A festa

Naquele tempo, nós éramos apenas três. Três meninos.

Me refiro aos meus irmãos. Desde muito tempo, nós esperávamos pela chance de ter uma irmã. Minha mãe sempre desejou ter uma filha, mas só tinha meninos. Quando nasceu o André, o caçula, o médico cortou as tropas da minha mãe e não contou a ela. Anos depois minha mãe se submeteu a uma cirurgia para desligar as trompas, que não estavam lá, o que resultou em uma profunda frustração.

Meus pais então ingressaram na fila da adoção, em busca de uma menina. Quando a oportunidade surgiu, nós já éramos adolescentes. E foi naquele dia, no dia em que eu ganhei duas irmãs lindas, que aconteceu esta aventura.

A FESTA

Nós estávamos na piscina, ali no Play do prédio batendo papo, quando eu comentei que meus pais haviam viajado para adotar nossas irmãs. O Pedro, nosso amigo do 13, imediatamente surgiu com uma ideia maluca de fazermos uma festa de comemoração. Aquele era o típico final de semana em que ninguém viajou,e estava todo mundo meio que sem ter o que fazer. Para completar, não havia nenhuma grande festa ou evento que conclamasse a galera.

Naquele tempo, havia dessas festas. Eu me lembro bem de algumas em que eu fui. A CEIA, o grêmio estudantil do Abel em conjunto aos grêmios estudantis dos outros grandes colégios de Niterói, como o São Vicente e o Salesiano, realizavam junto com uma empresa chamada Estilo & Performance umas “mega-ultra-bombastic” festonas. Famosas foram as “Noites do arrepio”, que eram festas meio halloween, meio dark. Naquele tempo, não existiam as haves. Pelo menos não com a popularidade e o jeito de hoje. Aquilo era o embrião que foi dar origem as grandes haves com música eletrônica alguns poucos anos depois.

Mas como eu ia dizendo, não havia nenhuma grande festa naquele dia e as opções de “night” eram bem restritas para uma galera que não tinha carro. (todo mundo, tirando algumas pequenas exceções, que eram os caras da família Vergetti do quarto andar, que eram ricos e mais velhos e andavam todos perfumados freqüentando as cobiçadas boates do Rio)

Mas depois que o Pedro propôs a ideia, eu fiquei de pensar se daria para fazer uma festinha pros amigos do prédio ou não.

Fui para casa tomar banho e jogar videogame. Depois de um tempo que não deu nem meia hora, tocou a campainha. Era o Pedro e o Sassá (Alessandro). Os dois vieram com um pacote de biscoito para me convencer a fazer a festa. Então o Pedro pegou um biscoito e começou a enfiar um biscoito atrás do outro na minha boca. Era um esquema engraçado de lavagem cerebral e eu e meu irmão Raphael acabamos topando a ideia de fazer a festinha.

O esquema seria: Cada um traz uma bebida ou comida. E a festa começaria as dez. O Sassá ia trazer o som, o Pedro umas garrafas de cerveja, fulano umas pipocas, salgadinhos e por aí vai. O Sassá ficou de chamar a galera. Eu calculei os caras do prédio em uns vinte malucos. Basicamente, essa galera era o pessoal da banda Scrap Iron, formada pelo Sassá, Pedro, Leo -Danone e Fabrício. Naquele tempo a banda ainda se chamava dimetiladimeditildilafenilpirazolona – Mas por ninguém conseguir falar o nome da banda, mudaram o nome dela para Scrap Iron dias depois)

Eu e o Raphael iríamos dar uma arrumada na casa. Entenda por “arrumada”, pegar todos os móveis, bibelôs, quadros e qualquer outro bagulho “quebrável” e trancar isso tudo no quarto virgem, que iria ser o quarto das meninas.

Deu um trabalho do caramba tirar aquilo tudo, e quando finalmente terminamos, estava em cima da hora de tomar banho colocar a roupa e finalmente abrir a porta para os amigos do prédio.

Quando deu nove e meia tocou a campainha. Era o Raul. O Raul era um amigo nosso do Oito. Ele avisou que o “pessoal” já estava chegando. Estavam se concentrando na portaria para chegarem juntos. Dali a dois minutos, tocou a campainha. Eu fui abrir e o que eu vi deixaria qualquer um bolado.

Era uma tamanha mutueira de gente, que o corredor do meu andar parecia mais a entrada do Maracanã em dia de clássico. Havia uns dois ou três rostos conhecidos no meio da galera, mas a massa de gente que invadiu a minha casa era na sua absoluta maioria completos desconhecidos. E TODOS eles estavam carregando APENAS bebida alcóolica. Não havia nenhuma coca-cola, suco, água ou guaraná, salgadinho ou biscoitinho. Só o que me lembro foi de um simplório saco de pipoca. Era Velho barreiro, 51, Vodka, Uísque, aquelas bebidas “coolers” e quando muito, um refri de segunda linha, como Mineirinho, Grapete ou latinha de Fanta Laranja. A massa mesmo, trazia a boa e velha cerveja ou só a barriga.
Foi aí que eu caí na real que cada pessoa tomou a liberdade de chamar um amigo e isso se propagou em uma gigantesca rede social, e foi amplificada pelo nível absurdo de relacionamentos que o Sassá mais o Popô – irmão do popozinho lá do 12 – tinham.

Minha casa virou o Orkut, mané. Era tanta gente desconhecida que eu virei um anônimo. Ninguém sabia quem eu era, e por isso, não respeitava. Digamos que havia tanta gente na minha sala que ficou impossível respirar. A sorte é que o apartamento tinha uma enorme varanda e eu corri lá pra fora.

A festa começou a bombar e o Sassá discotecava como ninguém, rolando todo tipo de som. A galera dançava e bebia. Volta e meia, alguma boa alma me levava um copo de vinho ou de vodka. E assim a festa foi rolando.

Quando deu duas e meia da manhã, como era de se esperar, alguém ligou lá pra casa. A coisa ficou feia, porque conseguiram me chamar na varanda para ir atender o interfone. Era o síndico ameaçando chamar a polícia. Eu prometi tomar providências.

As providências foram: ir até o Sassá e pedir para ele pegar leve no som. Mas obviamente, o Sassá estava meio manguaçado e aumentou ainda mais o som. Eu percebi que era apenas uma figura decorativa naquela zorra. Aí que eu resolvi recolher-me à minha insignificância e retornar para a varanda junto da Fer, do Popozinho e se não em engano, do Raul. Liguei o foda-se.

Quando a fome apertou, eu fui até a cozinha em busca de algo mastigável. Quando cheguei lá o que eu vi foi aterrador. Uns dois caras que eu nunca vi mais gordos estavam depenando a geladeira. Eles estavam comendo TUDO que tinha. E Tudo era TUDO mesmo, incluindo as alcaparras da minha mãe, as azeitonas do meu pai e até o tempero de fazer bife! Eu olhei na pia e ali estava sentado sobre o mármore branco o Diovanni (nome mudado propositalmente).

Pausa para falar sobre o Diovani:

O Diovani era o cara que morava uns andares abaixo do nosso. Ele morava na coluna três e eu na quatro. Mas isso nunca me impediu de ouvir quando ele brigava com a irmã dele. A irmã do Diovani era ele mesmo, vestido com uma peruca. Não, não estou dizendo que ele era maluco, mas é que a irmã dele era A CARA dele. Muito igual mesmo. E quando eles brigavam, era briga de faca meu!

Pra piorar, este cara tinha uma mãe que era bastante brava. O pai dele era um cara tranquilão. A gente se conhecia desde pequeno. Lembro que quando ele era bem pirralho mesmo, a fama do Diovani era que ele tinha a mania de se convidar para ir na casa dos outros e depois que chegava lá não ia mais embora até que a pessoa colocasse ele para fora. Depois ele cresceu e melhorou um pouco isso.

O Diovani tinha um irmãozinho que era chato pra caralho. Talvez por isso, pela pressão da irmã maluca, a mãe brava e o irmãozinho chato, ele era o candidato ideal para fazer merda. Varias vezes, o Diovani arrumou confusão em boates e festas. Mais de uma vez, apanhou na rua. Mas ele era um cara muito gente boa. Todo mundo gostava dele, apesar de saber que na época de guri, se convidassem para ir em casa ele não ia mais embora.

Mas voltando ao assunto, Diovani estava sentado na pia com a boca ENTUPIDA com alguma coisa que eu não consegui identificar o que era. Depois que eu fui saber que era massa de pizza. Ele chegou com uma fome do caralho na festa e abriu a geladeira, desencadeando o frenesi de gula nos “convidados” desconhecidos (larica) que estavam habitando a minha cozinha. O Diovani encontrou a massa de pizza que a gente tava guardando para o almoço do dia seguinte. Ele não se fez de rogado e comeu a massa de pizza pura.

Eu estava ali bolado olhando a cena quando eu vi cocaína pela primeira vez na minha vida. Tinham uns caras mais velhos cheirando, que eram amigos do “Minhoca”. O Minhoca era um cara semi-barra pesada que era amigo do Júnior do sexto andar bloco B. Os amigos do Minhoca estavam cheirando cocaína num prato da minha mãe, em cima da máquina de lavar. E quando eu vi aquela cena, comecei a pensar que aquela porra de festa tinha sido uma bela duma cagada, e que ia acabar mal. Reconheço que fiquei com medo daquela situação e fugi.

Resolvi voltar para a varanda e fazer de conta que eu não tinha visto nada. Ao passar pela sala, notei que alguns convidados estavam dando “mosh” (aquele tipo de pulo que se dá do alto do palco do show em meio a multidão) no sofá da minha mãe. A certeza de que eu estava fodido aumentou ainda mais. O Sassá tacava um Pearl Jam, Alice in Chains e até uma porra maluca chamada Mr. Bungle e a turba encachaçada saltava no ar sobre o sofá. Uns caindo sobre os outros.

Foi nesta festa, lá pelo início dos anos 90, quando o Collor estava virando presidente,  que o Ricardo Young ficou com a Kallina, que era minha vizinha de cima. Eles namoraram por um tempo, mas o namoro não foi em frente. A Kallina era uma menina muito inteligente, mas eu falei pouco com ela durante o tempo que morei no prédio. É uma coisa curiosa isso, porque a Kallina tinha extamente o perfil de mulher que me atrai. Eu tinha a completa clareza disso e sabia que se eu conversasse com ela mais de dez minutos, eu sairia de lá completamente apaixonado por ela, então eu nunca me aproximei muito. Nunca tive coragem. O máximo de proximidade que tivemos em mais de dez anos morando um em cima do outro foi trocar um livro o Lobsang Rampa. A família dela era super legal também. A mãe dela se dava bem com a minha, porque eles tinham um vazamento no banheiro que nunca se resolvia. Volta e meia ela aparecia lá em casa para acompanhar as 204567 obras que fez para conter o vazamento do banheiro social dela no nosso.

Mas voltando ao caso, fui de volta para o último lugar de relativa normalidade na casa, que era a varanda.

Ali eu permaneci por mais um tempo, tentando não demonstrar meu total desespero de ver a coisa sair completamente do controle.

Lá pelas tantas, me veio a mente uma maneira interessante de dar uma segurada na turba. Fui sorrateiramente até a sala e peguei o telefone. Disquei 109. Naquele tempo, discar 109 fazia o telefone tocar sozinho minutos depois. Talvez isso funcione até hoje.
E não deu outra. Quando o telefone tocou, alguém que estava perto ouviu e gritou para o Sassá. Ele desligou o som na hora. Foi como se todos acordassem de um estranho transe. A festa parou. E começa todo mundo a me procurar. Eu estava malandramente na varanda, olhando a cena de rabo de olho. Então eu fui até a sala. Toda a festa estava parada me esperando atender o tel. Muita gente foi descobrir quem era o dono daquela casa naquele momento.

Eu atendi e em mais uma bela atuação digna do oscar, fingi que estava falando com meus pais. Na conversa imaginária eles diziam que haviam recebido uma ligação do síndico e queriam saber se eu estava dando uma festa. Silêncio sepulcral.

Foi engraçado fingir que falava que não, que não tinha festa nenhuma, e ver na cara de cada um deles a expressão de medo.

– Oi mãe. Não… Não… Não, mãe. Eu tava dormindo.

Falou o quê? festa? Que festa?

Não mãe. Não tem festa nenhuma.

Ele tá maluco.

… Vai o quê? Polícia? Que isso! O síndico pirou. Só quem veio aqui em casa foi a Fer e oPopozinho. A gente trava jogando videogame. Só isso.

Já. Foram embora. Não tem festa. Pode ficar tranqüila.

– Eu ia falando isso e a cada intervalo as pessoas se entreolhavam. Foi engraçado olhar para a galera da cozinha ao mencionar que o suposto síndico ia  chamar a polícia. Foi um momento memorável da festa.

Quando eu desliguei o telefone fiz o sinal para o Sassá religar o som, porém mais baixo. A estratégia funcionou relativamente bem. Mas em dois minutos, a balbúrdia tomou conta da minha casa e as pessoas voltaram a dar Mosh no sofá da minha mãe.

Lá pelas tantas, em plena festa, começou uma correria de gente para a varanda. Eu pensei: Ih, é briga!

Não era. Antes fosse.

O Diovani pegou uma garrafa de vodka Kovak e uma garrafona de dois litros de Grapete e bebeu junto. Nada demais para quem estava horas antes, comendo a massa de pizza semi-crua da geladeira.

O que eu sei é que o Diovani ficou completamente doidão. Foi até o meio da pista de dança, sala e entrou em erupção, esguichando aquele vômito vermelho de grapete com Kovak pela casa toda.

Foi uma tremenda gritaria. E em seguida, o Diovani caiu sobre a poça de vômito vermelho. O cara estava em quase coma alcoólico.

Eu apenas observei que algumas pessoas pegaram ele e levaram lá pra dentro. Eu imaginei que levaram ele para o banheiro, para lavar o rosto dele, reanimá-lo.

Metade das pessoas foi embora com o episódio da “erupção” do Diovani.

Dali a um tempo, toca a campainha. Veio correndo alguém me chamar na varanda. A pessoa aflita falava sobre a mãe do Diovani. Eu fiz o clássico sinal de cortar o pescoço para o Sassá e ele novamente desligou o som. Acendi a luz. (confesso que foi só quando eu acendi a luz que via a extensão cataclísmica da poça de vômito bordô no piso de tábuas corridas da sala.)

Para piorar a minha situação, ali na minha porta, em pleno horário de três e varada da madruga, em pessoa, estava a mãe do cara. Tradicionalmente brava e pronta para tocar o rebú.
A primeira coisa que ela me perguntou foi se a minha mãe estava sabendo daquela festa. Eu disse convictamente que sim. E sabia que aquele era meu fim. Eu estava ciente que tão logo minha mãe botasse o pé lá em casa aquela vizinha iria aparecer para contar os podres dos filhos dela. E eu ia me ferrar de verde e amarelo.

A segunda pergunta foi ainda mais embaraçosa que a primeira:

– Cadê o meu filho? – Disse ela olhando em volta.

Eu, consternado, não sabia o que dizer. Eu apenas olhei para a poça de vômito sob meus pés e meu olhar conduziu na direção do corredor. Instintivamente o bando de convidados bizarros abriu como se fosse o mar vermelho. E o que eu vi foi a porta respingada de vômito do banheiro.

A mulher não perguntou mais nada. Ela foi entrando e empurrando as pessoas. Esbravejou qualquer coisa como “matar o Diovani”. Ao chegar no fim do corredor que dava para o banheiro, começou a esmurrar a porta. Não havia resposta. Depois de algum tempo daquele inconveniente barraco, ouviu-se o som da descarga e a porta se abriu. Ali estava uma moça. Não era o Diovani. E taca a mãe do cara a buscar ele pela casa. Eu comecei a pensar que ele havia dado no pé. Procuramos no quarto dos meus pais, no meu e na cozinha, mas não havia nenhum sinal dele. Tive medo que ele tivesse se jogado da varanda.

Foi quando a mãe do Diovani  forçou a porta do quarto das meninas. Estava trancado. Eu havia trancado o quarto delas com todos os moveis e coisas caras da minha mãe para evitar que se quebrassem na festa. Eu disse que ele não estava lá, porque eu havia trancado aquela porta. A mulher deu um piti e começou a gritar comigo que eu tinha que abrir.

Eu peguei a chave e abri a porta. Ao abrir, a perplexidade tomou conta do meu ser.

Ali estava uma poça de vômito e bolotas de massa de pizza. Caído sobre um colchonete, estava a carcaça apodrecida e marinada em vodka KOVAK do Diovani. Emborcado, com a metade da cara mergulhada no vômito.

Eu percebi depois que a chave da porta do corredor abria a porta do quarto das meninas.

E como se não bastasse aquela cena de filme de terror eu tive que assistir a mãe barraqueira dele levantando aquele corpo nauseabundo e enfiando-lhe a porrada. O Diovani tava tão mal que reagiu minutos depois de tomar vários tapas na cara. A mãe dele conseguiu colocá-lo semi-acordado. E mandou ele lavar o rosto.

Diovani cambaleou até o banheiro e fechou a porta. Eu ouvi mais um a vomitada e em seguida o som de alguém escovando os dentes.

– PUTAQUIPARIU! – Pensei.  Ele escovou os dentes com uma das escovas lá de casa. Poderia ser qualquer uma. Até a minha.

A mãe dele esmurrou o banheiro novamente e ele saiu de lá com a camisa toda molhada. A cor agora era rosa, mas o cheiro ainda era o mesmo. A mulher saiu berrando e dando esporro em mim e no Diovani. Não a recrimino. Eu faria o mesmo se fosse com meu filho.

A festa estava chegando ao fim. Não havia mais clima de festa. Meus pais chegariam na tarde do dia seguinte e eu teria muita (MUITA!) coisa para arrumar. Todos foram embora. E eu me vi sozinho, com meu irmão em meio a uma sujeirada que mais parecia a chepa da festa de primeiro de janeiro.

Larguei a merda toda suja e vomitada e fui dormir.

Sete horas da manhã, a campainha tocou. Eu levantei assustado pensando que meus pais anteciparam a volta. Em pânico e tremendo por dentro fui até a porta e lá estava ninguém menos que Diovani. Ainda bem grogue. Eu pensei que ainda estava sonhando.

– OI. Eu vim limpar a merda que eu fiz! – Disse ele se apoiando na parede.
– Ah, cara… Deixa, a gente já limpou, cara! ( atrás de mim as imagens grotescas do pandemônio da festa)

– É mesmo?

– É.

– Então tchau. Desculpa o mau jeito aí.

Ele foi embora e eu tentei voltar a dormir, mas foi impossível. A adrenalina desencadeada pela ideia da minha mãe antecipando a volta para casa me impediu de pregar o olho. Levantei e passei o dia TODO limpando a casa.

Quando meus pais chegaram, não havia nenhuma evidência da festa lá em casa, tirando uma estranha pegada. Um NAURU – o sapato da moda na época – estava desenhado no teto da sala.

O lance das meninas era forte demais para causar qualquer atenção aos pequenos detalhes. Elas eram lindas. Todas as atenções se voltaram para a Danielle e a Leonor e nossa festa passaria em brancas nuvens, pelo menos até minha mãe dar de cara com a mãe do Diovani no elevador. Mas eu minimizei os riscos. Eu contei pra minha mãe que demos uma festinha em comemoração das meninas e ela ficou toda satisfeita.

E aí nunca brigou com a gente. Limpar o vômito do Diovani já havia sido castigo suficiente.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. IhaoiehaoiheAHeaihea, meu deus, como que conseguiram deixar uma pegada NO TETO?? Sua atuação ao telefone deve ter sido digna do Oscar, tinham que ter filmado para a posteridade!

  2. Minhas irmãs tinham 2 e 3 anos. Eu tinha uns 16 ou 17.
    Até hoje não sei como o Nauru foi parar no teto. Lembro que fiquei muito tempo pensando como aquilo pode ter acontecido.
    Suponho que foi lançado para o ar quando alguém se empolgou no mosh e ele carimbou o teto. isso me parece a coisa mais plausível, já que o pé direito do apartamento não era muito baixo.

  3. shauosihauhahsaisas
    cara, ja passei por uma parecida com essa, mas em “menor escala”, digamos…
    Na hora, vc pensa q vai ser esfolado vivo pelos seus pais, mas quando passa, rende varias gargalhadas :D

    muito bom, abs!

  4. hAUhauAHuahuahu

    é dessas histórias que eu tava falando no topico anterior.

    O seu blog devia chamar “A gente se fóde, mas se diverte!”
    UHuhauahuah
    Abraço Philipe!!

  5. oie…
    como testemunha e convidada da festa…posso dizer q foi maneeerrríssima…e também contada com toda a verdade em detalhes…
    bjão amigão…

  6. EHAUeahue muito legal, conheço o teu blog há algum tempo mas nunca tinha lido essas histórias…
    Todo mundo tem essas histórias de guri… ficou bem divertido de ler o teu texto, parabéns!

  7. HUSHUAHUSAHUSHAUHSUAHSUAHUSHAUHSUA ‘

    Veioo… ri mto!

    A última vez que eu dei uma festa em casa escondido, uns cara lá levaram maconha, cocaína e crack.
    Tirando que dois desmairam por causa da bebida, eu passei dois dias na prisão para adolescentes, pois eu fui acusada de levar drogas para uma festa, fazer barulho em prédio as 4:00 da manhã e ainda ser menor de idade. Meww, eu juro que eu chamei meus amigos e disse qe eles podiam levar qem eles quisessem. Pra quê. Eu me fudi, fudi minha amiga e meus pais. D:

    Depois dessa, nuna mais.

  8. nossa essa historias me lenbrou da epoca que eu morava em um prédio, a galera só se juntava pra fazer cagada.
    melhores anos da minha vida

  9. Caraca mas o nome não é Giovani,rararara,ele chegava lá em casa e falava assim :Ele….Oi ! eu -Oi ? Ele – Tdo bem ?eu – bem …,…-um vazio- Ele – Posso beber água ? Eu – Pode né..Ele – …glub , glub ,posso entrar ?Eu -…pode né …(fazer oquê)Ele – Vamos jogar computador ?Eu – pode !(droga) .
    Aí ele só saia meia noite ….pode crêr!!

    • Eu mudei o nome para não dar galho. Ele ameaçou me processar. Nem tinha me ligado que essa parada da nossa infância/adolescência queimava o filme dele. O cara levou a sério e ficou puto. Pedi desculpas, mas acho que não adiantou.

  10. PÔ ,TODOS GOSTAMOS DELE ,PODIAMOS DAR UMA MORAL POIS ELE SEMPRE FOI A DIVERSÃO DA GALERA ,AFINAL ,QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO !!! A NÃO ,É MELHOR DEIXAR QUIETO ,A TEMPERATURA DA PANELA NÃO DEVE TAR FRIA !!

  11. Já passei por algo parecido (em menor escala)… Teve um tempo que eu morava no Barreiro (zona Oeste de Belo Horizonte); eu dividia aluguel com dois amigos (bem mais novos que eu), numa casa minúscula que tinha um quintal gramado gigante! Quase todo fim de semana tinha festa… Na última chegaram a quebrar a pia do banheiro; foi o fim da picada, e felizmente foi o fim das malditas festinhas. Pouco depois mudei para um micro-quarto (um oitavo, na verdade), numa pensão no centro de BH, onde resido até hoje.

  12. D: D: :( vc:P/:love: D: romario :love: :cool: :ohhyeahh: :shocked: :sly:
    :argh: :$ :*( x_x :wow: :] :*( x_x :X :love: :love: :love: :( 0_0 :curious: :$ :|

  13. Já passei por algo parecido (em menor escala)… Teve um tempo que eu morava no Barreiro (zona Oeste de Belo Horizonte); eu dividia aluguel com dois amigos (bem mais novos que eu), numa casa minúscula que tinha um quintal gramado gigante! Quase todo fim de semana tinha festa… Na última chegaram a quebrar a pia do banheiro; foi o fim da picada, e felizmente foi o fim das malditas festinhas. Pouco depois mudei para um micro-quarto (um oitavo, na verdade), numa pensão no centro de BH, onde resido até hoje.

    Leia mais: http://www.mundogump.com.br/a-festa/#comment-157090#ixzz0hhJrVzoY
    Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial

    PÔ ,TODOS GOSTAMOS DELE ,PODIAMOS DAR UMA MORAL POIS ELE SEMPRE FOI A DIVERSÃO DA GALERA ,AFINAL ,QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO !!! A NÃO ,É MELHOR DEIXAR QUIETO ,A TEMPERATURA DA PANELA NÃO DEVE TAR FRIA !!

    Leia mais: http://www.mundogump.com.br/a-festa/#comment-157090#ixzz0hhJuD5jD
    Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial
    :love: :P stopx_x :worry:
    A última vez que eu dei uma festa em casa escondido, uns cara lá levaram maconha, cocaína e crack.
    Tirando que dois desmairam por causa da bebida, eu passei dois dias na prisão para adolescentes, pois eu fui acusada de levar drogas para uma festa, fazer barulho em prédio as 4:00 da manhã e ainda ser menor de idade. Meww, eu juro que eu chamei meus amigos e disse qe eles podiam levar qem eles quisessem. Pra quê. Eu me fudi, fudi minha amiga e meus pais.

    Leia mais: http://www.mundogump.com.br/a-festa/#comment-157090#ixzz0hhJzgYqt
    Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial

  14. Caramba, muito boa,rs.
    Alias to me divertindo lendo as suas histórias.
    Como vc deve saber,vc é um ótimo contador delas.
    Conheci vc no programa do Jô que passou sua entrevista
    nessa semana,
    fiquei curiosa pra conhecer as suas histórias…
    to amando até coloquei indicação num blog
    que tenho junto com mais 2 amigas.

  15. Mais uma vez o nosso amigo Philipe compartilhando suas façanhas conosco…
    que doidera hein Philipe… você teve foi muita sorte, eee saudades do nauru, já foi muito famoso mesmo.
    Obg por mais este relato engraçado amigo :)

  16. Isso me lembra da festa que eu fiz aqui no meu apartamento… me ferrei no final kkkk’ 
    Adoro suas histórias, Philipe! E essa aí foi uma das melhores!

  17. Nossa!!!menino!!! Há mto tempo não lia algo tão bom, hilário e irreverente…
    descobri ha pouco seu site….mas creia… lavei a alma ao saber q temos escritores
    e contadores de histórias como vc….
    Me remeti à Marian Keyes, ou à Sabino … talvez  á Rubem Braga…
    Ah vc… com essas hipérboles contagiantes …
    abrcs…continue … sucesso!!!

    • Nooooossa, calmaí. Assim meu coração vai pro saco. Não me compare com esses gigantes. Perto deles, sou só uma pulga. Mas a pulga também morde, né?

  18. tenho um pavor mortal faz 5 ou 4 anos que não vomito, só o faço em caso de vida ou morte… olhe eu iria aceitar… quer dizer ir mandar o Diovani limpar o vomito pq tenho pavor a vomito, pelo menos o vomito ele tinha que limpar… muito legal essa história!!!

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