Mariazinha

Mariazinha era safada
Deitava na grama, dormia pelada
Mariazinha era obscena
Peitos pontudos, pele morena
Mariazinha na beira do rio
na carcaça da kombi no terreno baldio

Mariazinha era assanhada
Voltava da escola mal intencionada
Mariazinha era um problema
Vinha com tudo, mas era pequena
Mariazinha já deu no meio fio
Na boca da noite, no lavradio

Mariazinha dava na escada
Pro dono do bar, pra qualquer camarada
Mariazinha, que era tão bonita
Um olhar de gulosa, uma volupia aflita

Até atrás da igreja
Mariazinha não se levava a sério
Trepava na bica, na mata e no cemitério
Nos fundos da pensão
Mariazinha batia um bolão
Sem medo, tarde ou cedo
Mariazinha, que encarava até assombração

Não dava ponto sem nó
Acompanhada mesmo só
Mariazinha que não podia ver homem
Mariazinha deu pro lobisomem
Na falta de um guri
Mariazinha safada, trepou com o saci

Mariazinha gatinha tarada
Mariazinha que eu não conheci

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Pois é. Minha homenagem para aquelas meninas faladas, que em toda cidade do interior tem uma ou duas, que o povo todo comenta suas peripécias. Vou confessar que na adolescência eu quase tive um affair com uma mariazinha, mas eu tive medo, hehehe.
    Eu ia terminar com “Mariazinha que eu não comi” mas achei que ia ficar muito canalha, hahaha.

  2. Ei Philipe do acordeom, não esquece de assinar sempre a autoria, ou pode ir parar em alguma rádio nordestina!

    Isso aí dá um xote. x_x

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