Estou de volta!

Estou de volta das férias. Fuio muito legal a viagem à Argentina. Tão legal que mal tive tempo de aprovar comentários. Nem deu para escrever posts. Ontem na volta, quase dá uma gumpice. Na hora de voltar o aeroporto fechou por causa das cinzas. Chegamos no aeroporto e tinha um mundo de gente pelo chão, criança chorando, gete pra todo lado, câmeras de Tv, o escambau a 4.

Pensei: PQP! Agora entendi porque não teu nenhumam merda significativa na viagem.

Mas por sorte, o meu vôo iria num sentido contrário de onde estava a nuvem de cinzas, e o aeroporto abriu para vôos internacionais. Atrasou 4 horas, mas consegui chegar em casa. Fui gripado e voltei com suspeita de pneumonia, mas tá relax. Valeu assim mesmo. Não consegui esquiar lá em Bariloche, porque -assumo- me caguei de medo. A parada da montanha é uma pirambeira monstruosamente gigante, que equivale a quase oito pedras do Pão de Açúcar epilhadas. Fiquei com medo de me arriscar e não conseguir escrever mais no blog, hahaha.

Aqui estão algumas fotos. Vou colocar outras lá no meu facebook, pra quem quiser ver. (o link tá no botão lá no topo do blog)

Essa viagem foi realmente muito boa. Mesmo tendo que pegar um busum (non stop) de vinte e duas horas de Buenos Aires até  Bariloche, porque o aeroporto fechou por causa das cinzas do vulcão. Pior que eu tava doentaço e por conta disso, não consegui dormir e nem deixei ninguém dormir, já que eu tossia feito um cachorro com tubercoleprose a viagem inteira, meu. Mas o busum lá é bom. Servem até champanhe.

Me espantei de não conseguir comer um bife até o final pela primeira vez na minha vida. Eu que me considerava o T-Rex humano, me recolhi à própria insignificância ante ao monolito gastronômico que me foi servido. O bife dos caras é uma excrescência de quase quatro dedos de espessura.

Olhando assim nem parece tão gigante. Mas o bife media o tamanho das minhas duas mãos abertas. E esta era MEIA porção!

No primeiro dia, decepção! Choveu pra dedéu. Mas no dia seguinte, abriu um sol lindo, tinha nevado e foi um dia muito bacana, com uma aventura na montanha, na qual subimos em jipes 4X4 passando por dentro de riachos, subindo em troncos caídos, passando na beira de precipícios. Já no alto da montanha, andamos com raquetes para neve, porque ela tava muito fofa.

A Nivea e uns amigos fizeram um boneco de neve, e eu fiz uma caveira de neve:

 

Caveira Gump de neve

 

Ainda assim, achei Bariloche bem cheia. E com muuuito brasileiro. Aliás, como tem Brasileiro na Argentina, né?

Em muitos momentos senti vergonha. Os brasileiros entram nas lojas falando alto, fazendo a maior algazarra, puxam bolões de notas e saem comprando tudo o que vêem pela frente.  Gritam nos restaurantes, comportam-se como verdadeiros macacos. O pior da vergonha é que sabendo que se trata de uma viagem internacional em alta temporada, que não é nada barata, não posso culpar a falta de dinheiro pela má educação. Nosso senso comum espera “atitudes de baixo nível” vinda dos favelados. Mas a verdade é que o nosso baixo nível não é apenas financeiro. É educacional.

Esta viagem ajudou a cristalizar na minha cabeça a percepção de que nossa cultura produziu uma deformação na educação que vem se cristalizando década após década. Mais de uma vez vi, chocado,  brasileiros agindo como completos imbecis no trato com os argentinos. Isso me dá uma revolta danada.

Bom, o fato é que estou em casa novamente, e vou voltar a postar todo dia por aqui. Acabou o jejum. Hoje começo a pintar o alien. Acho que o post da pintura entra hoje ou amanhã.

PS: Eu finalmente desvendei um dos maiores mistérios da Argentina! O Mullet!

Eu sabia que devia ter uma boa razão para que tantos carinhas da argentina deixassem aquele ridículo mullet-do- McGyver. Quando saí na rua, num frio de 1 grau, um ventinho safado entrou pela minha nuca e eu entendi a razão do mullet. Os caras usam cachecol, e se seu cabelo é curto, sempre fica um vãozinho na parte de trás da cabeça, sobre a nuca, que é  onde a friaca penetra. Foi assim que descobri que o mullet é aquela barreira capilar que imepede a penetração por trás no argentino.

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. An an… tirado, prego, metido! kkkkkkkkkk

    Show, heim, cara… já fui a Buenos Aires, mas não peguei o frio que queria! :(
    To pensando em ir ano que vem, se o trabalho deixar e a patroa animar. hehehehe

    • Cara falei com nossa amiga que trabalha como operadora em Bariloche, e ela disse que o ano que vem vai SUPERLOTAR-MOSNTER-LIKE-BOMBASTIC-OVERCROWDED. Nâo recomendo o ano que vem. Pq? POrque este ano o vulcão zoou. Muita gente que tinha programado Argentina pra este ano, mudou de planos e deixou pro ano que vem.
      Eu comentei com ela que estava achando lá muito lotado de brasileiro e ela me disse que “eu não tinha visto nada ainda”. Então imagino que a alta temporada de inverno lá seja pior que Cabo Frio no verão.
      Somando com a demanda que só cresce para lá por questões cambiais, a previsão é que ano que vem Bariloche e Buenos Aires EXPLODA de Brasileiro como nunca se viu.

  2. Show Philipe, parece que a viagem foi muito maneira e o lance dos brasileiros serem assim é cultural, sempre vai existir espírito de porco em todo canto. Grande abraço e ja estava sentindo falta dos posts.

  3. Não adianta, por mais educado que você possa ser, ainda sim aquela zoadinha na argentinada não pode faltar!

    Vide essa piadinha sua na ultima linha… HEAUEAHUAE

  4. Que bom que a viagem de vocês foi proveitosa! Como é bom viajar, né?

    Pior, Philipe, que brasileiro é assim em todo lugar, nao é soh Argentina, nao. Se sentem livres pra fazer em outro pais tudo o que nao fazem no Brasil. Agem como adolescentes, não importa a idade.

    Que pena que voces nao esquiaram, mas fica uma boa desculpa pra voltar. Te cuida!

    • Pois é, Mollrimbaud, o ruim é ver algumas pessoas se comportando mal no exterior e sentir que alguém talvez generalize e considere que todos os brasileiros são assim, sem educação.
      Essa generalização é uma desgraça. Dá pra imaginar o que deve sentir um muçulmano hoje em dia. Todo mundo achando que ele é maluco terrorista.
      O melhor jeito de lutar contra isso é tentando ser educado ao máximo e agindo com gentileza no exterior.
      Uma dona puxou papo comigo no ônibus, perguntando o que eu estava achando da coá América e tal. Tinha que ver a cara de decepção dela quando eu disse que não tinha visto o jogo do Brasil e que nem sabia quem estava ganhando, dentro, fora… Que eu não tinha nem time.
      “Brasileiro que não gosta de futebol?” – Ela se espantou.
      Esses estereótipos são gaiolas invisíveis que prendem nossa individualidade.

    • Ficou para a proxima vez que eu voltar lá. Fiquei na maior vontade, mas como eu tinha pouco tempo, e esquiar envolver a aula, o treino e tal, se eu tivesse que esquiar gastaria muito tempo, né? Ter só dois dias para aproveitar um lugar como Bariloche é um crime.
      Eu queria mesmo tentar a sorte no snowboard, porque quando era mais novo eu andava bastante de skate, descendo ladeiras e tal. Acho que isso poderia me ajudar de alguma forma. Mas acabou não rolando. Mas mesmo que desse, não sei se eu conseguiria, pois a minha gripe chegou no áuge quando eu estava lá. E esses esportes de neve exigem muito preparo muscular, né? Nem sei como consegui subir na montanha no estado dramático que eu estava.

  5. Cara, vou falar uma real: o bife de chorizo do Saanga Grill do shopping Estação aqui em Curitiba é quase igual esse aí, só não vem essa porção de nãoseioquê que tem do lado (fritas?). E é fantástico! A hora que vier pra cá me avisa que vamos lá devorar essa iguaria e tomar uma Paulaner de trigo :)

    Quanto à caveira no gelo, coisa de artista mesmo… muito show!

  6. Hehehe… ficou muito dúbio isso: “barreira capilar que imepede a penetração por trás no argentino”…
    Famoso: “Quer cuca, Beludo?”

  7. Caro Philipe, sou fã do seu site, acho seus comentários sempre inteligentes e engraçados, e adora as histórias. Tive a oportunidade como vocês de conhecer a argentina, e exatamente neste pedaço que vocês conheceram, Buenos Aires e Bariloche. Achei as duas viagens fantásticas. Quando fomos a primeira vez, eu e a patroa, pegamos um livro de espanhol e demos uma estudada antes de irmos. Quando lá chegamos sempre tentavamos nos comunicar na lingua deles, e quando não dava apelavamos para o portugues e iamos nos entendendo. Sempre nos espressamos com educação, gracias, por favor, etc. Fomos muito bem tratados em todos os lugares que frequentamos, lojas, cafés, restaurantes, etc. Ficamos surpresos quando na fila da alfândega, já no aeroporto os casais a nossa volta comentavam que foram mal tratados, que os argentinos eram grossos, etc. Será que são mesmo?? Juro que não foi a minha experiência.

    • A minha também não. Muito pelo contrário. Fomos super bem tratados por todos. E a gente tem a mania de sair andando sem destino, pra tudo que é lado, pedindo informação pra qualquer um. Pego ônibus, metrô, taxi, trem, etc. Tirando um taxista que tentou roubar a gente cobrando a mais do que devia e falou umas grosseirias pra nós quando questionamos o valor, não tive problema algum. Eu e a Nivea falamos um espanholzinho chulé (o espanhol dela é bem melhor que o meu, diga-se) e sempre falamos na língua do país em que vamos.
      Eu recomendo totalmente Buenos Aires e bariloche aos brasileiros com oportunidade de viajar. Também reomendo o Chile, que adorei. (embora as coisas sejam caras e a comida lá pior que na Argentina)
      Muita gente que eu conheço já comentou comigo que foram mal tratados em Portugal também. Curiosamente, Portugal é o lugar onde eu fui melhor tratado até hoje. As pessoas da rua às quais pedíamos informação, varias vezes, mudavam seus caminhos para ir com a gente no lugar em que queríamos. Pessoas que nunca tínhamos visto na vida se tornavam guias. Até chegava a ser engraçado tanta amabilidade assim, grátis.
      Na Argentina, teve um lance de gentileza que ficou marcado. Entramos sem saber num ônibus, e ao tentar pagar, descobrimos que era com uma maquina automatica, e que só operava com moedas. Estava chovendo, e só tínhamos notas altas. Sabe o que aconteceu? Todas as pessoas do ônibus começaram a doar moedinhas para pagar a nossa passagem.

      Fiquei bolado. E me perguntei: “Quando um brasileiro faria isso por um argentino?”

  8. Desculpe me alongar, mas achei a argentina muito legal. Buenos Aires é belissima, a arquitetura. Tem história, tem beleza, tem cultura. O museu é de graça, tem show a toda hora e em todo lugar. A feira de San Telmo é muito legal, e ao lado da rua, tem várias lojas de antiguidade, e ali você vê como eles já foram ricos. E o que tem de teatros? Vocês foram na livraria Ateneu??? A livraria é dentro de um teatro antigo. E os shows de tango?? Esqueçam o Senhor Tango, vão no Piazzola. Muito melhor.

    • Também adorei Buenos Aires, com aqueles predios neoclássicos, todos muito lindos. Não consegui ver a feira de San Telmo, mas fui na Ateneu. Muito linda mesmo. O show de tango que eu fui eu recomendo, foi bom demais, ele rola no centro cultural Borges, da galeria Pacifico. (as mulheres são bonitas e jovens e os caras com pinta de galã.Aliás, as mulheres fazem coisas com as pernas que parecem efeitos especiais, hahahaha)

  9. Desculpe abusar. Mas Bariloche eu achei outro mundo. o Frio , a neve. Fui no cerro catedral, onde tem foto de vocês. Fiz uma aula que está no pacote, e não consegui esquiar nada. No outro dia , fomos só eu e a patroa, alugamos o equipamento e ficamos naquelas pistas de baixo, com declive mínimo, aí conseguimos dar umas escorregadas. Mas o melhor mesmo foi Pedras Brancas, o esqui-bunda. Ali você consegue deslizar com uma boa velocidade. Fui neste lugar que vocês foram, a Roca Negra. Achei um passeio fraco, apesar de render boas fotos. Falaram que o passeio de carro de neve é legal, mas eu não experimentei. Fiquei no hotel Nido do Condor, fantástico, pena que fica meio longe do centro. Mas como o taxi é meio barato, foi de bom tamanho. A calefação também é uma experiência nova para nós. Achei tudo legal. Até acendemos a lareira no quarto. Com certeza um passeio que vale a pena. E a cinza do vulcão não atrapalhou??

    • A cinza do vulcão não atrapalhou nadinha, felizmente. No período que estivemos lá, teve a tal chuva da noite em que nós chegamos, que lavou o pedras brancas, e o local até fechou para os passeios, deixando os operadores de turismo local todos embananados. Quando saímos de lá tava prevista uma nova nevasca, então é possível que a esta altura já esteja reaberto.
      Ficou a sensação que realmente Bariloche merece uma nova visita, com mais dias (e muito mais grana)

  10. Muito boa a observação sobre a falta de educação dos brasileiros.
    Infelizmente, várias pessoas têm confirmado essa fama pelo mundo afora…
    Depois, tem gente que é barrada / deportada por aí e ainda querem reclamar.

  11. a falta de educação de brasileiro é conhecida mundo a fora, mas uma prima que mora em Floripa e tem com um marido um restaurante por lá também reclama muito da má educação dos Argentinos, logo acho q essa má educação é algo generalizado nas viagens internacionais dos latinos, mas pessoalmente nunca tive contato com argentinos pra ter uma opinião própria (Bolivianos e Peruanos, já).

  12. Oi Philipe!
    Encontrei seu blog alguns dias atras na net e gostei.. comecei a acompanhar…
    mta coisa boa! parabens…
    tem um colunista americano (q mora em sp) mto bom q escreve pro “IG Turismo” toda semana e na última quarta-feira ele escreveu exatamente sobre como os brasileiros se comportam e são vistos pelos estrangeiros no exterior.. quando puder, dá uma olhada.. é um texto leve e divertido..
    http://colunistas.ig.com.br/viagens/2011/07/27/seth-erros-edicao-especial-como-ser-brasileiro-mas-nao-demais-no-exterior/
    e olha q ele nem tocou no assunto dos brasileiros falarem alto e se acharem os donos da razao nos lugares so pq têm dinheiro no bolso…

  13. Philipe, depois de sua ausência e agora com seu retorno, me veio uma duvida. O blog tem algum tipo de dead-man switch pra caso você morra, fique tetraplegico, em coma, senil, ou algo do parecido?

  14. “Esta viagem ajudou a cristalizar na minha cabeça a percepção de que nossa cultura produziu uma deformação na educação que vem se cristalizando década após década. Mais de uma vez vi, chocado,  brasileiros agindo como completos imbecis no trato com os argentinos. Isso me dá uma revolta danada.”
    Concordo 100% com o comentário. Que pena! Esta semana vi naquele nefasto programa Pânico um imbecil em Londres dando “dicas espertas” de como furar fila, não pagar café da manhã e outras coisinhas idiotas de gente que “sabe levar vantagem em tudo”…  Depois não sabem por que barram tanto brasileiro na Inglaterra…

  15. Oi,Philipe!Adorei as fotos!Quando voces vierem de novo ensina ao seu irmao esse tal de “pedir informações”…rs
    Esse molho com o bife é o tal do chimichurri?Eu vejo  aqui pra vender mas fico meio com medo de comprar!Se for esse…É bom?
    Depois vou mandar um email com a foto do Raphael que consegui tirar do aniversariodele,ok?
    Bjs pra vc e pra Nivea

    • Hahah beleza. O molho lá é um molhinho de ervas. Era gostoso. Não sei o nome do treco. Quanto as fotos do aniversário do Raphael, manda sim. Vamos mandar pela minha mãe o presente dele.

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