Tá ficando surdo? Descubra como melhorar a sua audição

Quando eu trabalhava no Instituto Nacional de Tecnologia, eu precisava pegar dois ônibus para ir trabalhar.

Me lembro claramente daquela época, porque ali eu comecei a ficar surdo. Isso porque os ônibus brasileiros costumam ter motores horrivelmente barulhentos. Como eu ia ali, do lado do motorista, aquele negócio parecia uma britadeira. Me intrigava como aquilo não incomodava o motorista.
Depois de um tempo comecei a entender a razão. Não estava incomodando porque o barulho ensurdecedor do motor do ônibus já havia estoporado completamente a audição do cara.
O som do ônibus era tão grande que as pessoas que iam sempre no mesmo horário que eu estavam sempre de fones de ouvido. E então, eu fui no vácuo, e assim cometi meu segundo grande erro!
Ao usar fones de ouvido, eu ficava sabendo as noticias ouvia musica e tal, mas para conseguir abafar o som de turbina de avião do ônibus, eu precisava aumentar muito o som do meu aparelho. Praticamente eu colocava o som no talo.
Então la estava eu, todos os dias, ouvindo um barulhão enorme para abafar outro barulhão enorme.

Eu fazia o que todo mundo estava fazendo, mas eu consegui perceber nitidamente que estava me tornando surdo, porque passei a ouvir televisão em casa num volume que o vizinho também ouvia. Eu percebi também, porque muitas vezes, no laboratório em que eu trabalhava, era um silêncio sepulcral. Enquanto eu me concentrava, eu ouvia aquele “Huuuummmmmm” baixinho no ouvido. Aquele mesmo som que você escuta quando deita para dormir depois de voltar da balada sabe?
Esse som é um indicativo de que você está ferrando seu “hardware”, meu amigo.
É por causa desses excessos que muitos bateristas acaba surdos na velhice. Se você é jovem e tem ruído no ouvido… Você realmente precisa ler este post até o fim, cara!

Quando me liguei do fato de como o ônibus contribuía para minha surdez, comecei a maneirar no som, e ao entender que eu colocava o volume alto para abafar outro ruído – que não estava ao meu alcance controlar, mudei a estratégia: Passei a acordar mais cedo e ir de barca. Foi um ganho de qualidade de vida, pois a barca era mais silenciosa e assim eu podia ouvir minha música com volume mais baixo e menos agressivo. Gradualmente, minha audição foi se recuperando.

Até então, acreditava-se que acima de certo volume, os mecanismos auditivos da pessoa iam se desgastando e o gradual impacto dos sons altos no ouvido produziria um dano irreparável. Há muita gente que ainda acredita nisso.

Hoje, consideramos que é “normal” que as pessoas ouçam música em volume alto. Quem já não entrou num elevador com um sujeito ouvindo um som altíssimo no fone de ouvido dele aí levanta a mão! Alguém?
Pelo menos no Rio isso é super comum, e creio que em São Paulo seja ainda mais. Isso porque muita gente inconscientemente, sobe o volume do fone para poder suplantar volumes externos e a cidade grande tem cada vez mais ruído. Resultado: Mais barulho. O fone nada mais é que uma caixa de som miniatura enfiado DENTRO do seu ouvido. Hoje, com as tecnologias dos ímãs de neodímio, temos fones com uma potência absurda miniaturizados.

Andar com o fone de ouvido tocando no talo é como viajar de vidros fechados com este bagulho no último volume.
Andar com o fone de ouvido tocando no talo é como viajar de vidros fechados com este bagulho no último volume.

Ninguém normal entraria num carro desses e ligaria o som no talo. Mas a gente não se liga que o fone pode agredir tanto quanto esta joselitice acima. O perigo do fone é que à medida em que perdemos a audição, vamos aumentando o volume progressivamente, ferrando cada vez mais a nossa saúde. Muitas vezes isso nem é para ouvir melhor, mas para suplantar o ruído da cidade.

Essa é uma das mazelas invisíveis dos grandes centros, ao lado da poluição do ar, visual, caos e violência urbana.
Talvez seja a mazela mais invisível de todas. Enquanto o ar te envenena, e a poluição visual te da dor de cabeça, o ruído assustador da cidade vai te deixando surdo progressivamente sem que você sequer note! É pior ainda quando o seu trabalho, seu ganha-pão obriga a estar exposto a sons acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS e todos os especialistas são taxativos em afirmar que qualquer barulho acima de 85dB é prejudicial à saúde, fazendo com que as pessoas estejam sujeitas a traumas induzidos por ruído excessivo ou o temido zumbido.

Não é um problema exclusivo do Brasil. Hoje, 18% da população MUNDIAL sofre de zumbido no ouvido decorrente de perdas auditivas progressivas. Isso num horizonte de 7 bilhões é gente que não acaba mais!

Eu também acreditava que a audição, uma vez perdida, não poderia ser recuperada. Mas descobri recentemente que existe uma tecnologia que tenta corrigir isso. Hoje, sabe-se que a perda de audição e o zumbido no ouvido estão associados. Antes acreditava-se que tanto a perda quanto o zumbido eram causados por células no interior do ouvido que estavam mortas, mas suspeita-se que elas estariam apenas “desfuncionais”.
Não tardou, o conhecimento deste novo conceito, permitiu que fossem desenvolvidos sistemas que visam “estimular” essas células danificadas, de modo a recondicioná-las a vibrar corretamente.

O programa que promete fazer isso se chama Hearing Guardian V1. Ele foi desenvolvido na Coréia do Sul.

Como eu não domino esse assunto, não sei dizer se realmente cumpre o que promete ou não, mas segundo os desenvolvedores, os resultados obtidos com ele são impressionantes. Em exames, um grupo de dez pessoas com problemas auditivos submetidos a sessões com o Hearing Guardian V1 por 30 minutos duas vezes ao dia ao longo de 2 semanas, revelou que 7 dos dez conseguiram melhorar substancialmente sua audição e reduziram o zumbido.

É claro que sempre devemos verificar com cuidado toda alegação muito espetacular. Além disso, é importante se ater à questão de que propaganda permite tudo. Antigamente as propagandas de cigarro diziam que ele fazia bem à saúde.

O fabricante do sistema alega que o Hearing Guardian oferece ao sujeito um leque de frequências através de um simples teste. Assim, você descobre em qual frequência seu ouvido esta prejudicado. Uma vez que o software sabe em qual faixa você tem problemas para ouvir, o Hearing Guardian vai emitir ruídos em uma sequencia predefinida de hertz visando estimular aquela sensibilidade danificada.
O fabricante vai além e diz que não é só a recuperação das células desfuncionais. Ao usar o software continuamente, os nervos auditivos iriam gradualmente se habituando e adquirindo “resistência”, o que vai fazer, a longo prazo a audição melhorar. Eu sei lá. Será?  A grosso modo, seria como “malhar” o nosso ouvido. O que eles dizem é que  esse programa já foi testado por mais de 15 mil pessoas e tem obtido grandes resultados.

Como eu disse, não sou especialista na área, mas se o que os caras da BioSom estão dizendo faz sentido técnico, é uma notícia bem promissora.

Entenda melhor como funciona vendo este video:

O Hearing Guardian pode ser baixado GRATUITAMENTE.

Para baixar o Hearing Guardian, clique aqui

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Imagina o seguinte…
    O programa na verdade escolhe aleatoriamente uma “frequência” pra dizer que o seu ouvido está deficiente, e simplesmente não toca barulho algum…
    Então, conforme os dias vão passando, ele simplesmente começa a tocar o som (num volume progressivo conforme avançam os dias) naquela “frequência” que justamente antes ele dizia que você não conseguia ouvir nada!
    Então você é induzido (tipo placebo?) a achar que seu ouvido de fato está “regenerando”…

    Mas duas semanas É MUITO POUCO! Então, querendo melhorar ainda mais a sua audição, você vai lá no site e compra (sim, porque é gratuito APENAS e JUSTAMENTE por 2 semanas)…

    Veja bem… estou apenas conjecturando! Mas isso pode ser um golpe daqueles de “gênio”, tipo as pulseiras magnéticas!

    O meu ponto pode ser facilmente desmistificado se alguém colocar o som, que o aplicativo alega que produz, pra gravar em um microfone sensível e depois verificar se a frequência bate com o que o software diz…
    Mas por enquanto o meu alerta está ligado!

    • Desconfiar e sempre importante, mas essa suposição seria facilmente desmascaravel. Meu eles são coreanos… o produto e baseado em pesquisa cientifica… milhares de usuarios… Ja saiu materia na folha, na super interessante, numa porrada de veiculo.

      • O problema é que na época das pulseiras magnéticas (PowerBalance) vários veículos de credibilidade divulgaram o produto (seja por Jabá ou não), personalidades (principalmente atletas) usavam o adereço 24h por dia (olha o hype…) e a exibiam em entrevistas ou festas…

        ANTES
        http://www.youtube.com/watch?v=HY7yADoywrM
        http://www.youtube.com/watch?v=CF7gvhj6140

        Aí depois que o cerco apertou, e a própria empresa disse que o produto não fazia nada:
        http://www.youtube.com/watch?v=6V4_LOU4VsA
        http://www.youtube.com/watch?v=hlhvgG8lRhk

        • Aquilo sempre foi crendice e tanto é que foi desmascarada. A pulseira não te dava chance de usar experimentar e devolver. Aquilo era para tomar dinheiro do trouxa. Isso aqui é outra coisa, pelo menos me parece íntegro na proposta e lógico na justificativa técnica.

      • Sem entrar no mérito da verdade quanto ao suposto programa de regeneração da audição (se for verdade mesmo, taí um invento!), esse argumento seu de que foi publicado sobre o mesmo na folha, na superinteressante e em outros veículos me lembrou aquele julgamento que aconteceu no Família Dinossauros, alguém lembra? Naquele episódio em que a Charlene tem um sonho com o Copérnico e “descobre” que a terra é redonda, e não plana (ao invés de sonhar com uma receita de bolo de chocolate!). No julgamento contra ela, acusada de “heresia” por afirmar que a terra não era plana, um dos argumentos utilizados pela acusação foi chamar um cientista, pesquisador da empresa “Nós dizemos que sim” ao plenário. Esse cientista, para embasar a sua afirmação de que a Terra era plana, sacou o seguinte argumento: “a empresa Nós Dizemos que Sim fabricou mais de um milhão de globos-terrestres planos. Vocês acham que uma empresa do porte da Nós Dizemos que Sim iria fabricar mais de um milhão de globos-terrestres planos, se a Terra não fosse mesmo plana?”. E ai o público que assistia o julgamento solta um “ohhhhhhhhhhhhhhhh”.

    • Bom, supondo que seja uma farsa, e que o programa tenha “faixas” predefinidas, isto é, que a sequência das frequências sonoras seja a mesma para todos que baixam o software, então bastaria que a mesma pessoa baixasse e fizesse seu diagnóstico, passando a “ouvir” a determinada frequência e que, após isso, baixasse novamente o programa. Se ela continuasse sem ouvir as primeiras frequências, estão teríamos, de fato, uma fraude. Mas, caso fosse possível escutar todas elas, não haveria dúvidas acerca da eficiência do método.
      Enfim, nem sei como funciona o programa, mas se for tão simples como penso, esse meu “método” funcionaria…

  2. Essa de “malhar” o ouvido eu não conhecia, e até onde sabia, era impossível retomar a audição. Muito interessante! Eu mesmo sofro de vez em quando do ouvido, já fiquei com otite umas 3 vezes por conta das crises de rinite alérgica de vez em quando. Tenho banda e os ensaios com som alto são recorrentes, toda semana tem. Aliando isso ao fato de eu escutar música com fone de ouvido todos os dias, não são bons hábitos…

  3. Por que tem aquela caixa de mensagem pedindo informações pessoais antes de baixar? Até que ponto isso é gratuito ? Não fica desconfiado em baixar isso e botar o treco no seu ouvido?

    • Cara, cabe a empresa que da a parada gratis definir a politica de download dela. Vc segue se quiser. Ninguem esta te obrigando. Não fico desconfiado, pq o programa foi recomendado por uma pancada de veiculos de credibilidade. Olha la no site deles que vc vai ver.

      • Mas é lógico, né meu amigo. Tu vai gastar milhões em pesquisa, fazer um produto e dar de presente? Como que existe investimento assim, sem retorno? Como que faz para pagar os cientistas, os programadores, designer e etc e tal?
        Vc fazer um produto caro para dar de graça tem jeito. Só com subsídio a fundo perdido de agência de fomento, coisa que só existe no Brasil, o chamado “dinheiro na frente” o que é um pega pra capar para conseguir. Produto no mundo real tem que dar lucro. Acho uma prova de confiança a empresa dar duas semanas de uso grátis e compra quem quer.

  4. Meu pai trabalhou anos em usinas muito barulhentas e sempre tivemos muitos daqueles EPI’S (os famosos abafadores) em casa. Na época eu pegava um ônibus pau véio para ir pra faculdade, que mesmo com o volume nos fones no máximo, sempre escutava mais o motor-britadeira. Foi ai que veio a minha revelação e comecei a utilizar os abafadores. Minha vida mudou!
    Reduz o ruído drasticamente e dá pra utilizar os fones num volume bem baixinho porque o isolamento é eficiente.
    As pessoas me julgavam, mas hoje elas estão surdas e eu não! E usar abafadores até que é divertido!

  5. Eu trabalho no SAMU de São Paulo e aqui é muito comum os motoristas perderem a audição do ouvido esquerdo em decorrência da exposição à sirene da ambulância. Um amigo meu que é PM refere o mesmo problema. Muitos acabam em serviços burocráticos porque não escutam quase nada. Uma pena, mas esta técnica pode ajudar muita gente.

  6. Além do zumbido, conheço pessoas que, quando estão em um local silencioso, ouvem um “chiado” baixo, parecido com rádio AM no intervalo entre estações. Segundo um amigo otorrino, isso seria indicativo não de surdez propriamente dita, mas de perda da sensibilidade auditiva. E é essa perda de sensibilidade que pode ser revertida, e me parece ser a proposta mais correta do tratamento apresentado no post.
    – A surdez propriamente dita não poderia, segundo o médico, ser revertida, apenas tratada e compensada com aparelhos. Já a fadiga auditiva é que pode ser melhorada, com sessões de privação de som, intercaladas com sessões de sons que estimulariam o sistema a recuperar sua sensibilidade.
    – Mas concordo que escapar da barulheira do dia-a-dia é cada vez mais difícil. Fico imaginando, num futuro próximo, o “kit” diário para se sair de casa, nas grandes cidades: protetor solar no corpo; óculos escuros; máscara por causa da poluição; capacete contra objetos que caem dos prédios; abafadores tipo concha para os ouvidos; colete balistico contra “bala sem dono”… é, seria mais fácil comprar logo um traje de astronauta…. rssssss……

  7. Meu avô foi torneiro mecânico e acabou surdo aos 50 anos. Mas surdo MESMO, daqueles que punham a mão em concha ao redor do ouvido para escutar qualquer coisa.
    Na época que ele trabalhava, nem se falava em equipamento de proteção. Eu sou designer de impressos e já entrei muito em gráfica, e me surpreende até hoje como ainda existe trabalhador que negligencia com sua propria proteção e usa pouquíssimo o protetor auditivo. Ainda bem que eu trabalho perto de casa e não fico uito tempo ouvindo barulho de ônibus!

    • Aline, existe notícia de uma experiência, cruel, concordo, mas que foi feita com sapos, e que exemplifica bem a questão: primeiro, se jogava um sapo vivo numa chapa quente. Ele logo saltava e saia do local. Então, se pegava outro sapo e o colocava sobre uma chapa fria. Ela ia sendo aquecida lentamente. Embora o pobre animal cozinhasse ainda vivo, ele não percebia o aumento da temperatura.
      – Assim acontece com pessoas que trabalham em locais barulhentos. Acabam se adaptando e nem percebem o dano auditivo. Quando se derem conta, provavelmente será tarde.
      – E mesmo os protetores em forma de concha, ditos auriculares, não são lá essas coisas em termos de proteção da poluição auditiva. Melhor mesmo é fugir do excesso de barulho.

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