Remédios – Veja se o remédio que você precisa existe na forma de genérico

Vivemos na sociedade do remédio. Basta ver quantas farmácias existem na sua cidade. É intrigante o numero gigantesco de farmácias no brasil hoje. Se existem tantas farmácias, é um sinal inequívoco que nunca se vendeu tanto remédio como se vende hoje no país. Mas a coisa não se restringe mais às farmácias faz tempo. A farmácia lotada de remédio é só a pontinha do Iceberg.

O que dizer dos remédios para emagrecer? Hoje basta ligar a tv para ver três, quatro, cinco, oito propagandas de fórmulas mágicas e remédios para emagrecer de todos os tipos.

Remédio para ficar magro, para perder a barriga, para ficar gostosa e bonita. È um show de aparelhos bizarros que prometem transformar o balofo num galã em poucos dias. Baleia nunca mais. São shakes, fórmulas e barrinhas que garantem os artistas e apresentadores da moda, te farão outra pessoa em poucos dias. Nas ruas vemos carros com adesivos de remédios que agora usam o marketing multinível – a maior maquina fazedora de chatos já concebida – com pessoas te empurrando todo tipo de medicamento, cosmético e alimento natural como se aquilo fosse a maravilha suprema do universo. Vai desde o suco de Noni ao vendedor da Forever que acredita inocentemente que ficará rico vendendo essas porcariadas pra você.

E o email? Não sei quanto ao seu, mas eu recebo diariamente uns 90 emails de spam com remédios para emagrecer, remédios para câncer, remédio para mal de alzheimer, remédio para perder a barriga, remédio para manter a ereção, para ejaculação precoce, para aumentar o pênis e até remédio para melhorar o sabor do meu esperma! Então, com tamanha venda de remédios por todos os lados, começamos a nos perguntar o que está havendo com o mundo.

Isso seria um sinal de que as pessoas estão ficando mais doentes? Improvável, uma vez que a qualidade de vida só aumentou nas últimas 5 décadas. Então, o que justifica tanto remédio? Tanto consumo de drogas e medicamentos? As pessoas estariam sendo manipuladas pela indústria farmacêutica a consumir?

É o que eu acredito. E não estou sozinho neste pensamento. Muitas pessoas também tem esta impressão, gerada não só pela quantidade abusiva de medicamentos que os médicos receitam (antigamente o médico receitava UM remédio. Hoje, qualquer visita ao doutor e você sai de lá com dois ou três papéis cheios de remédios prescritos com aquela letra ilegível de sempre).

Mas eu reconheço que isso pode ser uma percepção distorcida que eu tenho, porque hoje, com o avanço da farmacologia, existem muitos remédios específicos, e fica mais fácil para o medico tratar um determinado problema atacando-o de diferentes ângulos. Mas a sensação que muita gente tem é que de uns tempos pra cá, muitos médicos passaram a receitar três quatro remédios para cada paciente e que pode existir uma pressão da multimilionária indústria do remédio para que os médicos receitem cada vez mais. Afinal, elas vivem disso e a máxima do capitalismo é reduzir o custo e aumentar o lucro.

Veja, o que faz a indústria do remédio ser uma das mais rentáveis do planeta? As doenças, claro, pois sem elas o paciente não ia procurar tratamento. Mas a verdade é que sem os médicos, a indústria dos medicamentos iria falir. E é isso que explica porque alguns grandes laboratórios pagam viagens para Porto de Galinhas, Costa do Sauípe, exterior, cruzeiros e mordomias diversas, como congressos, feiras, e ainda dão brindes variados que vão de chaveiros a carros para alguns médicos.

Na farra do receituário estão pessoas anônimas e muitos de renome, que deveriam zelar por uma postura ética, mas entre receitar um medicamento genérico e barato que não dá um livro, não dá uma revista, não paga um congresso e um remédio caro de um laboratório multinacional, ele vai preferir receitar o caro. O paciente que se exploda para pagar.
Note que eu não estou dizendo que todo médico é sacana e nem que o remédio é ruim. Ao contrário.

A qualidade de vida advinda do pleno acesso da população aos medicamentos é constatável por dados internacionais, infelizmente escassos no Brasil. A literatura especializada, em âmbito mundial, indica que para cada US$ 1,3 mil alocados em pesquisa farmacêutica associa-se o ganho de um ano na expectativa de vida aos pacientes que se beneficiam dos novos produtos. Da mesma forma, para cada US$ 1,0 gasto na aquisição de medicamentos, US$ 3,65 são poupados em despesas hospitalares.

Porém, fica claro para qualquer um que entrar numa farmácia e olhar em volta que tem remédio demais nas prateleiras. O consumo de medicamentos no Brasil é muito alto.
O abuso de medicamentos legais, isto é, receitados por médicos – em especial remédios para emagrecer – irá superar o consumo de medicamentos ilegais, segundo um boletim anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE) publicado em Viena. Segundo o documento, o Brasil e a Argentina estão entre os países mais afetados por essa tendência. Em algumas regiões do mundo, o abuso de medicamentos com receita médica superou o de drogas ilícitas, como heroína e cocaína, principalmente na América do Norte e na Europa. Não será surpresa se o fenômeno se repetir por aqui, já que estamos em processo de crescimento. Se considerarmos a questão do remédio para emagrecer como um problema sintomático decorrente de um mercado consumidor ávido para entrar na forminha definida pela mídia do que é ser bonita e gostosa, veremos que a questão dos remédios para emagrecer no Brasil são um problema grave de saúde pública.

Nos Estados Unidos, o abuso de analgésicos se tornou habitual entre os estudantes. Países como a Índia e a Nigéria também estão enfrentando um rápido crescimento. O mercado internacional de venda on line de medicamentos como Viagra, Levitra, todo tipo de remédios para aumentar a potência sexual, cada vez mais procurados pelos jovens em busca de alta performance sexual. A reboque desse filão, o número de “ciberfarmácias” ilegais segue crescendo, com dezenas de milhares atuando pela internet. Cerca de 84% delas comercializam medicamentos à base de benzodiazepinas e 68% de opiáceos, de acordo com estimativas.

É provável que grande parte destes medicamentos sejam provenientes de falsificações, e venda de lotes com prazos de validade já vencidos. A polícia federal está investigando a trilha dos remédios falsos e a Anvisa estabeleceu um convênio com a Polícia Federal para localização e fechamento dos sites brasileiros que vendam os anorexígenos. Remédios para emagrecer que prometem velocidade na redução das gorduras. São feitos com substâncias como fentermina, fenproporex, anfepramona e fendimetrazina e vem crescendo no Brasil há ao menos três anos, de acordo com o relatório da ONU, apesar dos sérios efeitos colaterais que podem ser causados (como insônia, irritabilidade, alteração da freqüência cardíaca e até dependência).

A participação de médicos nesse quadro dos remédios para emagrecer é decisiva, uma vez que são os médicos que receitam os medicamentos aos pacientes que surgem às centenas na porta dos consultórios querendo emagrecer.

Estamos falando de um mercado que movimenta U$ 400 bilhões dos quais US$ 30 bilhões são genéricos. Os genéricos são 6% do mercado farmacêutico brasileiro, que vale US$ 4,5 bilhões Fonte

Muitas pessoas vivem presas a remédios. Eu não quero entrar na seara do Kevin Trudeau em seu best seller “Curas Naturais que eles não querem que você saiba”, onde ele acusa textualmente os grandes laboratórios farmacêuticos de uma conspiração movida a dinheiro para manter pessoas eternamente escravizadas consumindo seus produtos. As ideias de Trudeau embora exageradas, fazem sentido quando pensamos que um laboratório não tem interesse em curar doenças, mas sim em mantê-las sob controle, prolongando a vida dos pacientes de modo que eles passem o resto de sua existência miserável consumindo os medicamentos que elas produzem. Segundo Trudeau, a indústria alimentícia adiciona ingredientes químicos secretos na comida para fazer os consumidores ficarem mais famintos, gordos e viciados em comida. E logo depois faturam em cima vendendo remédios para emagrecer.
Verdade ou não, os fatos são que o brasileiro em geral gosta muito de um remédio.

E gosta mais ainda de uma auto-medicação. Minha sogra por exemplo, é mestre em receitar remédios para todo e qualquer mal, dando a vizinhos e conhecidos verdadeiras bolsas com remédios para tudo que é doença.
Eu evito ao máximo tomar remédio atôa. Muitas vezes o remédio para uma coisa acaba estragando outra.
De qualquer forma, se você precisa tomar medicamento, o melhor é ver se não existe um genérico mais barato desse remédio. Muitos médicos (isso eu já vi ao vivo) recusam-se a receitar genéricos, dizendo que não são confiáveis. Desconfie desta atitude. Este site ajuda a descobrir se o seu remédio tem genérico e consultar os preços de remédios.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Philipe, concordo com você sobre a vontade que as indústrias querem manter as pessoas “dependentes” de seus medicamentos, mas já conversei com alguns médicos que tratam de casos graves, como oncologistas e psquiatras, e els afirmaram que muitas vezes os genéricos, apesar de possuirem a mesma substância ativa, dão efeitos colaterais diferentes ou demoram mais para fazer efeito, o que em certos casos, como crises de esquizofrenia, depressão ou síndrome do pânico, essa demora no efeito do medicamento pode ser muito prejudicial ao paciente.

  2. Remédio para melhorar o sabor do esperma? :raisebrow: ainda bem que não preciso as piriguete experimenta e faz hummmmm, ou será que apenas queriam imitar a Ana Maria… O_o

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