisasse arrumar uma grana.

Minha meta era arrumar o carro para ir pro colégio de carro.
Sim, eu ainda estava no colégio, estava no primeiro ano do segundo grau, (ainda na turma conhecida como “Navio pirata”, porque naquela sala lá praticamente só estudava homem e a única mulher da turma era um canhão.)

Eu disse ao meus pais que queria arrumar um trabalho para poder ajudar a custear o conserto do carro. Imediatamente, minha ideia foi recusada:
“Vai trabalhar é o caralho! Tem que estudar.”

Mas eu os convenci que queria fazer um estágio ou arrumar um trampo de meio período, para conciliar com o colégio.
Comecei a fuçar o jornal em busca de alguma vaga ou estágio. Ai meu pai falou, “Já que você quer, eu acho que consigo arrumar um estágio pra você”.

Assim, fomos até uma empresa chamada Enefer, lá no Rio que meu pai conhecia os donos, e onde trabalhava meu tio Lúcio, que era ex-marido de uma irmã do meu pai.
Ele explicou lá ao meu tio que eu queria um estagio para poder ajudar no conserto do Karmann Guia e tal, e meu tio olhou com uma cara de “ah, não… Puta que pariu”.
Mas acabou que como ele gostava muito do meu pai (depois ele me disse isso) ele não conseguiu dizer não, embora (ele também me disse isso) ele achasse que eu não ia durar nem dois dias.

Mas ele dando o Ok, meu pai subiu e foi lá falar com o mandachuva. Eu soube que o chefão apenas disse, “Se o Lúcio topou, quem sou eu pra barrar?”

Depois meu pai desceu e disse:
— Beleza, você começa amanhã!

E foi assim que eu consegui meu primeiro emprego. Eu teria que sair da escola correndo, comer um salgado na rodoviária e pegar o ônibus para o centro do Rio. O trampo era naquele prédio solitário que fica diante da Estação Central do Brasil.

Eu ia trabalhar como assistente de desenho no setor de projetos da firma.
Meu tio me mostrou uma prancheta Arquimedes enorme. “Aqui vai ser seu posto”. Ele mostrou como ela se articulava. Olhei para o lado e dois senhores que também estavam em suas pranchetas me olhavam incrédulos, às vezes rindo à socapa.

“Bem vindo garoto”. — O mais velho falou. Era o Joaquim. Ele era ainda mais cascudo e mal encarado que meu tio.
Agradeci as boas vindas e no dia seguinte, após a escola, eu estava lá na porta.
Inaugurei meu primeiro esporro por estar atrasado meia hora. Não adiantava botar a culpa no trânsito da ponte Rio-Niterói. Mas ainda assim, estranhei que só eu e meu tio do setor estávamos lá. Os dois coroas nem sinal. Estavam no almoço.
Meu tio me chamou num canto para termos uma conversa.

A conversa não foi muito longa: Foi basicamente assim: “Olha aceitei você aqui SOMENTE porque eu adoro o seu pai, e ele já me ajudou muito na vida. Mas aqui você é só mais um. Não vou te tratar com NENHUM carinho, e NENHUMA compreensão. Aqui você não é da família, não tem facilidade, não tem mole. Não espere vantagem.  A qualquer momento que você não gostar, me avisa, pega a chuteira e vai embora. Outra coisa, você vai ouvir coisas aqui e morre aqui. Você vai ser tratado como adulto e como qualquer empregado. Se me chamar de “tio” aqui, eu te dou PORRADA. E estou falando sério! Você entendeu?”
Engoli em seco e disse que sim.

Meu tio era extremamente competente. Era mesmo um ás do desenho. Mas porra, como chefe, ele era na linha da Marlene Mattos.

Quando a galera chegou, já pela minha cara, começaram a rir.
Meu tio veio com um desenho de um projeto de ferragens em papel vegetal. Ele me mostrou qual era minha função. Corrigir a planta, redesenhar uma serie de coisas. Me ensinou como usava a gilette para apagar o papel vegetal, como usava o normógrafo, as canetas de nanquim, mostrou um bolão de plantas enroladas em canudos. Daí ele disse: “É isso. Te vira aí!”

E assim comecei, eu ia alterando aquelas plantas e desenhos técnicos e levava pra ele ver. Ele olhava e dizia: “Isso tá uma merda. Faz de novo.”
E eu voltava pra prancheta, voltava a desenhar. Levava lá, e ele: “Continua uma merda, faz de novo.”

Na primeira semana não consegui sair da primeira planta e comecei a achar que ele queria me sacanear pra eu sair, meio como no Bope.
Mas o que ele não sabia é que eu sou igual pão, quanto mais sova, mais eu cresço.
Eu ia fazer aquela merda direito, demorasse o quanto fosse necessário.
Com o tempo fiz amizade lá. O que ficou meu amigo mais rápido foi o Nilson, um desenhista que era muito gente boa. Excelente contador de histórias. Certo dia, ele me falou, “Aí Garoto, tu sabe quem já trabalhou aí na sua prancheta? O Reinaldo do Casseta & Planeta.”
Eu nem imaginava que o Reinaldo tinha sido projetista lá sob os domínios do meu tio tirânico.
Com o tempo, fui pegando dicas com o Nilson (que parecia o Eddie Murphy) e o Joaquim, que desenhavam bem pra caramba.

Anos de prática levaram a uma firmeza de traço tamanha, onde eles faziam linhas retas até sem régua. Era como um novato aprender a tocar um instrumento numa banda de Jazz profissional, com astros da música.

Eles começaram a me ensinar de verdade na segunda semana, quando eu sobrevivi ao paredão. Me ensinaram a empunhar a caneta corretamente, e o ângulo exato da gilette no papel vegetal.
Gradualmente, de um corpo estranho, comecei a me sentir virando uma pérola lá dentro do setor de projetos.
Após o primeiro mês, eu comecei a ser visto como um membro do time.
Comecei a conhecer as pessoas, e até sofrer pegadinhas. Quando começaram a fazer pegadinhas comigo, foi um enorme alívio, “porque você não brinca com quem você não gosta”, dizia Nilson. Certa vez me trancaram na sala do arquivo com a Jocélia, uma secretaria do setor que era tão bonita que era parecida com aquela mulher do Nazareno, do Chico Anysio:

A mulher do Nazareno
A mulher do Nazareno

Aliás, o Joaquim era praticamente a cópia do visual do Nazareno:
hqdefault | Aventuras | Aventuras, TextosA diferença é que o bigode era meio branco. Ele namorava uma mulher cujo apelido dela era “formiguinha”.
Outro amigo que eu fiz lá foi o Ney. O Ney era o cara da copiadora, e também grande contador de casos. Aqui estão alguns:

O pivete assassinado —  Ele me contou certa vez como viu um bando de pivetes ( muito provavelmente os que foram de arrasta na chacina da Candelária) assaltar uma mulher que cometeu o erro básico de parar no sinal da Presidente Vargas meia noite. Os moleques cercaram o carro e puxaram ela, estavam roubando ela quando o Ney viu um táxi parar lá no outro lado da rua e o taxista veio de mansinho. Chegou perto de um dos moleques e deu um tiro certo na cabeça do moleque. Todos os outros, saíram em disparada pela rua deserta. O taxista começou a berrar com a mulher, enfiou ela no carro e bateu com a arma no vidro, para que ela saísse do choque e dirigisse. Depois ele também foi embora e o corpo ficou lá. Os pivetes voltaram e cobriram com jornal e ficaram lá em volta olhando.

O Ney também era um parceiro que me ajudava a fabricar minhas revistinhas pornôs, que eu vendia para amigos da sala, como aqueles catecismos do Carlos Zéfiro. Entre elas, Recreio, recreio e Biblioteca Ginecológica, que era basicamente imitações descaradas que eu fazia dos trabalhos do Paolo Eleuteri Serpieri (Drunna) e Milo Manara. Dava uma graninha extra que me ajudava a comer o salgado e comprar material de desenho.

Como eu era estagiário, eu não podia virar a noite lá, mas eles viravam quando era época de entregar projetos. Se não me engano, estávamos trabalhando nos projetos da estrada de ferro Ferronorte. Então eles sempre viam um monte de coisas e me contavam.
Havia uma prostituta anã ali na área da central que segundo eles, fazia um puta dum sucesso. Os caras comiam essa anã nos fundos do que era a Casa da moeda, que na época estava em ruínas. Da sala da copiadora dava janela para esse matagal onde o Ney via os caras comendo a anãzinha.  E era engraçado porque ela tinha um nome que eu me esqueci, mas era tipo “Soninha boca de veludo”. Eu só lembro do “boca de veludo”.

Outra coisa que o Nilson me contou foi como dava pra ver os mendigos pescando cotias e gatos no campo de Santana. Eles comiam esses bichos. E pescavam eles como se pesca peixe, com anzol e linha.

Também me contavam de atropelamentos, e guerras de mendigos no centro. Eu nem imaginava que até a mendicância era faccionada no Rio.
Segundo eles, a porrada entre grupos de sem teto comia firme na região da Central. À noite, lá virava uma “Terra de Ninguém”, e o bicho pegava.

Eles me contavam um monte de histórias, e a gente ficava lá a tarde inteira desenhando e levando esporro do meu tio, até de noite. O normal eram as piadas de nível Casseta & Planeta, um chamando o outro de bicha literalmente o dia todo. Era assim naquele tempo, e o banheiro era cheio de poster de mulher pelada da playboy. Hoje seria inimaginável algo assim numa empresa, mas naquele tempo, era o tempo da Banheira do Gugu e do Van Damme de bingulim duro na Tv.

Quanto ao meu tio, ele botava defeito em tudo que eu fazia e me mandava refazer várias vezes as mesmas coisas, até que eu fizesse num padrão de qualidade que deixaria o Boni orgulhoso.
Foi lá que eu aprendi a ser gente. Trabalhar no setor de projetos e engolir milhares de sapos para depois pegar todo meu salário e colocar na oficina para consertar um carro onde eu nem sequer andava, porque não tinha carteira ainda e ele vivia fodido.

Esse foi meu debut profissional.

Meu tio foi meu pior e melhor chefe, porque ele realmente queria me tirar de lá a todo custo, mas no final, eu venci. Mas o que eu aprendi ali não tá no gibi.
No dia que ele disse: “Finalmente, porra, essa está boa”. Foi como ganhar na loteria.

As coisas acabaram pouco mais de um ano e meio depois, quando a empresa finalmente acertou um contrato de adesão ao sistema CAD e todos nos sabíamos que eram os últimos suspiros dos projetos feitos analogicamente. A tecnologia decretava o fim de uma era.

Os computadores passaram a fazer os projetos e imprimir sem erro. O Nilson e Joaquim foram enviados para cursos para poderem trabalhar nos computadores, e finalmente, eu já não era necessário para corrigir projetos, porque eles já saiam certo na plotter.

Eu também já achava que havia aprendido tudo que precisava, e aí eu saí de lá.
Na escola, nesse meio tempo, eu havia arrumado um puta dum problema com o professor de Química, um machão-brucutu-marombeiro que gostava de passar a mão nas alunas, e que queria me dar porrada por fazer ele se assumindo – e pior, grávido do professor de Matemática  – na capa do jornal do colégio, e as coisas ficaram meio pesadas para o meu lado.
Acabou que eu pulei fora do “navio pirata” e me matriculei no curso normal. Era uma sala onde só tinha eu de homem. (mas pelo menos não tinha Química). Graças a isso, dois anos depois acabei conhecendo a Nivea, que era amiga de uma colega dessa sala. E estou casado até hoje.

A propósito, hoje é o dia do nosso casamento do civil, em 1999.

Ah, e o Karmann Guia? 

Ele ficou com a gente, entre idas e vindas na oficina, entre panes no motor e curtos na parte elétrica… (teve um dia que ele travou a buzina e meu amigo Cláudio e eu atravessamos a Praia de Icaraí chamando uma atenção do caralho, hahahaha)
Eu saía com o Claudio, porque eu não podia dirigir, já que não tinha carteira, e o carro virou só um ralo de dinheiro.
Quando ele finalmente ficou bom, estava direitinho, fomos viajar com ele para Três Rios e uma mulher dormiu na ponte rio Niterói e acelerou o carro e bateu na traseira do meu bólido vermelho Ferrari. Eu estava no banco de trás sem capota e quase caí na ponte. Novamente, o carro voltou para oficina, agora para uma lanternagem caríssima que durou meses e meses e consumiria toneladas de plastic.
Eu fiquei meio com trauma achando que o carro estava amaldiçoado.
Meus pais acabaram vendendo o Karmann Guia para um colecionador, lá por volta de 2001 ou 2002, depois dele consumir uma nota preta.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Cara! As suas histórias são MARAVILHOSAS! Continue com elas quando poder, o seu blog hoje é uma verdadeira pérola nesta internet tomada por porcarias.

  2. Mano suas historias são boas demais, espero q vc publique elas com mais frequência….e tb volte a contar os “causos” da sua época de ocultismo, varias delas vc ficou de continuar…abraço e sucesso!

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