Direitos Humanos

Quer ver que legal? Só numa conversa em mesa de bar o assunto descambar pro tema violência que logo alguém solta aquela dos direitos humanos.

O povo se arvora com ou sem álcool quando o assunto é direitos humanos. O senso comum passou a ter um ódio mortal dos representantes dos direitos humanos porque eles teoricamente “passam a mão na cabeça do bandido”.

Em parte, posso dizer que concordo com isso, uma vez que nunca vemos os direitos humanos reclamando sobre a morte dos policiais. E de fato, neste jogo de corrupção e violência, eles morrem como moscas. Mas calma aí. Os caras dos direitos humanos vão reclamar com quem? Com o Fernandinho Beira-Mar? Com o Elias Maluco? Com o Paulinho do Borel? Com o Paulo Maluf?
Ora, francamente, reclamar com bandido só leva mais um pra vala. Os chatos lá dos direitos humanos só podem reclamar com o estado. E quem representa o estado é a polícia.

Outra coisa que me irrita é ver na Tv a chamada: “Polícia invade os morros Dona Marta, Rocinha e Vigário Geral”.
Coisa de jornalista burro. Invasão é um termo que não se pode usar nesse caso, porque a polícia representa os interesses do estado. A favela ocupa território do estado. A polícia não invade nada, malandragem. Ela entra e sai quando quer.

Tá aí outro problema. A polícia entra e sai. Se só entrasse era uma coisa, mas ela entra, dá tiro pra todo lado, metralha tudo e sai. Lagando o lugar pra ser reinfestado com os traficantes.

Mas entrar atirando já é um belo exemplo de atuação medíocre e despreparo técnnico. Não se ganha grerra alguma assim. Só a INTELIGÊNCIA é capaz de orquestrar uma atuação bem sucedida da polícia. Inteligência policial não é botar os malucos pra aprender filosofia nem física quaântica.
É estruturar as polícias civil, militar e federal para trabalharem trocando informações, é nacionalizar os bancos de dados policiais e integrarem todos os estados em prol de investigações nacionais e não locais. É chamar o FBI, a CIA, o MOSSAD pra treinar os caras, é dar a chance aos cabeças pensantes das corporações ( acredite se quiser. tem gente sabida lá) pra estruturar treinamentos específicos, porque fórmulas importadas não dão conta de nossa necessidade específica. O conhecimento necessário já existe e foi gerado aqui. Só que falta $.
É pagar bem e formar peritos criminais de qualiddae internacional e gerar fundações de ação específica para análises e perícias mais profundas.
Com inteligência vpcê prende o bandido sem dar nenhum tiro. Quanto mais inteligente a polícia, menos ela usa a arma. A arma é a solução rápida, mas não a eficaz. Porque é uma indústria criminal. VopcÊ mata um e vem outro. Mata outro e vem um terceiro e ocupa aquele lugar. Mata o terceiro e eventualmente uma bala perdida mata um inocente. A polícia não é feita para matar. O investimento em inteligência policial começa no estado.No governo. A mudança vem de cima.

É o estado largar mão se maarketing pra uma atuação direta e precisa. Cada propaganda dessas que tem umas vinte por dia em horário nobre do Governo do Estado se gabando de ter feito coisa que quem fez foi a Petrobrás, daria pra pagar o salário de professores e doutores em perícia criminal. É imperativo investir em tecnologia de ponta pra pegar bandido e quadrilha.

Mesmo que os resultados práticos só apareçam no próximo governo.
O estado compra mais viatura e uniforme sempre que o assunto violência ganha as manchetes. Viatura e coletinhos sem o preparo é nada. È queimar dinheiro em licitações que ruborizariam a Silvia Saint.
Bem como armas. Bem como pessoas.

E nosso policiais? Eles podem se considerar os mais despreparados e heróicos do planeta. Heróicos porque enfrentar bandido armado de AR15, AK47 ou fusis de assalto tático restrito ao exército e até lança-mísseis!!!! Com revolvinho e apenas 5 – Sim, isso mesmo. Eu disse 5 munições! É coisa pra herói.
Ou retardado. Despreparados porque entram atirando nas favelas. Sem um planejamento tático. Sem uma estrutura infiltrada no morro que dê suporte à ação.

A legislação nacional é uma piada mesmo.
Ela alega que o ideal para a formação de um policial é manter um treinamento permanente e estima que o total de mil tiros por soldado o deixaria preparado para combate.
Mas a munição comprada pelo estado não tem, acabou ou é pouca, porque o orçamento foi gasto com restaurante de 1 real e hotel de 1 real. Cabô a grana, meu chapa. O policial que atirar mais tem que pagar. E pela lei, só 5, cinco munições por soldado e olhe lá.

Enquanto isso, no alto do morro, em situação tática superior pelas condições materiais e do terreno ( isso explica porque os romanos construíam muros e castelos no alto de penhascos) fica mais fácil impedir o avanço da polícia.

Mas suponha que a favela fosse plana, ou melhor, fosse um buraco. Suponha que tivéssemos treinamento, investigação, que tivéssemos preparo e material de sobra.
Não poderíamos entrar de surpresa numa favela e trocar tiros com bandidos, porquê trata-se de uma área de alta concentração populacional. Tem crianças, adultos e idosos que estão em condições diferentes de pobreza, mas são honestos. O bandido usa essas pessoas ao seu bel prazer como escudos humanos para encastelar seu ponto de distribuição.

Ora, faz tempo que o mais boçal dos sacripantas sabe que quem manda no morro não mora lá. Mora em mansão, em cobertura na barra e anda de carro importado blindado. È amigo de políticos influentes e apoia candidatos, financiando campanhas com dinheiro sujo.
Esse nunca é pego. Suas relações com a mais alta escala do poder parece impedir.
Inteligência seria a polícia detectar essas figuras e agir global e localmente em parceiria com polícias internacionais para desmontar o peixe grande.

Sempre imaginei que acabar com a droga era uma solução viável para a violência. Mas isso geraria um aonda de violência muitas vezes maior que todas as imagináveis.
Pense. As ações policiais que coíbem o narcotráfico aumentam o preço da droga. Com o preço alto, os dependentes ( o cérebro não tá nem aí pra aumento de preço. Ele quer é a porra da droga) em desespero, assaltariam, matariam sem dó pelo dinheiro para consumir seu quinhão.
São milhões de pessoas em estado de frenesi. Um armagedon social.

O problema é sistêmico e se mete em esferas de poder, em papéis sociais, em política e fundamentalmente, na ação do estado.

Os políticos com seus dois pensamentos não dão a mínima para o problema, que vem se avolumando de modo incrível desde que os intelectuais presos pela ditadura ensinaram aqueles presos bobinhos a se organizarem, a agirem como uma empresa. Foi quando surgiu a Falange Vermelha. Ou você acha que um preso pobre ( porque no Brasil, fica preso quem é pobre) sabe o que é falange? E sabe por que vermelha?

Então, daí a Falange Vermelha gerou crias e agora estamos sitiados numa rede embolada de facções do crime organizado. Comando Vermelho, Terceiro Comando, Amigo dos Amigos, PCC. A cada dia é uma nova organização criminosa. Entra e sai mandato, os políticos com dois pensamentos: Ganhar a eleição e não perder a próxima eleição.

Dá nessa merda.

Todo mundo tava falando sobre a rede de rebeliões ocorrida nos presídios de São Paulo e outros estados. Cheguei a ouvir que deveriam chamar o coronel do carandirú pra resolver a situação no melhor estilo “polícia de Diadema”.
Peraí. Tá certo que preso organizado fazendo o estado de refém é duro de engolir, agora tem um outro lado nessa história.
Olha o estado em que as cadeias estão. Antes que você se arvore em me xingar dizendo que sou pró direitos humanos, eu assumo que no fundo eu sou mesmo.

O bandido, por mais detestável e inconveniente que seja pra nós, é gente. Concordo que eles devem ser retirados da circulação mesmo, mas calma aí. Como é feito isso?

È vergonhoso pagarmos a maior carga tributária do planeta Terra e termos prisões que fariam os buracos na terra usados no Vietnã pelos vietcongs parecerem apartamentos da Vieira Souto.
Fatos que pouca gente pensa sobre prisões nacionais:

A grande massa dos que estão ali aguardam julgamento. – Tá. Acabou seu argumento que ali só tem bandido. Ali só tem é pobre, e pobre que não foi julgado, o estado prende preventivamente. Nâo tem condicional. Não tem aguardar o julgamento em liberdade. É xilindró.
Graças à Deus meu nome cheio de viadagem não é um nome comum tipo Fernando Ribeiro Silva. Imagina só quantos Fernando Ribeiro Silva existem…
Com a péssima estrutura do estado em investigação, se você tem esse nome comum e tantos outros como Pedro de Oliveira, pode ser parado para uma blitz comum e sair dali direito pra cadeia sem ter feito nada. Até você explicar quem você é, que você é só um homônimo do bandido, já pegou três meses no inferno.
Já apanhou pra confessar e se não tiver advogado, aí que tá ferrado mesmo!

Superlotação. Não tem onde sentar. Muito menos deitar. – É, malandro. Fica em pé 50 minutos e me diz. Ou melhor: Vai no Banco do Brasil dia 5 e entra na fila ao meio dia. È chato? Imagina isso por 30, 60, 70 anos. Você não faria rebelião?
O fato é que os presídios viraram depósito de preto pobre. Onde cabiam vinte tem 98, 130, e os juizes e delegados acham que sempre cabe mais um. Resultado. Rodízio pra sentar. O resto fica em pé. Mas é em pé igual estar num ônibus lotado de homem que não toma banho, meu! Cara a cara com bandidos de todo tipo. A latrina é dentro da cela. Você caga na frente dos caras e muitas vezes pra se limpar tem que torcer pra suas visitas levarem o papel higiênico. Senão, vai ter que ser com a mão mesmo.

Condições de higiene – Sabe aqueles filmes de prisão americanos, onde cada cela tem uma beliche, com dois presos? Eles usam uniforme, tem uma lavanderia, um refeitório? Banho de sol com aparelhos de ginástica? Esquece. Aquilo é filme. Tão real quanto Alf – o Etimoso.
A realidade é um buraco infecto e fedido cheio de ratos, cheio de pessoas acumuladas, focos de tuberculose e outras doenças. È uma caixa de concreto apodrecida e escura, com barras oxidadas e comida de décima centésima quarta qualidade. Maluf se recusou a comer aquela comida quando esteve – confortavelmente, diga-se de passagem- preso com o filho numa sala. Não é erro ortográfico não. É SALA. Ele não ficou em CELA porque CADEIA MESMO É PRA POBRE!

Sorteio – Esquece a TeleSena de dia das mães. O sorteio que rola dentro do cadeião é pra saber quem vai morrer. Disputa entre facções? Nada disso. É pra abrir espaço. A muvuca de gente numa cela apertada com microjanelas gradeadas, gera um problema básico que nem imaginamos. FALTA AR! Prende a respiração aí e vê quanto tempo você aguenta. Ter que matar uns aos outros pra abrir espaço pra respirar é trash. Nem com bicho a gente faz isso. (lembrando que tem inocente ali dentro, hein?)

Oficina do diabo – A cabeça vazia é um dos grandes problemas dos presídios. Juntar os caras sem dar a eles algo pra fazer é criar uma bomba social. Eles querem umas televisões. Pra mim toda cela devia ter: Dez presos no máximo e uma Tv. Sim uma TV. Não é luxo, ora. Tem tv em todo lado hoje. Tem tv demais até. Aqui em casa somos dois e temos duas. Um casal amigo meu que nem filhos não tem tem três. è Tv a dar com o pau. Peguei um taxi outro dia e lá estava ela. Entrei no consultório médico e lá estava ela. Peguei um ônibus e… Sim, lá estava ela. Até na barca e catamarã já vi TV.
Bota a porcaria da Tv no presídio então. Obriga a passar telecurso primeiro e segundo grau, passem filmes, documentários, o que seja. Fica fácil de manipular. Nâo é assim desde que o mundo é mundo? Como é que político ganha eleição? A força da Tv ao favor de quem manda. Quem tá vendo novela não tá pensando no roubo do Maluf, no do Palocci, nas safadezas da sua prefeitura, nos canalhas dos seus vereadores. A Tv te inebria e você fica ali… Ligado na Matrix…
Eu colocaria também mensagens subliminares e aplicaria borato na alimentação deles. ( borato baixa a libido, é um depressor do sistema nervoso, que deixa eles mais calmos) e dá uma porra duma comida decente. Lavagem é pra porco. Preso é gente.
Dar cursos profissionalizantes, dar livros. Nem é tão caro assim.
Prisões decentes, prédios bem pensados, bem construídos. BAndido perigoso separado de bandido simples. Quem rouba um prestobarba pra poder ir a uma entrevista de emprego não deveria ficar na mesma cela que um assassino serial. Mas fica.
O mundo está cheio de bons exemplos de cadeiras eficientes. Na Suíça, se você for preso tem que estudar. Aqui você vira um peso a mais nas costas de um estado corrupto e ineficiente e nem sequer aprende a escrever o nome. ( do jeito que tá hoje, desejar algo além de um analfabeto funcional é exigir muito do estado)

Eu gostaria de ver uma parada: A opção de doar órgão em vida para reduzir a pena. Pense comigo:

Imagine que vocÊ é um bandido. Matou alguém e foi preso. Pegou 60 anos.
60 anos com a cara no suvaco de um sujeito meio estranho que parece uma cruza do Shreck com o Godzilla. Você aceita reduzir dez anos da sua pena doando parte do seu fígado? ( cresce de novo) Ou uma córnea? (Você tem duas. ) Um rim? ( você tem dois) ou mesmo reduzir logo vinte e cinco anos e doar um pulmão? ( dá pra viver com apenas um) ou mesmo pedaços da sua Pele? ( se você alguma vez já se quimou, sabe como é importante a doação de pele) e a Medula? (imagina pequenas crianças morrendo porque não acham um doador sequer. Ele pode estar no presídio essa hora) A opção é sua, afinal, o corpo é seu.

Por que reduzir a pena em favor de estimular a doação de órgãos? Por um motivo trivial:
NEGO HONESTO TÁ MORRENDO NA FILA DO TRANSPLANTE. E o cara tá com órgão “de sobra” num depósito de gente inútil. Pago por nós.
Pergunta pra uma pessoa que vai morrer e SABE que vai morrer na fila, por causa de um rim se ele não aceitaria – feliz – o rim do Fernandinho Beira-Mar? Eu aceito na hora!
Se o bandido tá lá porque matou, roubou, estuprou, etc, dando a chance de vida a alguém honesto que vai morrer não atenua o dano causado à sociedade pelo próprio bandido?

Nâo é assim que funciona? Exclui-se o preso para um depóstito humano pelo mal causado à nós, a sociedade. Mas e se ele, lá de dentro, faz algo de bom? Nâo devemos reconhecer?
Não é mais sensato e inteligente que estabelecer uma pena de morte?
Tô meio reflexivo hoje. MAs vamos animar essa joça que amanhã tem jogo do Brasil! Brasil,silsilsil…

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Ao vê-lo colocando num mesmo saco toda sorte de traficantes e bandidos de alta periculosidade e o Paulo Maluf, me espanto ao ver como brasileiro é bitolado! Olha só, se você pesar numa balança tudo que fez de bom, e o que supostamente fez de mal o Paulo Maluf, as coisas boas ganham disparado. Mas bota disparado nisso… Não vou ficar aqui citando obras e benfeitorias pioneiras, porque sei que um cego por opção como você tem por hábito simplesmente fechar os olhos pra essas coisas. Disse supostamente o Maluf fez coisas ruins, porque, até hoje, praticamente nada foi comprovado contra ele, diferente do que acontece com nosso atual presidente Lula, por exemplo, cujas falcatruas, suas, dos seus colaboradores e do seu partido, como pagto do mensalão, lavagem de dinheiro sujo e etc estão comprovadíssimas. E no entanto o presidente conta com quase 90% de aprovação popular e provavelmente vai se reeleger já no 1º turno.

    Enquanto isso, um bando de míopes como você, repetem insanamente, a baba escorrendo pelo canto da boca, como que hipnotizados:
    “Maluf é ladrão! Maluf é ladrão!”

    Boa sorte prá você, pequenino… e corre que o próximo episódio do Chaves já vai começar!

  2. O que ele fez de bom supera o que ele fez de mau. Esse tipo de visão distorcida merecia uma manchete de jornal.
    Ora, quer dizer que é assim? Roubou é ladrão, cumpadi. Foda-se você se é cabo eleitoral desse canalha. È ladrão e deveria estar preso. Se fosse na China estaria morto faz tempo.
    Os crimes do colarinho branco, da improbidade administrativa, evasão de divisas e crime contra a ordem financeira ao qual seu candidato cometeu deveriam ser motivos para enterrá-lo eternamente numa cadeia infecta. Se ele fez algo de bom? Ótimo. Mas o pouuco de bom não pode servir de desculpa para não condenar alguém que ganha uma eleição ás cusas do sofrimento do povo e manda dinheiro para paraísos fiscais, e ainda mente com a cara mais deslavada do mundo.
    Maluf é um hipócrita canalha que personifica com grandeza tudo o que há de pior na política nacional.
    Pitta, o assecla dele é ainda mais detestável.
    Eu coloco Maluf na mesma saacola dos bandidos pobres sim. Pra mim bandido e ladrão é a mesma coisa. Quem rouba à mão armada e mata tem o mesmo valor que quem desvia dinheiro de hospitais e creches – que acaba matando muito mais gente do que um bandido só seria capaz – que superfatura obras públicas para beneficiar grandes construtoras.
    A aprovação popular do Lula ocorre porque ele está fazendo uma política que convém a ele, de investir na base social votante. Ele tá fazendo governo para o pobre que não lê, não entende o que ouve no jornal nacional. Mas eu não tenho nenhuma responsabilidade por isso. Por mim tava na cadeia ele, Gishiken, carequinha, delúbio e todos os outros. Na mesma cela do Maluf, pra lotar, hehehe.
    agora, os nomes nas contas, a assinatura dele, empresas offshore em nome dos filhos no exterior, a montanha de dinheiro na Suíça não são provas pra você? Pra mim são mais do que provas. Acho que quem é miope aqui não sou só eu não mané.
    Acorda.

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