Foi de surpresa.
Hoje na escola do meu filho, enquanto esperava ele buscar a mochila para irmos embora, apos a apresentação escolar que marca o inicio das férias, fui surpreendido por uma menina que me perguntou na lata, sem anestesia, sem sequer um bom dia de cordialidade: “Quem é você?”
Em menos de um segundo minha mente pensou em tantas ideias malucas que eu poderia ter dito… E se eu falasse que sou um alien? Ou que sou Jesus? Ela ia levar um susto. Ou talvez eu devia responder que também não sei. Filosoficamente não sei quem sou e que apenas tenho uma pálida ideia, puramente baseada em evidências anedóticas que coleto há quase cinquenta anos.
Mas respondi que era pai de um aluno e me signifiquei ao mundo pelo prisma do meu filho.
Intrigado com a pergunta da menina, questionei se eu poderia fazer algo por ela.
E já sem me olhar nos olhos ela disse: “Não, eu só queria saber quem você é mesmo.”
Ela foi embora, com a certeza de quem eu era.
E eu fiquei ali, com a dúvida.