Véus de mármore

Tem que ter as skills em nivel jedi para esculpir isso aqui no mármore.

Essa escultura abaixo, “A virgem velada” é uma das mais impressionantes que eu já vi na vida, é do artista italiano do século XIX Giovanni Strazza.

 

Pensa no grau épico de dificuldade de modelar um véu sobre um rosto num material que está entre os mais duros do planeta, o mármore ( mineral de dureza 3 – escala de Friedrich Mohs). Outro problema é que o mármore não tem adição. É uma escultura 100% feita por subtração. Por isso que dizem que para esculpir uma figura, você pega o bloco e “simplesmente tira tudo que não é a figura dele”.

 

Já tá humilhado? Espere até descobrir que não é só essa. Existem grandes esculturas que criaram belíssimos véus de mármore:

 

 

Véu de mármore10

Pensa no nível de dificuldade de esculpir isso aqui sem quebrar:

Este é um monumento ao pai do príncipe Raimondo, Antonio de Sangro (1.685-1757)
O nome italiano do monumento Disinganno é muitas vezes traduzida como “decepção”, mas não no sentido convencional disso, e em eslavo eclesiástico – “A liberdade do feitiço”.
 “A liberdade do feitiço” (depois de 1757) de Franschesko Kvirolo e é a mais famosa de suas obras, pela habilidade em fazer esta rede.
Toda feita em uma única peça de mármore e pedra-pomes, Kvirolo foi o único mestre napolitano que aceitou o desafio. Outros grandes escultores amarelaram, acreditando que a rede iria quebrar em pedaços.
Escultores fantásticos dominam há séculos a arte do recorte preciso da pedra. 

E que tal essa textura de pele, de Lorenzo Berdini, que retrata o sequestro de Perséfone?

O cara tinha só 23 anos de idade quando a fez, em 1621. Olha no detalhe:

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Acho q com tanta referência e informação, ficamos ansiosos e perdemos a capacidade de concentração e aprendizado… Olha oq esses caras faziam ah 400 anos atrás….

  2. Sensacional demais!!!
    Gosto muito de arte mas tenho que confessar que por mais que eu sempre observasse tamanha delicadeza e sutileza nas esculturas eu nunca observei o efeito “véus de mármore”, o que é bem diferente do efeito de um pano ou tecido qualquer…. Achei sensacional você ter postado isso!
    Ah, fui no blog do seu conhecido Cícero Dávila, a arte dele realmente é fabulosa. Gosto da forma como ele faz a arte se encaixar em si mesmo, digo… ah… a forma como ele faz por exemplo, os pés realmente se apoiarem… contorno dos lábios e tudo mais. TENHA aulas com ele Philipe!!! \o/

  3. Michelangelo aprova esse post. Porém eu acho ainda mais incrível o post anterior do cavalo feito com grão de aveia, ou dos camelos na cabeça da agulha, apesar que são “artes/esculturas” diferentes.

  4. Aquelas cordas… Como assim? Meu queixo foi parar no pré-sal. E aquelas mãos segurando as ancas da Perséfone, tem mais sensualidade destilada ali do que em metade da internet… Se eu visse ao vivo, tentava morder.

  5. Fiquei mudo, de novo.
    Se errar, morre. Já pensou? Uma talhadeirada errada e já era o trabalho, a não ser que o artista mude a figura durante o trabalho, quando dá “zica”!

  6. Disseram tudo que eu imaginava registrar. Jamais tomei conhecimento de tanta maravilha talhada em mármore. Realmente o Rafael Martini tem muita razão em confessar-se “entristecido” só de pensar que hoje em dia não se vê coisa igual. É hora de pensarmos o quanto estamos atrasados em Cultura, apesar do desenvolvimento em tecnologia que avança mundo afora. Naquela época, certamente os verdadeiros artistas (que eram), não se sentiam importunados com tantas “pragas” que assolam o nosso País e assim podiam dar asas à imaginação e transferi-las para seus monumentais trabalhos. Maravilhoso trabalho do PHILIPE. Parabéns !!!

  7. Lindas. Quando eu visitei a sessão de esculturas do Louvre, esse detalhe me chamou muito a atenção, véus de mármore. É inacreditável que alguém tenha talento nesse nível.

  8. Arte verdadeira é sempre bela e não caduca! Ao contrário, porcarias que se queixam ser artísticas tão só costumam impactar incautos e, de forma rápida, desaparecem e ser humano algum volta a lembrar de seus detalhes, como acontece com músicas de péssima qualidade (vejam É o Chan, funks atuais (não o de James Brown!), axé fuleragem, etc. A escultura é arte belíssima e não tem mesmo idade! Não nos cansamos de apreciar o belo, que é eterno. Do lado oposto, as pseudo-artes, que são efêmeras e atendem demandas de apreciadores normente incultos, sem senso crítico algum.

    • Sequestro de Perséfone
      Lorenzo Berdini, que retrata o sequestro de Perséfone. O artista tinha só 23 anos de idade quando a fez, em 1621.

      Perséfone na Mitologia Grega
      Perséfone era filha de Zeus e foi raptada por seu tio Hades, senhor do reino dos mortos, num dia que colhia flores ao ar livre. Hades a viu e para raptá-la abriu um enorme buraco negro no chão fazendo com que Perséfone despencasse para dentro da terra.

      Deméter procurou sua filha por todos os lugares, carregando consigo uma dor muito grande que comoveu Zeus, e este ordenou que Hades entregasse Perséfone à sua mãe. Porém conta-se que ninguém retorna do mundo dos mortos, se lá houver ingerido algum alimento, e Hades havia forçado a jovem a comer um grão de romã. Desta forma Perséfone estava aprisionada ao mundo dos mortos. Hades então decidiu torná-la sua esposa, transformando Perséfone na senhora do mundo subterrâneo.

      Sua mãe, no entanto estava determinada a ter a filha de volta então se recusou a germinar a terra, enquanto sua filha não fosse trazida de volta. Zeus interviu, pois nada estava sendo plantado, e nada seria colhido: permitiu que Perséfone passasse alguns meses junto sua mãe na terra, e depois voltasse para o mundo dos mortos.

      O que tornou-se o mito de uma metáfora para a primavera (quando a filha regressava para junto da mãe) e o inverno (quando a jovem retornava ao seu trono no mundo subterrâneo de Hades).

      O rapto de Perséfone (pormenor) de Bernini (1598 – 1680) Galleria Borghese, Roma

  9. Tive oportunidade de ver a Virgem Velada e o Sequestro de Perséfone de perto e, assim como o Davi, são de dar calafrios de tão perfeitas. No Davi o que mais me chamou a atenção foram os tendões e as veias, realmente impressionantes

  10. Quanto eu lamento que os cegos não possam admirar esta maravilha, mas só eles são capazes de poderem comentar com toda a forma invisível que só eles têm com a capacidade de imaginação.

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