Como fazer um carrinho para dolly em mesa

Sábado fiquei o dia todo gravando os programas da minha amiga Vivian lá do blog Temperaria. No processo, notei a necessidade de ter um carrinho dolly.

Pra galera que não filma, Dolly é guaraná, né? Mas pra quem filma, Dolly é um dos movimentos que a câmera faz. Quem usa muito Dolly é o Speielberg. Geralmente é usado num movimento lateral de câmera.

Um carrinho dolly é um carrinho com rodas de poliuretano macio, onde você acopla sua câmera. Ele permite que você deslize lateralmente a câmera, registrando uma cena.

Não é um equipamento muito caro, mas é um equipamento extremamente simples. Em geral, você encontra desse troço feito na china, sem ballhead nem nada vendendo no Mercado Livre e similares, como o Ali Express e Ebay por R$ 150 a 200 Dilmas.

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Carrinho de 200 reais

 

Mas sabe como é, tem coisa que é tão simples que vc se sente até ofendido de ter que comprar. Então eu acordei no domingo disposto a fabricar um. Eis que a Nivea me chama para ir no Shopping e tive a ideia de – já que estaria no shopping – comprar um skate bem vagabundo para fazer o meu carrinho em casa.

Chegamos ao shopping, fui direto numa loja que eu achava que teria skate à venda. Achei um Skate meia boca lá, mas era bem caro, mais caro que comprar um carrinho dolly da china e esperar chegar. Então, foi meio frustrante, até que o Davi me apareceu, não sei como, com um pequeno skate na mão. Era um skate rosa, a coisa mais homoafetiva que você pode imaginar sobre quatro rodas, mas as rodas eram roxas de poliuretano, muito macias, e de ótima qualidade, com dureza de 78a.

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O skate não tinha marca, nem código de barras, nada. Peguei o treco e fui atras de uma vendedora. Mostrei o skate e ela me olhou com uma cara de… “isso é pro senhor?”

Eu perguntei o preço. Ela olhou para a outra moça do lado, que estava limpando a loja e para meu espanto, disse:

– Esse é aquele que ia pro lixo, não é?

-É sim! Disse a faxineira da loja.

A vendedora virou-se para mim e confirmou:

– Isso não é produto aqui da loja não. Alguém largou esse skate aqui  tem uns vinte dias já e nunca mais veio buscar. A gente até ia jogar fora.

Diante daquela frase, perguntei a única coisa que fazia sentido:

– Então posso ficar pra mim?

-Pode.

Imagina, meu… Qual a chance de você ir ao shopping comprar um skate e seu filho achar um skate perfeito para o projeto, e você ganhar ele de presente? Meus amigos dizem que foi mais um momento GUMP.

E foi dessa forma que saí com um skate meio gay, mas que era perfeito para meu slider dolly Mcguyver e o melhor: Ao custo de ZERO reais. Estranhamente, era como se eu soubesse que aquele skate estava lá me esperando. Pra ficar ainda melhor, ele tinha um entre eixos curto, de modo que dava o EXATO tamanho que eu estava procurando. As rodas largas, também dariam uma ótima aderência e estabilidade ao carrinho.

Voltei para casa, driblei o Davi que tava achando que o skate era dele, e desmontei a parada. Em seguida, cortei num compensado que eu já tinha aqui (sou lixeiro de primeira e vou juntando coisas que “um dia podem ser úteis” no quartinho da bagunça, que tem este nome por minha causa) três placas. Duas de 13cmX 8cm e uma quadrada de 8,5X8,5cm.

Depois, furei as duas placas grandes, e as liguei na placa central quadrada. Essa placa que tem o parafuso do tamanho de prender a câmera, que eu já tinha aqui (outra sorte).

Com dois parafusos de cabeça hexagonal e porcas, prendi as placas das rodas na placa central, da câmera. Essa separação das duas placas das rodas, permite que eu faça movimentos de giro com o carrinho ao redor de algum objeto, no caso do trabalho da Vivian, ao redor de seus maravilhosos pratos.

Depois de cortados e lixados, furados e montados nos conjuntos de rolamentos do skate gay, o carrinho estava pronto. Dei uma pintura com tinta preta e cobri com um verniz acrílico para proteger a madeira de quinta categoria. E aí está o cara:

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Não ficou a maior das maravilhas do universo, mas… Porra, custou ZERO REAIS!

Mas no final acho que o trabalho vai merecer uma cabeça ball-head para poder inclinar a câmera. Já comprei a cabeça no Mercado Livre por cem pratas.  Ele funciona em mesa ou no chão, devido às rodas de alta qualidade. Ainda pretendo colocar um adaptador para usar um braço telescópico ( de pau de selfie de camelô) nele para poder controlar o bichinho no chão.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Há algum tempo eu estava passando os canais e vi um programa em que o pessoal fazia algumas gambiarras e eles estavam justamente fazendo um trilho para dolly com tubos de PVC, acredito que estabilizam mais a imagem. Tentei encontrar o vídeo para mandar e não encontrei, mas existem diversos vídeos no youtube sobre esses trilhos de PVC e, pelo comparativo (com / sem trilho), realmente faz diferença.

  2. Mais uma vez Philipe humilha “nóis” com seus conhecimentos eruditos sobre filmagens! Desnecessário dizer que você está sendo devidamente plagiado nesta sua ideia!
    Eu queria rogar uma praga nele por estas genialidades soberanas e simples!
    – Isso! Já sei!
    – Philipe Atenção: Um dia um ET vai pedir carona prá você tal e qual aquele filme “PAUL” com Simon Pegg e Nick Frost!

    Abraços!

    • Caro!!!!!! Morri quando li que tu desmontou ele…. Quase chorei. Comprei um desses na Alemanha por 90 euros, pq por aqui custa uns 399; 499, depende do rolamento e da marca. Mas a Penny é a mais cara. O skate era lindo. buáááá
      Meu filho mais velho (15) comprou um usado por 250 dilmas.
      Falando em skate p Davi, faz favor de agora arranjar um para ele dar umas bandas, meu filho de cinco anos e tá se arriscando nas pistas já, até parece um mocinho… kkkkk

  3. Ah, não! Fala sério que deixaram jogado um skate caro desses, novo(ainda com adesivo e rolamento zero) numa loja???

    To achando que o Phelipe viu, gostou, fez questão das rodinhas e não quer admitir que comprou o skate pra desmontar… KKKKKKKKK!!!

    Um bicho desses por aqui tá na faixa das 600 dilmas…

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