As coisas boas do Funk

Eu não gosto de funk. Sinto muito.

Nenhum funk me dá vontade de dançar ou cantar. Parece mais barulho. Acho que eu prefiro ouvir um motor de ônibus.

É claro que eu não estou falando do funk verdadeiro, e sim do funk carioca. Coisas bem diferentes.

Reconheço que esta minha aversão ao funk pode ser em parte atribuída a uma doutrinação classista oriunda de uma formação cultural que sempre prezou pela distinção entre a casa grande e a senzala, onde eu, burguês, branco e nascido distante das classes oprimidas fui adestrado a interpretar como sendo inferior.

No fundo o discurso de que funk é ruim traveste em parte um preconceito arraigado de que musica de periferia é ruim porque pessoas de periferia são ruins. Eu reconheço isso e reconheço também que esta ideia é completamente idiota, uma vez que Cartola, um gênio inegável da música brasileira era favelado. Pixinguinha se não morava no morro (ele morava no Catumbi) vivia entre morros, como o Morro da Conceição, no centro do Rio. Então esta ideia de que pobre não faz musica boa por ser pobre é uma ideia de trouxa. De Zé mané.

O problema é que ocorre uma miséria intelectual ferrada nos dias atuais e isso invariavelmente se reflete na música. No caso, no funk carioca.

A necessidade de letras “que peguem”, isto é, repetitivas e 100% baseadas em refrão como “vai Serginho, vai Serginho…” grudem na sua mente ao ponto de tornarem-se um mantra, se sobrepõe a necessidade de uma música compreensível, para agradar aos miolos. Além do mais, para balançar o “popozão”, não há necessidade nenhuma da música ser compreensível.

Mas vamos pegar por exemplo uma música popular antiga e compará-la a um funk atual. Assim poderemos ver o abismo intelectual que se criou indistintamente em todas as classes sociais do país.

Pixinguinha compôs uma bela valsa e estava durante um bom tempo sem letra. Um dia, enquanto executava a obra na flauta, vinha passando um mecânico do Engenho de Dentro, chamado Otávio de Souza. O cara parou, ouviu por um tempo e se propôs a fazer uma letra.

Era de se esperar que a letra musical escrita por um “mecânico do Engenho de Dentro que vinha passando” fosse um rema-rema idiota. Mas veja só o que saiu:

https://br.youtube.com/watch?v=VUvwqHwQ0LM

Agora escute o melhor funk que puder e compare.

Talvez daqui a décadas ou séculos, os homens do futuro vejam o valor do funk carioca atual, como ocorreu com o Lundu, o precursor do samba, que era detestado pelos sérios homens da “Sociedade”.

Mas eu sou um cara deste tempo e não do futuro. Eu olho o mundo à minha volta com os olhos do meu tempo. E no aqui, agora, funk é ruim. Pelo menos não sou hipócrita de dizer que gosto porque isso vende, porque a Xuxa diz que acha legal. Porque o Luciano Huck toca no Caldeirão. A única coisa que me atrai no funk é sua bizarrice nativa inexorável, que gera coisas bizarríssimas, como o Mc Serginho e a Lacraia (que é quem realmente faz valer o ingresso)…

O problema do Funk, ao meu ver é que ele é hipócrita por natureza, apresentando-se como um campo aberto ao pobre da periferia ascender socialmente. É inegável que existe de fato uma ascensão social no funk, mas esta ascensão não se coaduna com a realidade econômica numa proporção que possa ser considerada justa. Não é. Os funkeiros não ficam ricos. Não há nenhum funkeiro rico, embora milhões de reais sejam movimentados no mercado do funk carioca todos os anos. Mas veja que engraçado, o Dj Marlboro (a quem eu tive a honra de processar) e o Romullo Costa, caras visivelmente distanciados da questão periférica do funk estão cheios da nota. Já teve o ano do Tigrão, do Mc Serginho, etc. A cada ano um novo hit e um novo sucesso embalado como música de verão para as massas. Os sucessos são passageiros, mas a grana preta vai sempre para a mão das mesmas pessoas.

Muita gente que diz que gosta do funk.

Na verdade, essas pessoas podem gostar de outras coisas associadas e acabam a considerar que gostam de funk. Como por exemplo, a alta carga sexual implícita nas danças, letras e coreografias. Quem não gosta de sexo não pode gostar de funk. Mas quem gosta de sexo realmente pode odiar o som mas apreciar a paisagem. O sexo está implícito diretamente e bem claramente, para qualquer burro entender. No ambiente escuro e barulhento. Na mistura de pessoas de todas as classes sociais. Num ambiente que é ao mesmo tempo primal e um campo de batalha onde mulheres disputam seu poder de sedução mais escancarado, chocoalhando as cadeiras e mostrando movimentos de forte cunho erótico.

O funk é em parte um sucesso pela genial mente marketeira pornográfica que embalou-o em uma mistura de sexo e transgressão. Uma receita de sucesso de alto poder de irresistibilidade para muitos jovens de periferia, que viviam num ambiente cujo universo musical ao seu redor que não lhes abria espaço nem sequer para a compreensão.

Além de permitir que um jovem anônimo pobre torne-se um ídolo aclamado por milhares de pessoas nos bailes, o funk funcionou também como uma zona de liberação da tensão social. Até então, havia apenas o carnaval como período de liberação social, mas o advento do funk trouxe um fuzuê extra a todos os finais de semana (começando na quinta) e dando um sentido de ser para as quadras, espaços geralmente relegados ao esquecimento nos dias que não eram de jogo nem de carnaval. Mas seja como for, ouvir funk, mesmo com a melhor das intenções é um sofrimento.

Porém, não posso negar que gosto declaradamente de assistir a dois programas absolutamente trash baseados na “estética” do funk e que passam na TV.

1- Furacão 2000 na Tv. Isso passa de tarde, na hora do almoço, acho que na Band. O programa é uma merda, uma edição péssima e o que existe de mais interessante ali é a atual mulher do Don Corleone do Funk. Acho que o Romullo Costa fez melhor negócio saindo fora da “Mãe loura do funk” e pegando aquela moreninha gata lá. Mas a melhor coisa deste programa altamente educacional é quando mostram os bailes:

Numa cena as barangas estão dançando com a empolgação de funcionários publicos. Mas basta a câmera apontar pra elas que começa uma lânguida rebolação com caras e bocas com o melhor da sensualidade suburbana. Coisa que nem o Wando conseguiria.
E ao fundo (como sempre) outras mulheres dançando procrastinadoramente esperando sua vez de aparecer na Tv.

2- Programa Dança Comigo. Apresentado pessimamente por um tal Jonas Santana. O apresentador é um tampinha que parece mais um trocador de ônibus. Este programa de forte cunho Bíblico, passa de madrugada (na rede Tv ou na Band, não sei).

Vi isso umas duas vezes, num domingo às duas da madruga. O programa “Dança Comigo” é gravado em frente a uma parede onde um monte de mulheres que parecem saídas do puteiro mais baixo-nível da Vila Mimosa dançam fazendo caras e bocas para uma câmera que só não é mais ginecológica porque se fosse, sujaria a lente.

O legal deste programa é que ele é absolutamente mambembe. Não tem cenário e nem pauta. Só as mulheres (umas realmente gatas!) rebolando.
Mas aí eu paro e penso… Ora, a maior diferença disso aí para o “Fantasia” do SBT, é que o programa do pobre funkeiro não dá dinheiro para o telespectador, mas pelo menos, enche a mente dos vigias e porteiros de muitas “fantasias”.
Olha essa letra e compare com a letra do “mecânico que vinha passando”. A verdade é que a educação foi “pras cucuias” mesmo. É a miséria intelectual, meu chapa. Não dá pra esperar nada melhor da nossa sociedade idiotizante e alienante, que desde os tempos mais remotos explora a mulher de todas as maneiras imagináveis.

https://br.youtube.com/watch?v=RLiYzvIRnlE

Naquela noite que eu vi este programa, eu só tive sonho pornô.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Eu poderia escrever aqui um comentário de trocentas linhas concordando com você, mas devido à minha preguiça no momento, vou resumir no seguinte:
    Nunca tinha parado pra escutar a música do Pixinguinha e vi o vídeo até o fim. Fiquei encantada, me perguntando como nunca havia reparado na beleza da melodia e da letra. O segundo vídeo só aguentei ver uns 30 segundos.

  2. Cara, primeiro parabens pelo blog. Conheci recentemente e ja dei muitas risadas lendo as suas historias.
    Concordo com tudo o que vc disse mas Pixinguinha nao eh o melhor exemplo de arstista genial de origem pobre, ate porque ele nao era e nem nunca foi pobre, estudou ate no Colegio Sao Bento. Cartola e Luiz Gonzaga sao os melhores exemplo ,na minha opiniao.
    Falando mais sobre Pixinguinha, o cara era muito foda, tem que ta em qualquer top 5 de maiores nomes da historia da musica brasileira.

  3. Cara, eu adoro suas criticas sociais, nao poderia estar mais de acordo com voce, porem nao pensso que este seija um problema exclusivamente carioca, muito menos brasileiro. E triste dizer isso, mas ao meu ver toda humanidade descambou para este lado, se voce compara um Frank Sinatra con um 50cnts vai ver que a inteligencia em compozicao deu espaco a exploracao sexual nua e crua.
    O sexo esta mais exposto do que nunca, no cinema, na tv, na internet, nos jogos de pc ( gta? ), e claro na musica. E triste ver criancas ¨dancando¨ essas coriografias…
    muito bom o post cara
    abracao
    Andre

  4. Opa Philipe, blz…

    Brother, isso se chama “liberdade de expressão”… infelizmente as pessoas levaram isso ao pé da letra e escancararam de vez o que eles imaginam ser comunicação… eu tb detesto funk do fundo do meu coração… mas não dá pra negar q poucos se salvam dessa linha de musicas sexuais e/ou que fazam apologia ao crime/violência/drogas…
    Exemplo disso é akela música “Dona Gigi”… a letra, ao som do funk, pode até parecer idiota, barulhento, bizarro, e é… porém, é deveras divertido e engraçado, não dá pra negar… tal qual é o som dos Mamonas Assassinas que fizeram um grande sucesso na década de 90… é certo q nas letras não se encontra nenhum tipo de intelecualidade ou beleza, mas em certos momentos do dia acho importante parar de forçar o pensamento tentando interpretar Legião Urbana e se deixar relaxar com as divertidas anedotas musicais q estamos falando aki…
    Mas, voltanto à liberdade de expressão, acho q a culpa dessa devassa musical é em boa parte do nosso governo e da mídia… acho eu q não haveria tanta banalização cultural na nossa música se essas duas partes agisse de forma seletiva (parte da mídia) e restringisse certas letras de conotação sexual/violenta/criminal (parte do governo)…
    Enfim, às vezes sonho com a volta da ditadura militar (idéia idiota, eu sei) que não deixava qualquer coisa ser tocada nas rádios e na tv…

  5. Incrivel! Não poderia concordar mais, mas no fundo acho que o funk assim descarado e em cima dos “popozão”,nasceu no meio daquela onda do “É o tchan”, onde descer na boquinha da garrafa e ver a cobra subir comecou a ser coisa normal e ser dancada por gente de toda idade… a partir dali a qualidade das coisas foi apenas decaindo e ficando cada dia pior…

    eu não suporto nada que se assemelhe a esse tipo de som, ate mesmo boa parte dos rappers americanos me desagradam pq estao sempre na sua “candy shop, esperando para ter seu lollipop lambido”. Para mim estas coisas nao sao musicas, nao chegam perto de soar como musica…

    agora de fato, faz um sucesso estupido mas sempre que pego minha irma de 12 anos ouvindo funk eu sento no computador e deleto todas as musicas de funk presentes, em nada isso pode vir a somar culturalmente para ela.

  6. Cara leio seu blog frequentemente, nunca tive uma necessidade de postar um comentário, mas agora a coisa é diferente, concordo em gênero, número e grau com o que vc falou!

    Acho que vc esqueceu de acrescentar que além de baixar o nível intelectual da sociedade, pois tem gente que realmente considera funk “música”, ele também colabora com a marginalização dos jovens, com músicas consideradas apologia ao crime e também para a “prostituição” de muitas garotas que acham que é o máximo ser cachorra, bandida, a “outra” e por ai vai…Cara se o movimento feminista brasileiro estivesse começando nessa época mulher não teria direitos iguais nem aqui nem no japão, afinal um tapinha não dói, e agora elas tão de sainha, não é isso ? Mulher de verdade hoje em dia é a Andressa do créu ???(e a maldita ainda morava no mesmo bairro que eu, e coisa que ninguem sabe ERA GORDA PRA KCT!!! fez lipo e saiu concedendo a periquita pra todo mundo! pronto explanei :p) Caraio, parem o mundo que quero descer.

    A claro, pessoal classe média/alta que curte funk geralmente diz que só gosta da batida, té parece né ? todo funk tem a mesma batida de fundo, se for por batida vai escutar techno, ou um bom show do stomp.

  7. Bruno eu não disse que o Pixinguinha era pobre no texto. eu disse que ele Morava no Catumbi e vivia entre morros, cercado de compositores favelados e produzindo com eles. Ele não é um exemplo de genialidade pobre. Mas inegavelmente, era de genialidade.
    Cocordo também com o André que o problema é mundial.
    E concordo com o Eduardo que Mamonas Assassinas era legal. eu gostava. Era engraçado e divertido. Tinha uma certa inocência naquele grupo. Pena que o aviao caiu. A merda é que só avião de político que não cai, né?

  8. Cara, entendo muito bem o teu sentimento e tua relação com o Funk CARIOCA. Sinto e penso a mesma coisa, isto é, tenho o mesmo preconceito. Concordo também que vivemos um período de seca em termos de criatividade musical. Sei lá, sou da época em que Rock fazia sucesso no país. Mas isso já um gosto, e não se discute.

    Contudo acho relevante fazer um adendo ao teu post. Existe o FUNK:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Funk

    Commodores, Kool & the Gang e outros tantos são “Funkeiros”. E é um estilo um pouco diferente do que temos aqui: Funk CARIOCA.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Funk_carioca

    Cara, é isso que tu estás te referindo pelo que pude perceber no teu texto. E sim, acho muito, muito, muito ruim.

    Só acho que é importante deixar claro que o Funk e o Funk Carioca, na minha opinião, são coisas bem diferentes. Acredito que só umna questão semântica, mas considerei conveniente levantar a lebre.

    Grande Abraço!

  9. Fico indignada com mulheres que se submetem a esse tipo de coisa. Tolas, sem cérebro. Só pensam em seduzir homens rss
    Acham que a vida delas é feita de bailes, de roupas provacantes…
    Não é a toa que tem muitas meninas grávidas…e sozinhas

  10. [quote post=”1781″]Só acho que é importante deixar claro que o Funk e o Funk Carioca, na minha opinião, são coisas bem diferentes. Acredito que só umna questão semântica, mas considerei conveniente levantar a lebre.[/quote]

    Verdade são coisas completamente diferentes. Por isso que eu especifiquei o funk carioca no texto.

  11. [quote]Verdade são coisas completamente diferentes. Por isso que eu especifiquei o funk carioca no texto.[/quote]

    Bah, foi mal cara. Acho que me passei então. Fica a dica, mesmo assim, pro pessoal ter uma idéia do que é o verdadeiro Funk.

    Abração!

  12. Já fui criticada ao dizer que não gosto de funk carioca (melhor especificar). Me chamaram de riquinha e filhinha de papai (apesar de não ser nenhuma das duas)
    Acho as músicas ridículas, os “cantores” não tem voz pra cantar.
    Eu deveria “respeitar” algo que eu acho um verdadeiro lixo só por eles terem nascido pobres e eu tive uma vida “privilegiada”?

    Há maneiras muito melhores de dançar pra seduzir um homem. Rebolar e sacudir a bunda da maneira como essas dançarinas fazem não é algo que eu considero sexy.

    Muito boa a sua crítica =)

  13. Créu é um dos exemplos mais extremos disso que eu posso pensar.
    As duas bailarinas são extremamente gostosas e a música é extremamente pobre; de fato, a música é brochante, talvez até para contrastar com o excesso de provocação do vídeo das meninas rebolando, com closes que quase enfiam a câmera útero acima.

  14. [quote post=”1781″]adorei o artigo e fiquei com uma pulga atrás da orelha: por qual motivo vc teva a honra de processar o Dj Marboro?[/quote]

    Uso indevido de ilustração.

  15. Bom Felipe, antes mais nada eu queria dizer que eu adoro o Mundo Gump e eu leio ele todo santo dia já faz mais de um ano, ele salva minha vida recentemente aqui no trabalho, as vezes fica tão tedioso que você não faz ideia, e eu aproveito para dar uma paradinha e dar uma lida aqui! : D
    Aproposito, trabalhamos em areas parecidas! Eu trabalho com pós-produção, efeitos em filme e publicidade! E sempre curto ver seus trabalhos em 3D Phelipe!

    Achei bacana o Post, mas vou descordar em alguns pontos.
    Antes de mais nada, eu não gosto de Funk, mas reconheço o seu valor como movimento cultural, e quem sou eu alias para opinar se algo tem ou não valor cultural? A cultura não está aí apenas para agradar e nos fazer bater palmas, ela também existe para nos chocar e nos fazer pensar. E nisso o Funk Carioca cumpre bem o seu papel…
    É um movimento cultural que veio das favelas, um movimento mantido e criado pelos jovens pobres de favela.

    É muito fácil meter o pau no funk pelo seu conteudo pornografico ou no Rap por sua violência, alías é muito facil fazer isso na segurança de um apartamento de paredes brancas digitando em um computador de 3, 4 mil… O Funk e o Rap contam a historia de uma realidade vivida todos os dias por esses jovens de favela, e você usou muito a palavra hipocrita no texto Phelipe, mas esses jovens não estariam sendo hipocritas cantando sobre uma outra realidade sem ser aquela que eles conhecem?

    Tente entender a revolução cultural que esses jovens de favela conseguiram com sua musica. Olhe os bailes que acontecem dentro e fora das favelas, olhe as casas de Rap em São Paulo. Não são apenas favelados que fazem parte desse grupo, ao invés de metermos o pau nesses estilos musicais não deveriamos bater palma para eles pois eles conseguiram fazer que jovens de todas as classes sociais ouvissem – cantassem, dançassem – uma musica feita por eles, com a realidade deles e crua SEM HIPOCRISIA nenhuma?

    Quando o assunto é exploração da mulher ou o modo como ela é tratada como objeto nessas musicas, bem, aí meus argumentos ficam mais ralos. Eu só me pergunto o quanto essa musica não retrata a realidade de muitos desses jovens e mais uma vez, o quanto ela não retrata o dia a dia de algum deles, assim tendo seu valor como movimento cultural vindo das favelas. :D

    Você citou no seu post Phelipe somente o funk de cunho sexual enquanto esse não é o unico funk brasileiro que existe. Dos mais violentos até os mais inocentes, eu tenho uma playlist em casa com umas 6 ou 7 musicas de funk carioca que nada tem haver com sexo e uma dessas letras eu acho que até você vai gostar…
    O que caracteriza o Funk é o seu ritmo, não a sua letra, por isso discordo completamente quando você ataca o genero tomando como exemplo somente os “hits” de radio. Que como vc mesmo colocou no awu post, esses tem uma finalidade unica e somente de conseguir dinheiro. =/

    Bem, por enquanto é isso Phelipe, abração cara e continua mantendo a qualidade do mundo gump, pois ele é show! (E salva as minhas tardes!! hehehe)

  16. Bom, nao tenho nada a crescentar. Mas só queria deixar um elogio, pela forma como foi escrito, e pela opiniao, que compartilho…

    Os textos estao cada vez melhores!

    []´s

  17. Gabu, eh claro que existem varias razoes pra o sucesso do funk.
    Pra mim o problema nao eh soh que ele eh ruim, mas na minha opiniao nocivo. Ate funks que eu gosto como o “Rap das Armas ” ( o pa ra pa pa pa pa pa) se vc prestar atencao nas letras vai ver que eh um absurdo. Fora a apologia ao crime, tem o problema da inferio0rizacao da mulher e da “over” sexualizacao de musicas q meninas de 11/12 anos escutam.
    Tb nao eh monopolio do funk a honra de ser um movimento criado na periferia. Sempre houve isso, com o hip hop, pagode, brega, etc… o funk eh pior do que esses tanto em qualidade musical quanto em “mensagem” social.

  18. Não sei o que o fuck carioca tem de cultura!?????

    Cultura da futilidade e cultura do machismo! Porque ali a mulher é um mero objeto…

    CHEGA DE DISCURSO POLITICAMENTE CORRETO! Funk carioca é uma porcaria que eu coloco no mesmo saco do axé baiano!

  19. È cultural de uma perspectiva antropológica não qualitativa. Basicamente é como as pinturas rupestres. È realmente uma manifestação cultural. Agora, essa manifestação cultural é decorrência do quê? O que vocês acham que leva um garoto a ingressar no universo funk como um “MC”?
    É inegável que existe muito preconceito com o funk, do mesmo jeito que existe preconceito com outras expressões musicais. Quer ver? POr exemplo, música erudita (chamada talvez erroneamente de musica clássica) Se você chegar para um cara que gosta de funk e perguntar a ele o que ele acha de musica classica, (o termo “erudita” não adiantaria muito nesse caso, hehehe) ele vai dizer que é uma musica tocada por orquestra, com um maestro, que é chato, que é grande, que é pra ouvir parado, etc.
    Ou seja, ele vai expor todos os pré-conceitos existentes sobre este gênero musical.
    A questão não é qualificar um tipo musical como melhor que o outro.
    A questão chave é o garoto ingressar no mundo dos MCs para ser explorado e cuspido como um bagaço pelo Romulo Costa e Dj Marlboro porque ele não tem espaço que proponha a ele a compreensão ou o contato com outras estéticas.

  20. Philipe,

    Além de ter ADORADO o que vc. escreveu sobre o tema “funk carioca”,e deixando muito claro a diferença desse para o funk original,foi de uma cartada final a tua declaração aqui acima…
    meus parabéns,pois quando eu leio textos sobre esse assunto com uma abordagem mais do que correta,vejo que não estou sozinho nesse mundo…O que mais assusta,além da famosa exploração sexual das mulheres,são o modo fácil desses “DJ” e “MC” faturarem alto,e cuspir porcaria aos ouvidos alheios…Sou paulista,e atualmente moro no RS,e fico bestificado de como esse “lixo musical” atinge até essas bandas…Realmente uma tristeza de se constatar…
    Mas também remo contra a maré:tenho um blog musical,posto alguma música funk,dentre vários outros ritmos,mas me orgulho de não fazer parte dessa “massa não pensante”,ou seja,alienada,e embalada por bases rítmicas sampleadas com letras sem o menor nexo…
    Gosto de música,e não sou nada “puritano”,curto desde os funks pesados da década de 70 ( e não só os gringos,mas também muito Tim Maia,Tony Bizarro,Jorge Ben,Cassiano,banda Black Rio,e por aí vai) até os raps devastadores de Mano Brown e seus Racionais MC e Public Enemy…
    Porisso de nada adiantar citar erotismo,drogas,pobreza,etc.,pois se a tua mensagem não pode se sustentar,e soar como mais uma tentativa de ganhar dinheiro fácil,então melhor não fazer nada,em prol de gente que preza muito mais esse canal e atitude…
    Forte abraço e continue a nos abastecer com esses maravilhosos textos !

    Mário
    São Leopoldo/RS

  21. coisas boas do funk ,funk nao tem coisas boas vc escuta geante transando so isso mais nada.
    o funk americano e legal pois, tem um ritimo paracido com rock
    e sou fã de rock. x_x

  22. Gostei da postagem, mas essa coisa de preconceito contra o funk não existe. A maioria dos cariocas gosta e dançam esse ritmo em boates. O problema são as letras e o que elas fazem com os Jovens. Esses políticos que estão apoiando a legalização do funk almejam futuros votos dessas massas para as eleições. Sou negro, e suburbano, porém tive boa educação. Nunca me faltou livros, e nunca passei fome. Meu pai trabalhou duro para isso! Sou músico. Meu pai era seresteiro e gostava de choro e alguns sambas. Ninguém gosta de BATIDÃO NA MINHA CASA! Gosto de boa música brasileira tbm, mas o que eu curto mesmo é blues, jazz, fusion e o antigo rock and roll, sendo que este é um gênero de origem negra que nos seus primórdios foi tão discriminado pelos conservadores norte americano. Por isso eu não discrimino outros gêneros musicais, mesmo não gostando. Mas eu não compraria cd de funk carioca para os meus filhos não!!!!! Eles precisam se preocupar em dar uma boa qualidade de ensino a esses jovens carentes. Eu nunca fui rico, e vejam a diferença. Mas eu acho que tudo que é proibido atrai mais, e depois que legalizar, acho que não terá essa repercussão toda. A secretaria de cultura deveria investir no aprendizado musical dos jovens carentes, e outro esporte que não seja o futebol. A música educa a alma e o esporte o corpo. O problema está na educação, e eles não podem fazer letras de música como D´javan RS RS . A educação mudou muito depois de Cartola e Nelson cavaquinho, e o novo poeta da favela é o MC CREU RS RS fazer o que? RS a realidade é essa, e vai ficar pior nos últimos tempos

  23. Bom, o funk é a banalização da musica e da cultura brasileira, que estimula a desvalorização da mulher como ser humano. Reflete exatamente o caos que estamos vivendo em nossa sociedade brasileira. à medida que o dinheiro se torna cada vez mais valioso enquanto isso os bons valores vão sendo deixados em ultimo plano. Ai eu pergunto qual o proveito que tiramos todos nos de “musicas” que exaltam o caos da sociedade atual ? As musicas tem uma função educacional, no caso do funk, cumpre uma função de “des”educar, as pessoas, e isso se torna mais grave ainda se levarmos em consideração que até as crianças, por incentivo dessas maes que tem pessimo gosto musical tocam e curtem essas “musicas” em casa diante das crianças. Funk é um movimento antieducacional, não transmite bons hábitos, estimula a prostituição, inclusive entre as crianças, portanto é uma “musica” que gera o caos social no comportamento infantil e adolescente: Crianças despreparadas, precocemente fazendo sexo, abortos(crime contra a vida), e isso queima etapas na vida infantil e adolescente dessas pessoas,.

    Quanto a solução para combater estes lixos culturais, teriam que ter várias ações, uma delas teria que começar de todos nos, a grande maioria, que detestamos porcarias de funk que “deseducam” as pessoas e as nossas crianças, futuro do pais:

    Na TV, mude de canal ou dial, imediatamente, quando virem ou ouvirem algo relacionado a essas musicas, colaborando para abaixar a audiencia, já que essas emissoras asquerosamente mercenárias, estão mais preocupadas com o ibope($) do que com a reconstrução de uma cultura mais saudável no pais. E manter no canal quando na tv passar musicas com conteudo decente, estimulando a tv a passar cada vez mais o que é de bom conteudo.

    A apreciação do funk também tem a ver com mulheres que viram uma geração de mulheres, que foram frustradas sexualmente diante de várias proibições, e que diante dessa exagerada libertinalização ao sexo, ultrapassam os limites do bom senso. São “mulheres” sem noção, que acham que vale tudo para “liberar geral” achando que estão exorcizando a antiga repressão sexual femina agindo desse jeito, quando na verdade elas estão desvalorizando o corpo feminino, e a elegancia feminina, ou seja se tornam mulheres sem classe, vulgares, que só despertam desejos nos homens que as querem faze-las de meros objetos sexuais descartáveis , colocando as no ultimo patamar da desvalorizaçao da mulher, mas elas pensam que estão abafando que são poderosas. Sinto muito pena delas, porque são meros objetos descartáveis. E é o que eu sempre digo: É a mulher quem demonstra com os seus atos, como ela quer que o homem a veja. Se ela for uma mulher sem classe e vulgar, isso despertará no homem a imagem de uma “mulher objeto descartável”, que se deve usar uma vez ou duas e “jogar fora”, pra pegar a proxima descartável !! Se ela for uma mulher de classe, com boa cultura, sem deixar de ser elegantemente sensual, ela vai ter uma imagem de deusa diante de inumeros homens, porque consegue ser sensual sem ser vulgar.

    Exemplo: Mulher melancia ( dança truculenta, sem classe e vulgar)
    Shakira (dança com classe e elegancia, e é sensualissima sem sem vulgar) Perguntem o que nós homens achamos dela.

    Mariah Carey, dança sensualmente sem ser truculenta nos movimentos do corpo, não perde a elegancia e a classe feminina, e dança sensualmente sem ser vulgar. Ao mesmo tempo que se valoriza como mulher, também atrai todas as classes de homens, aos contrario da mulher melancia.

    Essas duas mulheres, pelo seu estilo de se movimentar e dançar agrada a todas as classes de homens, alem de não passar a imagem de mulher objeto, mulher futil.

    Já a mulher melancia, não agrada a todos os homens, porque há muitos homens que se enojam de mulheres muito vulgares não pelo corpo, mas pela forma vulgar como dançam. É verdade que a grande maioria deles apreciam a mulher melancia, mas como um objeto descartável. Já a postura das dançarinas sensuais nao vulgares, atraem os homens para algo mais sério como namoro, e não apenas como mais umazinha na coleção das que ele já comeu.
    É fato incontestável, que mais homens vão apreciar e valorizar muito mais a mulher sensual do que a mulher vulgar. Ser vulgar, dançar funk é se desvalorizar como mulher diante dos homens, ser sensual e dancar com classe, é agradar a todas as classes de homens,com o bonus de não ser desvalorizada como mulher.

    Funk promove a vulgaridade e desvalorização da mulher ao mais baixo nivel humano.

    Mulheres temos exemplos mais eficientes de como atrair e ser atraentes aos homens sem serem tratadas como objetos descartáveis: É plenamente possivel ser elegante e ao mesmo tempo ser sensualíssima.
    Mas é impossivel ter classe e elegancia, dançando truculentemente um funk, que me lembra um termo muito escroto é o mesmo movimento de um “tiaca tiaca na butchaca ! (rs)Isso é belo na intimidade a dois, agora na rua perante todos, sinceramente é muito escroto ver uma mulher fazer movimentos tão truculentos diante até de crianças.

    abs a todos

  24. Vou dizer: eu evito ouvir o máximo que posso música brasileira
    Música tem que ter [ se for os 3, tá ótimo ]
    – Boa letra
    – Boa parte instrumental
    – A voz do cantor [ou da cantora] deve ser agradavel
    Música Brasileira n tem mais nada disso ._.
    E pra falar sério, música japonesa se enquadra perfeitamente nos 3 itens acima ^^
    por isso q só escuto musica japonesa agora

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