Gelson o porteiro Psicopata

Quando eu era moleque, às vezes descia para o play, mas nesses dias em que todo mundo viaja, é uma merda, né? Todos os seus amigos dão no pé para aqueles mesmos lugares pra onde todo mundo da sua cidade vai, como Cabo Frio e adjacências. Nesses dias, eu descia para o play mais para manter a tradição, mas acabava na poortaria batendo um “papo cabeça” com os porteiros. Os porteiros do prédio eram rotativos potque quem contratava era uma companhia terceirizada, que não sei onde arrumava cada figura memorável para tomar conta do nosso patrimônio. Uma vez eu fiz amizade com o porteiro da noite lá no prédio. O nome do cara era Gelson.

Essa é uma história muito bizarra que o próprio Gelson ( um porteiro bigodudo que tomou conta do bloco B lá pelo ano de 1992) me contou com indisfarçável orgulho.

Ele estava voltando pra casa depois de um dia cansativo de trabalho. Ele ia para o RIo, pegava o trem na central e fazia uma baldeação de trem até chegar em casa. Algum lugar do subúrbio do grande Rio.
Pois como todos sabem, nem todos os trens param nas estações.
Neste dia, Gelson estava de costas para o sentido do trem, esperando o trem para ir pra casa quando um engraçadinho deu um senhor pedala robinho nele.
O cara aproveitou que o trem não iria parara para acertar um mega-pescotapa no gelson, que com o impacto quase caiu.
As pessoas viram e ele passou a maior vergonha. No trem lotado que não parou, vários rapazes riram dele.
Pois Gelson conta que começou a sentir um ódio tão grande que só aumentava. O òdio era tamanho, que a raiva começou a deixá-lo meio cego.
Gelson resolve pegar qualquer trem. O primeiro que parou ele entrou. O trem passou por algumas estações e Gelson na janela sentia o ódio quase sair pela boca. Podia ouvir as pessoas rindo dele…
Foi quando viu um cara de costas na estação. Era um senhor. Não era o cara que lhe deu o tapa. Mas Gelson não se conteve.
Pegou uma navalha na capanga e projetando o corpo para fora da janela acertou uma navalhada no pobre sujeito. O cara caiu no chão. O trem continuou e Gelson conta que se sentiu muito melhor depois de “passar para frente” o tapa que levou.

GELSON II – A briga no bar
Gelson estava com a esposa num bar. Bar desses pés sujos de periferia, comendo churrasquinho e tomando uma gelada quando sai briga no bar do outro lado da rua.

Gelson levanta-se e diz à esposa que vai ao banheiro tirar água do joelho. Manda ela pedir outra cerveja.

Gelson sai na direção do banheiro, mas entra atrás de uma imunda banca de jornal e atravessa a rua. Vai até o bar onde a pancadaria está comendo solta. Gelson avista uma cadeira de bar caída.
Ele pega a cadeira e resolve dar uma cadeirada em alguém. Assim, qualquer um mesmo já servia pra ele. Ele mira num cara que estava de costas pra ele, mas o cara sai da frente bem na hora e Gelson no meio da cadeirada, não consegue corrigira rota e DECEPA A ORELHA DO CARA.
Satisfeito, ele vira-se e volta tranqüilamente para a mesa do outro bar onde continua a beber com a mulher, tranqüilo e feliz, como se nada tivesse acontecido.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Muito hilária esta história do trem. Me faz lembrarda história do primo de uma amiga minha, que uma vez estava sentado dentro do trem, com a cabeça na direção da janela, e veio um indivíduo e deu-lhe uma chinelada na cabeça. Ele também ficou irado….kkkk. Mas como não podia sair do trem, pois estava lotado, teve que aguentar a gozação da galera….kkkk.

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