Calcinha bege

No escuro tu és pele
No tato tu és vista
Na escola tu és desejo
No desejo tu és negação

Quando vejo não sei se arrepia
Ou se dá outra emoção
Bato olho e já se anuncia
A total ausência do tesão

Desenhada, recortada, com costuras invisíveis
Tu és peça anunciada de catálogo e promoção
Prazer absorto deveras impassíveis
Pra mulher é conforto, pro homem, assombração

Em mulher bonita fica natural
Na feia enfeita o canhão
Está sempre pendurada no varal
Quando não quadruplica o popozão

Emoldurada com laços ou fitas
Com rendinhas palacianas
Ou apenas flores bonitas
És tão pura quanto pérfida
Confidente das fulanas
Calcinhas chiques, calcinhas suburbanas

Calcinha bege, aquela que eu odeio
Tão logo a vejo já quero tirar
Pois de tão feia vou direto pro recheio
Sem embalagem para me preocupar

É coisa que não faz muito sentido
Calcinha bege, a inimiga do cupido
É tentativa de  passar por transparente
E é por isso que eu digo pra mulherada
Melhor não usar nada
e fazer a alegria da gente.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

    • Valeu mesmo, Douglas. Que bom que esta carregando mais rápido. Minha meta é fazer o blog melhor a cada dia. Fica ligado, em breve vou inaugurar uma novidade aqui.

      • Na verdade eu não ligo pra cor de calcinha, a poesia é só uma piada interna da família. Eu brinco com a tia da Nivea que temos que criar uma campanha: “Diga sim ao tesão, vamos extinguir a calcinha bege!” Não sei como essa discussão da cor da calcinha foi parar no twitter e me deu a ideia do poema. Afinal, se já fiz poema pra cachorro moribundo, de beira de estrada, por que não fazer para uma calcinha?

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