O cartão negro parte 6

Paulo tenta desesperadamente anotar os nomes, mas são muitos.

Ele anota apressado os que vê:

Sandra Rocha de Oliveira

Cássio Linhares Rosa

Rafael de Oliveira Trovão

Genivaldo da Silva

Maria Auxiliadora do Prado

Então a tela fica preta. Paulo dá reload na tela, mas ela está preta. No total devia ser uns 30 nomes ou mais. Certamente mais, porém, no susto, Paulo só conseguiu anotar os cinco primeiros.

Paulo gritou Malucão que acordou com uma leve ressaca. Malucão cambaleou até o computador.

-Ah, não! Você me chama pra ver a porra da tela preta?

-Não, cara. Apareceram mais nomes. Vários. Muitos nomes. Devia ter mais de vinte, mais de trinta, sei lá. Mas eu consegui anotar só os cinco primeiros, pois aí a tela ficou preta.

-Cadê?

Paulo estendeu ao amigo o bloco com os cinco nomes

-Caralho, deve ser algum desastre.

-Se todo mundo da tela morrer, vai ser um problemão mesmo.  -Concordou Paulo.

-E aí? O que a gente faz?

Paulo apontou para a lista telefônica.

Os dois começaram a buscar os cinco nomes pela lista telefônica. Depois de alguns minutos, Paulo e Clóvis já descobriram os telefones da maioria deles.

Os dois começam a ligar ligar desesperadamente para os telefones de cada um. Outro chama, chama e não atendem. Outro cai numa secretária eletrônica. Em um caso a companhia telefônica informa que o número não está recebendo chamadas.

Uma mulher atende.

-Alô? – A mulher tem a voz de sono.

-Dona Maria Auxiliadora por favor?

-Sou eu. Quem está falando?

-A senhora não me conhece. O meu nome é Paulo…

-Quem?? Meu filho… Que horas são? Porra são quatro de meia da manhã!

-Me desculpe, dona Maria, mas é que era uma coisa importante.

-Por acaso é disque sequestro? -Pergunta a mulher desconfiada.

-Não, não senhora. Olha, eu não sou bandido não. É que eu fiquei sabendo de uma coisa, e preciso informar a senhora.

-Fala logo então, moço.

-É que a senhora precisa tomar cuidado. Eu soube que uma coisa de ruim vai acontecer com a senhora.

-Você tá me ameaçando? Eu vou desligar!

-Não, por favor, não desliga, dona. Olha, é importante, pelo amor de Deus, dona Maria. è que vai acontecer um acidente.

-Como que você sabe?

-Confie em mim, dona Maria. A senhora tá com viagem marcada?Pra amanhã ou depois? Ou mesmo hoje?

-Estou… Mas que perguntas são essas? – A mulher está cada vez mais desconfiada.

-Olha, vai acontecer um desastre.

-Como que você sabe?

-Eu… Eu… Eu sou vidente.

-Tá amarrado, satanás! – Disse a mulher batendo o telefone na cada dele.

-Que foi? O que que ela disse? – Perguntou Clóvis ansioso.

-Porra, a mulher deve ser da Igreja Universal, cara. Ela disse “tá amarrado” e bateu o telefone na minha cara.

-Puts. Que vacilo. Calma aí. Vou ligar de novo.

Os dois tentam ligar novamente, mas dona Maria Auxiliadora bate sistematicamente o telefone na cara deles.

-Que merda. Não estamos conseguindo falar com ninguém.

-Cara… Espera só um minuto. Me ocorreu uma coisa aqui.

-Que foi, Malucão?

-Cara… Lembra do casal?

-Que é que tem?

-Cara no caso do casal, eles só morreram porque a gente interferiu.

-E daí?

-E quem garante que o dono do site não esteja tentando fazer a gente interferir novamente? Quero dizer, o que garante que a gente avisar vai mudar o destino dessas pessoas, cara?

-Hummm. Faz sentido.

-Sacou onde eu queria chegar? Se o site for mesmo da morte… Você acha que a gente conseguiria interferir no processo? Eu creio que não. Afinal, qual seria o sentido da morte ter um site onde ela lista quem vai morrer se houver algum modo de mudar o destino?

-Então você está sugerindo que o destino é algo inevitável. Que não se muda.

-Acho que num aspecto, até muda, mas a questão central é se esta mudança realmente tem efeito. Tipo, se a gente impedir essa pessoa de morrer no acidente de avião… O que nos garante que ela não vai morrer indo para o aeroporto, ou voltando para casa? Ou num assalto, ou se evitarmos tudo isso, de um ataque cardíaco?

-Então é inútil tentar avisar.

-Exato. Mas só se a teoria estiver certa. Não temos garantia disso. E nesse caso, talvez seja possível que avisando as pessoas mudem de ideia e de fato, não morram.

Paulo sentou no sofá novo e ficou pensativo.

-Talvez o objetivo da morte em lhe dar o cartão seja justamente deixar que você veja o trabalho dela. Talvez Azrael não queira que você interfira. Apenas… Aprecie. -Disse Clóvis com um tom sombrio na voz.

-Cara… Eu tô pensando uma coisa aqui… – Comentou Paulo.

-O que?

-Em ligar para o policial.

-Hã?

-Sim, cara. O careca que veio aqui. Ele tá investigando as mortes. Talvez esse monte de gente possa ser do interesse dele. Talvez ele como polícia, consiga evitar a tragédia.

-Tem certeza véio?

-Não… Mas eu não tenho certeza de mais nada desde que a minha mãe morreu, cara. Aliás, certeza eu tenho sim, só uma: Que o meganha lá acha que eu sou o assassino.

-Então vai fundo, cara.

Paulo pegou o livro de cartões e sacou dali o cartão do policial.

Ele discou e esperou… Ninguém atendia.

-Porra, não tá atendendo. Chama até cair.

-E o outro numero?

-É fax.

-Então vamos mandar um fax, ué.

Paulo assentiu com a cabeça. Pegou uma folha de papel da impressora e escreveu um bilhete:

“Aos cuidados do investigador Farias,

Caro investigador, Quem escreve é o Paulo Motta. Estou escrevendo para avisar que o site mostrou novos nomes. Tentamos fazer contato com as pessoas, mas parece impossível. São muitos nomes, cerca de 30 ou 40, dos quais só consegui anotar 5, devido ao pouco tempo em que ficaram na tela.

Os nomes que eu anotei foram:

  1. Sandra Rocha de Oliveira
  2. Cássio Linhares Rosa
  3. Rafael de Oliveira Trovão
  4. Genivaldo da Silva
  5. Maria Auxiliadora do Prado

Eu não conheço nenhuma dessas pessoas. Mas pelo grande numero, imagino que elas estarão envolvidas em um acidente em breve. Peço que o senhor investigue. Estou disposto a fazer o possível para colaborar.

Ass: Paulo Motta Jr. ”

Em seguida, os dois transmitiram o fax para o policial.

Paulo e o amigo malucão se entreolham, impotentes diante da situação.

-Não há nada que possamos fazer. – Disse Malucão.

Paulo concordou.

-Vou fazer um café.

-Belê. Eu vou tomar um banho.

Horas depois o dia já amanheceu e os dois saem juntos para procurar emprego. Enquanto andam vão discutindo o que devem fazer. Se devem ou não avisar as pessoas.

-Cara é como eu falei. Acho que não podemos e nem devemos fazer nada, já que o site apenas aponta o destino. Acho que talvez não seja certo interferir nos meandros do cosmos.

Paulo reluta, mas concorda. Eles vão a uma agência de empregos.

Paulo e Clóvis ficam na sala de espera, aguardando serem chamados para uma entrevista. Na sala, existem várias pessoas. Clóvis folheia uma revista antiga de fofocas sobre celebridades. Paulo tenta se concentrar na pequena tv, que  passa o noticiário matinal.

Enquanto as demais pessoas vão sendo chamadas, eles esperam.

O tédio toma conta dos dois. Paulo pega uma revista e começa a ler uma entrevista interessante com um geneticista.

O tempo se arrasta. Malucão olha no relógio. Dez e meia da manhã e eles ainda estão na fila para atendimento.

Paulo já está na quinta revista de notícias inúteis sobre celebridades quando Malucão lhe dá um cutucão no braço e aponta trêmulo para a tela da Tv. O jovem olha para cima e vê as cenas de um desastre de ônibus. Os paramédicos estão retirando corpos carbonizados dos destroços fumegantes de um ônibus e o que parece ser o resto de um caminhão. Segundo a notícia, o acidente ocorre num local péssimo, gerando um caos de trânsito que congestiona toda a cidade.

Paulo dá um pulo e aumenta o volume da Tv.

A televisão mostra cenas gravadas pelo helicóptero. Ao vivo eles acompanham o desenrolar dos fatos.

Paulo e Clóvis sentem que podem estar assistindo ao acidente previsto pelo site.

Finalmente a repórter fala a lista dos passageiros.  Malucão e Paulo sentem um terrível arrepio quando ouvem o nome “Maria Auxiliadora do Prado”, seguido de pelo menos dois outros  nomes da lista:

…Cássio Linhares Rosa, Rafael de Oliveira Trovão…

Os dois ficam sem ação. A sensação de arrependimento por não terem sido mais incisivos com a dona Auxiliadora é terrível. Paulo e Malucão ficam em silêncio. Minutos depois, o telefone celular de Paulo toca. É o policial Farias, pedindo para que ele vá até a delegacia.

Paulo e Clóvis vão de táxi até o vigésimo sexto batalhão. Eles chegam na delegacia.

Logo após se identificarem, surge o investigador  Farias. O careca vem na direção de Paulo.

Na oportunidade, Paulo apresenta Malucão.

-Esse é o Clóvis. É o meu amigo. Ele tava lá em casa ontem, quando os nomes surgiram, senhor Farias.

-Muito Prazer. Sua graça é?

-Clóvis.

-Ah, Sim. É verdade. Por favor, venham por aqui. – Disse, levantando uma tábua no balcão e seguindo por um corredor estreito no final da sala da recepção.

Paulo e Clóvis seguem o policial careca até a sala dele. Farias pega uma cadeira, coloca ao lado da que já havia na frente da mesa dele, uma mesa antiquada de mogno.

-Então o senhor… Desculpe. Esqueci o nome.

-Clóvis.

-Isso. Clóvis. O senhor… Também viu os nomes no tal site, né isso?

-Bem, não exatamente, senhor.

-Ué. Não viu? – Disse Farias, olhando para Paulo. Paulo tomou a palavra:

-Não, na verdade ele estava dormindo quando os nomes surgiram. Eu gritei ele, mas o Maluc… Quer dizer, o Clóvis estava dormindo, porque tinha tomado umas cervejas. Quando ele chegou no computador os nomes tinham desaparecido.

-Hummm. Então só o senhor que viu os nomes, né?

-Isso mesmo.

-E aí? Viu e fez o que?

-Eu anotei. Anotei e logo depois eu mandei um fax pro senhor com os nomes que eu anotei.

Farias abre a gaveta e tira o fax.

-Este aqui?

-Exatamente. – Os dois amigos concordam.

-Certo… E vocês não conheciam ninguém desses aqui?

-Não senhor.

-Ok. – Farias anota num papel. Ele olha para os dois por algum tempo. Está sério. Paulo e Clóvis se entreolham.

-O senhor está sabendo do acidente de hoje cedo, não está? – Perguntou Paulo tentando quebrar o gelo.

-Sei sim. O ônibus de viagem bateu, né? Ferrou o trânsito todo. Tava acado de sair da rodoviária quando se chocou com o caminhão de gás. Explodiu tudo. Um merdelhê danado. Lotou o IML.

-Ah, foi isso? Só vimos a notícia do resgate dos corpos na Tv.

-É deu em tudo que é tv, jornal…Deve estar pegando fogo até agora.

Farias volta a ficar quieto.

-Então investigador? O que fazemos?

-Vocês? Não sei. Pra falar a verdade, não sei nem o que eu vou fazer. Pra ser sincero, nunca vi este tipo de coisa. Isso é algo novo pra mim.

-…

-Bom, vocês se incomodariam de prestar depoimento?

-Não, claro. Será um prazer.-Disse Paulo.

-Tudo para colaborar, investigador. – Disse Clóvis.

-Ok. Aguarde um minuto? – Disse Farias, saindo.

Cerca de dois minutos depois, Farias surgiu com um outro policial.

-Este é o Carlão. Ele também é investigador aqui do dept, de Homicídios. Ele vai ajudar a conduzir a coleta do depoimento, ok?

-OK. Primeiro você. – Disse o tal Carlão apontado para Clóvis. Carlão era um homem negro de quase dois metros. Tinha um braço enorme.

Paulo assistiu Carlão, Farias e Clóvis irem para uma outra sala.

Na outra sala, uma sala pequena com apenas uma mesa e duas cadeiras no centro. No canto, havia uma bancada chumbada na parede, contendo uma impressora matricial e um computador antiquado, onde um rapaz de colete preto da Polícia Civil ia digitando. Ali Clóvis foi interrogado. Carlão e Farias apertaram Clóvis para obter todo tipo de informação dos dois.

Durante o interrogatório, foi ficando cada vez mais claro para Clóvis que Farias e Carlão estavam certos de que os dois eram os assassinos. Os policiais pensavam que os dois haviam instalado uma bomba incendiária no ônibus. Ao que tudo indicava, os policiais tinham uma teoria pronta na cabeça e não havia nenhum sinal de que poderiam mudar de ideia.

Clóvis foi ficando com medo. Carlão começou a se mostrar cada vez mais agressivo e impaciente.

Embora Clóvis soubesse que aquilo era uma estratégia policial batida para obter respostas, as porradas do negão na mesa ao lado dele foram se tornando cada vez mais eloquentes.

Mas Malucão se manteve firme. Ele confirmou que o amigo era colecionador de cartões desde menino, e que havia encontrado num cemitério o tal cartão preto. O cartão continha apenas o site e era naquele site que nomes surgiam. Clóvis disse ainda que ele mesmo, nunca tinha testemunhado nenhum nome, e que apenas o amigo havia visto os nomes.

Carlão questionou isso. O policial queria saber como Clóvis acreditava no amigo se apenas Paulo via os nomes. Clóvis atribuiu este fato ao acaso, mas disse que tinha total crença de que as pessoas efetivamente morriam após terem seus nomes listados ali.

Farias questionou como ele poderia provar aquilo. Malucão disse que os dois haviam tentado impedir que um casal morresse, mas que no caminho, encontraram o carro já acidentado, com ambos mortos no interior.

Farias achou aquela história estranha e apertou Clóvis.

Clóvis sentiu medo. Sabia que estava correndo o risco de ser acusado da morte, mesmo que não intencional, daquele casal. Repetiu a história como um robô.

Ao fim do depoimento, Farias deu ao Malucão o relato dele, digitado para que ele assinasse. Malucão assinou.

Em seguida, Paulo foi trazido até a sala. Carlão levou Clóvis até a sala de espera e retornou para uma interminável sessão de perguntas. Lá fora, Clóvis tremia de medo, temendo que a experiência do investigador levasse Paulo a confessar que eles haviam causado a morte do casal.

O tempo passou arrastado. Clóvis sentiu o estômago roncar. Eram três da tarde e o amigo ainda estava na sala com Farias e Carlão.

Algum tempo depois, Surge Carlão.

-Senhor Clóvis, pode me acompanhar, faz favor?

Clóvis sentiu um calafrio pelo tom do policial. Assentiu com a cabeça. Levantou do banco e curvim preto e seguiu o policial.

Carlão levou Clóvis até uma outra sala, onde estava Paulo e Farias.

-Pode sentar, faz favor.-Disse, apontando a cadeira.

Clóvis sentou e viu, nos olhos do amigo que algo não estava indo muito bem.

-Bom, senhores. Agradeço muito o depoimento de vocês… – Farias falava arrastado. Levantou-se da mesa e pegou um cafezinho numa bancada lateral. Enquanto pegava o café, ia falando: -…Mas eu percebi uma série de pequenas incongruências na história dos dois. O que me leva a crer que um de vocês mentiu.

O policial falou e ficou olhando pra eles. O tempo começou a passar. Só havia um silêncio sepulcral naquela sala. Clóvis nunca havia sentido tamanha insegurança, incômodo e medo como  naquela hora. Sentiu vontade de vomitar.

Farias rompeu o silêncio.

-…Vocês estão presos.

Clóvis arregalou os olhos. Aquilo mais parecia um pesadelo. Paulo olhou para o amigo e Clóvis viu o terror se estampar no rosto de Paulo.

-Mas como assim?

-Vamos ter que manter vocês dois aqui por um tempo. Práxis investigativa. Sabe como é. -Respondeu Farias, acenando com a mão para Carlão, que em seguida meteu algemas nos dois.

Paulo tentou argumentar qualquer coisa, mas não houve tempo. Carlão levou os dois para a carceragem. Os três desceram, com dificuldade, os degraus que levavam para o subterrâneo da delegacia. Eles levaram um tempo para enxergar na escuridão. A lâmpada que iluminava o corredor estava queimada, pendurada em fios com teias de aranha. Logo que chegaram na cela, eles notaram que  havia um velho barbudo que parecia ter 90 anos. O corpo queimado pelo sol, esquálido e enrugado, repleto de tatuagens. Lembrava um velho pirata de tempos imemoriais. Quando eles entraram na cela, o velho estava dormindo e roncando.

-Deram sorte que a cadeia tá vazia… Transferiram ontem os detentos para a sede nova. Geralmente esta porra tá cheia de vagabundo até o teto.  – Disse Carlão.

-Isso é injustiça, policial. A gente tem direito a um advogado.

-Claro. Claro, meus amigos. Já, já o delegado vai chamar vocês para conversar. Dá só um tempo aí. Disse ele, subindo as escadas.

E os dois ficaram sozinhos na escuridão da cela. O cheiro era azedo, um cheiro misto de umidade, mofo e chulé.

As horas iam se passando. Nada de delegado. Paulo e Clóvis estavam sentados no chão da pequena cela de três por três metros. O calor foi lentamente se tornando insuportável.

-Puta que pariu. Que fome. – Resmunga Paulo.

O amigo apenas concorda:  -Que roubada…

Horas e horas se passam. Já está a escurecer quando o velho acorda.

-Ih… Chegou mais gente, olha aí. – Diz o velho sorrindo a boca cheia de dentes podres e amarelos.

O velho se levantou e veio até eles.

-Prazer. Meu nome é Gaspar.

-Prazer. Paulo.

-Prazer… Malucão.

-Malucão? Hahaha. Porra, tu é traficante? – Riu o velho.

-Traficante? – Perguntou Clóvis.

-É, porra! Tráfico. Com esse nome, tu só pode ser do tráfico né? De que facção você é, moleque?

Paulo entrou no assunto.

-Não, não. A gente não é do tráfico não. Estamos só aguardado pra falar com o delegado.

-Ih…. Disse o velho. Em seguida sentou com dificuldade.- Bem que eu vi que vocês não tem cara de bandido do trafico mesmo.

-E o senhor? Tá aqui porque?

-157.

-O que é?

-Assalto.

-E o senhor tá preso há muito tempo?

-Há tanto tempo que nem me lembro quando foi…

Aquilo meio que pôs fim a conversa. Mas o velho queria papo.

-Porra, sabe de uma coisa?  Vocês dois tem a maior cara de 121. – O velho parecia ter obsessão pelos números do Código Penal.

-O que é 121?

-Assassinato. -Riu o velho tatuado. Ele parecia meio senil. Muito frágil para representar uma ameaça. Era curioso imaginar que um velhinho daqueles fosse preso por assalto, mas as tatuagens já manchadas daquela pele enrugada e queimada pelo sol davam testemunho da história de vida daquele homem.

-Pois é. Os homens lá tão pensando que a gente é 121 mesmo…

-E são?

-Não senhor.

-Então? Todo mundo aqui em baixo é santo! – Disse o velho, completando com uma gargalhada histérica que ecoou pela galeria da detenção. Paulo notou que o velho definitivamente não batia muito bem da cabeça.

-Sabe, eu vou contar a história pro senhor. Mas já aviso logo que ela é meio estranha.

-Ah, guri. Histórias estranhas são meu passatempo preferido aqui na detenção. Pode contar. Vai, conta, conta!

Então Paulo pacientemente contou a história do início ao fim para o velho bandido.

O velho escutava em silêncio. Só interrompia para pedir para Paulo falar um pouco mais alto.

-É que meus ouvidos já tão meio passados. – Dizia sorrindo.

Paulo acabou de contar a história.

-Isso é tudo verdade? – Perguntou o velho bandido dos dentes amarelos.

-Sim senhor. – Confirma Clóvis.

Então o velho respirou fundo e disse:

-Olha, talvez vocês tenham mexido com algo que deveria ser deixado em paz. Sabe como é. Nessa vida, tudo tem um preço.

O velho em seguida apontou aquele dedo magro e trêmulo para Paulo.

-Eu sinto que você tá carregado. Muito carregado. E isso me dá medo. Mas olha… Se a dica de um velho fodido como eu serve pra alguma coisa, meu filho, destrua o tal cartão. Queime isso numa encruzilhada. Só assim você vai ficar livre desse encosto…

Aquela conversa no interior escuro da detenção deu um clima cavernoso ao ambiente. Paulo escutava o velho quando ouviu atrás de si alguém passando. Olhou pelas barras de ferro e viu que era o policial Carlão. O negro forte abriu a cela e mandou os dois saírem.

Paulo e  Clóvis não cumprimentaram o velho bandido. Apenas olharam pra ele, que acenou com a mão, virando-se para a parede, do mesmo jeito que estava quando eles entraram.

Em seguida, Paulo, Malucão e o Policial saíram, deixando o velho sozinho na escuridão do “buraco”.

Foram direto para a sala de Farias.

-E o delegado? – Perguntou Clóvis.

Farias estava digitando algo no computador.

-Só um minuto. – Disse ele. E continuou digitando.

Passou uns dez minutos. Paulo e Clóvis esperavam o investigador. Quando ele finalmente terminou o relatório, pediu desculpas aos dois.

-Foi mal pela demora aí.

-E o delegado? – Perguntou Paulo.

-Ah… Ele tá em diligência hoje.

-E a gente? O que vai acontecer com a gente?

-Vocês vão voltar pra cadeia. – Disse o policial sorrindo.

-Ah, não, puta que pariu! Pelo amor de Deus! – Implorou Paulo.

Farias riu.

-Calma senhores. É uma piada.

Os dois jovens riram amarelo. Paulo pensou que só um policial idiota faria aquele tipo de piada inconveniente.

-Como foi lá no buraco? – Perguntou Farias escrevendo alguma coisa num relatório que um jovem policial lhe trouxe.

-…Ruim, né? O lugar fede muito. Tava sem luz.

-Ah, é. Queimou semana passada.

-Pois é. Coitado do velhinho lá. -Disse Clóvis.

-Velho? Que velho? – Perguntou Farias.

-O velho que tava lá na nossa cela. O de barba branca.

-Ué. Mas a carceragem tá vazia. Não tem ninguém lá. – Respondeu o policial careca.

-Vocês viram alguém lá?-Perguntou Carlão.

-Sim… Um velho, cheio de tatuagem.

Carlão e Farias se entreolharam com expressão de pavor.

-Eu não vi ninguém lá com vocês – Disse Carlão.

Paulo e Clóvis se entreolharam assustados.

-Caralho, véi! – Gemeu Malucão, com a maior cara de medo que já fez na vida.

Os policiais desataram a rir.

-É o Gaspar. Ele tá aqui há tanto tempo que pirou. O crime dele prescreveu faz uns vinte anos, mas ele não sai daqui. Ele sempre volta. Institucionalizou.

Os dois jovens respiraram aliviados. Paulo pensou que havia visto um fantasma.

-Vocês tinham que ver a cara de vocês. – Riu Farias. – Olha, eu vou liberar vocês dois. Mas vocês vão me prometer que não vão sair da cidade, nem vão se meter em confusão. E tem mais. O Carlão vai com vocês até a sua casa e vai confiscar o computador para investigação. Qualquer informação nova, vocês vão me ligar nestes números aqui. Este celular, ó.

Paulo estava quieto. Assentiu com a cabeça. Clóvis pegou os cartões com os números.

– Então, até mais ver. – Disse Farias estendendo a mão para cumprimentar os dois.

Paulo e Clóvis foram escoltados no carro da Polícia Civil até o apartamento. Eles subiram com Carlão e o motorista. Os dois desmontam o computador de Paulo e levam para o carro. Quando o Gol bolinha da polícia vira a esquina, Clóvis finalmente se manifesta.

-Carácoles! Pensei que a gente ia passar a noite naquele buraco fedido.

-Cara… Que merda. Os caras levaram meu computador, véio.

-Ah, meu. Isso a gente dá um jeito. Mas eles não precisavam de um mandado judicial pra isso não?

-Sei lá. Mas isso é Brasil né cara?

-Pelo menos a gente tá solto.

-Certamente que eles não conseguiram ligar a gente com todas as mortes. -Disse Paulo.

-…

-Tá com fome?

-E como! Cara, tô morrendo de fome. – Falou Clóvis.

-Bora jantar!  – Diz Paulo, disparando para a cozinha.

Minutos depois eles se deliciam com uma macarronada. Enquanto comem, saboreiam um vinho. Os dois brindam a liberdade.

Após comerem feito bois, os dois jovens acabam de secar a garrafa de vinho ficam e fumando na mesa da cozinha.

Conversam sobre a estranha mudança dos policiais.

-Reparou que eles ficaram simpáticos de uma hora pra outra?

-Reparei.

-Estranho, né?

-Muito.

-…

-Sabe, eu acho que eles não estão fazendo nada ao acaso. Esses caras querem seguir a gente. Cê não acha?

-Certamente. Faz odo sentido. Nos soltaram porque viram que com a gente preso eles ficam sem informações.

-Odeio polícia, brother.

O papo termina subitamente. Os dois ficam fumando em silêncio na cozinha.

-Porra, curiosidade é foda. Tô sequinho pra ver se tem nome novo no site.

-Será?

-Pior que o cara levou o Pc… Sem o Pc não rola ver nada.

-Pô, tu não conhece um vizinho, nada?

-Nada. Só tem velho nesse prédio, cara. Lembra?

-É mesmo. Tô ligado.

-E o celular?

-O meu não entra na internet. Bloqueei.

-Bloqueou?

-Os viados da operadora estavam me cobrando a mais pelo uso da internet. Como eu sei que não usei, mandei cancelar. E o seu?

-Sem bateria.

-Ah, que merda.

-E se a gente fosse lá pra minha casa? A gente acessa de lá, véi. – Se animou Clóvis.

-Hummm. Mas eles devem estar de campana aí em baixo, cara. Estão de olho na gente.

-Pode crer.

-Que saco.

-Tem que ter um jeito, brother.

– Já sei, cara. Eles sabem que a gente está sem comer. Temos que fingir que saímos para comer…

-Véio, conheço um cyber café que serve uns sandubas legais. E o investigador lá não proibiu a gente de usar a internet. Ele apenas confiscou o seu Pc.Pra todos os efeitos fomos jantar.

-Partiu! – Disse Paulo, pegando a jaqueta.

Já está tarde da noite quando Paulo e Clóvis chegam no Cyberspace, um cyber cafe misturado com uma lanchonete que fica nas proximidades de uma praça. O estabelecimento funciona 24 horas por dia. São varias maquinas e rola um som industrial ao fundo. A maioria dos clientes são nerds jogando jogo de tiro.

Ali eles ficam acessando o site misterioso, mas ele não sai da tela preta. Os dois ficam dando reload atrás de reload, mas não há nomes.

Enquanto espera algum sinal do site, Paulo checa os emails. Muitas mensagens são de amigos da empresa, oferecendo as suas solidariedades com relação à demissão.

Paulo olha no computador ao lado. Malucão está no chat, conversando com uma mulher de peitos grandes.

O amigo ri, balançando a cabeça.

“Esse é o Malucão de sempre” – Paulo pensa.

O jovem Paulo está cansado de recarregar o site sem sucesso. A tela preta é persistente.

Ele resolve seguir o exemplo de Malucão e abre o MSN. Em poucos minutos, está conversando com  Vera Lúcia, uma amiga da faculdade, ex-paquera, que agora está casada, é mãe de três filhos e  mora na Suécia. Eles falam amenidades enquanto o jovem clica em F5 na pagina misteriosa, sem sucesso.

Após o papo sobre filhos, casamento e ida para a Suécia, Vera Lúcia pergunta o que Paulo faz tão tarde num cyber café. Ele diz que está sem computador, mas prefere não dar muitos detalhes. Diz apenas que se meteu “numa roubada complicada demais para explicar”. Diz que está acessando a net de um Cyber Café. Vera Lúcia pergunta o que ele está fazendo.

Paulo diz que esta tentando acessar um site. Ele não quer dar mais detalhes, mas a amiga é curiosa. Ela pergunta qual. Paulo passa o endereço.

Em seguida, Vera Lúcia diz que só há uma tela preta…

-Pois é. Este é o problema. Não devia ser só isso. – Digita Paulo, na janelinha do MSN.

Em seguida, Vera Lúcia faz uma pergunta estranha:

-Paulo?

-Fala.

-Quem é  Michelle Fernandes?

-Pq? – Digita Paulo.

-O nome Michelle Fernandes está escrito aqui na minha tela. – Responde a amiga da Suécia.

O jovem arregala os olhos. Paulo recarrega a página compulsivamente. Tudo preto. Em seguida, ele escreve no chat.

-Vc tá zoando, né?

-Não… Tá escrito “Michelle Fernandes” aqui no site que você me passou. Você sabe quem é?

Paulo escreve:  – Minha ex-namorada.

CONTINUA AMANHÃ

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Ô PHILIPE EU TO DESDE 11:00 DA MANHÃ AKI NO SITE ESPERANDO O FIM DA HISTORIA MAS QUANDO EU VEJO AINDA NAO TERMINO!!! KE SACANAGEM COM OS LEITORES DO MUNDO GUMP RSRSRSRS
    TO ESPERANDO O FIM DA HISTÓRIA:B

    • Cara ia terminar na parte 6, mas estava ficando grande demais. Minha opção era fazer o final mais telegráfico ou escrever mais para ficar coeso com o estilo. Mas isso ia deixar a parte 6 muito grande, monstruosa mesmo. Aí resolvi aumentar.

  2. Eu dexava essa Michelle se ferrar por que é muito burro pra liberar pro Cardoso. Pelo amor de Deus Philipe faz um final legal sem essa coisa de ficaram presos e apodreceram na cadeia.

  3. Apesar de tar gostando tenho que dizer que eh mediana apenas.
    Existem muitos furos na estoria como por exemplo, o onibus explodiu, pegou fogo e ainda assim identificaram os corpos no mesmo dia. E o reporter ainda deu o nome das vitimas na TV… ficou meio obvio demais.
    Como quando ele veh o nome no obituario pela primeira vez… quem em nome de Deus fica lendo o obituario no jornal?

    Mas ta valendo… jah valeu a pena soh pelas teorias do Malucao. O cara eh dos meus!
    Abracos.

    • Ninguém identificou os corpos, cara. Olha aí no texto novamente. Era um ônibus de viagem, e algumas empresas de viagem exigem o preenchimento de um papel com seu nome e identidade. Estes papéis são recolhidos quando o passageiro entra no busum e são usados justamente para casos de acidente. POr isso é rapido a divulgação dos nomes de passageiros.
      Quando ele lê o nome do cara no jornal é porque o cara era famoso. Produtor de cinema. Por isso que ele viu.

  4. Tô cada vez mais maluco. Philipe posso imprimir essa história quando tiver pronta pra eu reler ela quando tiver sem nada pra fazer?

    No fim do texto eu coloco o link do MG e no começou seu nome junto do título. Pode ser?

  5. [i]que essa dai se ferre mesmo ¬¬’ ainda mais ficar com aquele Viado do cardoso …….Ai ai ela fica pagando peitinho para ele ai quando ela morrer quero que ele se Ferre legal ou que ele morra tambem ^^

    Puts acabei de ler isso…..Mano se tem que fazer alguma continuação eim! Por que essa éstoria tem muitas lacunas para serem prenchidas ….Ainda mais por que eu quero ver o que vai acontecer com a morte e ele….ainda acho que ele vai morrer no final.. Teoria Besta né?ainda mais por que eu gostei do “Malucão” sem ele a éstoria ficaria muito chata então é mais plausivel fazer ele [strike]Ficar com a michele[/strike] ficar vivo…ou o Paulo morrer e o Malucão matar a morte(O_o) (Se algumas coisas ficarão meio Fail não se importa não ‘-‘)[/i]

  6. Iai Phillipe, SHOW a história..tá de parabéns.

    Pq o Paulo não tirou um PrintScreen na hora q apareceu os nomes? Seria tão facinho =D

  7. Como sempre está muito bom!!
    Admiro muito a tua inteligência, Philipe! Não vejo a hora de ter o teu livro! Boa sorte, cara!

  8. Uma dúvida, vc já deixa a história pronta e vai postando, ou cada episódio é inédito e vc começa a escrever do nada e as coisas vão fluindo?

    Muito boa a história…!

    • É uma mistura das duas coisas. No caso desta aqui, antes de começar a postar, eu escrevi de uma tacada só umas 20 paginas de word com o miolo de tudo. Aí na hora de postar, eu pego este miolo que já está pronto e que funciona como um resumo da história e reescrevo, colocando mais detalhes, e etc.
      É por isso que eu previa seis capítulos e no final vai dar mais que isso, pois na versão resumida, havia bem menos linhas.
      Em outros casos, a história vai fluindo direto, sem roteiro e eu nunca sei onde vai parar. Foi o caso do despachante da morte e da Saga de Warmod, por exemplo.
      Raramente eu consigo deixar alguma coisa pronta e ir postando. Eu sou impaciente demais pra isso. Acabo e quero logo jogar no ar para poder partir pra outra coisa.

  9. Então é por isso que quando a gente faz uma escursão eles identificam todo mundo? Porque quando o ônibus pegar fogo no meio do passeio e a gente morrer queimado eles sabem quem nós somos? Muita elucidativa sua explicação. Obrigada. Mas, e se o onibus que pegar fogo for o bondão de cada dia, como é que faz para eles identificarem nossas carcaças esturricadas?

    • Exatamente. è para isso. Agora o busão urbano do tipo “catacorno” não fica registro quando pega fogo. Aí só por identificação via arcada dentária no IML. E muitas vezes nem isso é possível, restando a família o enterro simbólico apenas.

  10. Cara, voce ta de brincadeira, neh?

    Disse que continuaria ontem (27) e nada! Nao coloque a credibilidade de suas informacoes em jogo somente para ter mais views. Eh covardia!

    Mesmo assim, parabens pelo conto.
    Abs,

    • Foi mal. Tive um problema de ultima hora ontem que me impediu de poder escrever a parte sete. Hoje a Nivea vai fazer uma cirurgia e estarei com ela o dia todo. Se eu conseguir, postarei a parte sete hoje a noite. Eu não coloco o continua amanhã para ganhar views, pois o numero de leitores fieis que seriam afetados por algo assim é irrisório, uma piada comparado ao numero de paraquedistas que caem aqui em função dos outros 3000 posts.

      • Eu sou e continuarei sendo leitor fiel. Espero que tenha dado tudo certo com sua mulher. Mas essa explicacao nao tira nossa ansiedade. E o pior de tudo, o culpado eh voce! rs.

        Abs

  11. Philipe, meu caro,eu acho, que se vc não postar logo o “Cartão negro parte 7”, é seu nome que vai aparecer na tela do Pc do Paulo… Posta logooooo, curiosa demais!!Lança logo teus livros, que o meu eu garanto q compro…. :lol:

  12. Já acompanho aqui há mais de um mês… mas é meu 1° post… tava esperando sair bastante cartão negro p começar a ler… achei q tinha acabado…. vou ficar na ansiedade até vir outro…. rsrsrs…
    Vc é mto bom mesmo!!!!! Haja criatividade e inteligência…. as teorias do Malucão são mto legais….
    Parabéns pelo Mundo Gump…
    Bjus
    PS. aguardando ansiosamente o 7 e seus livros…

  13. cara , incrivel as suas histórias e contos , vc é um escritor de primeira, inteligente , engenhoso , detalhista e criativo , continue assim !

  14. Philipe, melhoras para a Nivea, desejo que não seja nada demais.
    Quanto a parte sete, estou postando pela segunda vez que estou ansiosssaaaaaa hahaha.
    Abraços.

  15. pow eu curto mais quando é mais sobrenatural se nao tiver uma aparição da morte ai vai ficar meil FAIL :| mas ta de boa .. vc escreve demais

  16. Parabéns, Philipe, essa série tá muito boa! Adorei o detalhe do site. Você obviamente sabia que a galera ia tentar entrar no endereço do Azrael, e eu, tendo acompanhado os relatos de um MIB, sabia que você faria o site de verdade, hahaha! Mas cuidado, hem… daqui a pouco aparece um maluco (DocLottaLove strikes back) dizendo que você tá escondendo o cartão da morte de verdade aí na sua casa! Hahahahah! Abraços!

  17. Phillipe, você têm previsão de término desta história? Eu espero que não, gostei tanto da mesma que meus pais estão brigando comigo porquê eu não saio do notebook (já que o desk. reinicia sozinho), acabei de ler a parte 6, agora vou ir secar a louça antes que eu perca o acesso, hehehe…

  18. Ai que ansiedade pela parte 7!!!… Parabéns pela história! Gostei de todos os posts que já li! Você escreve muito bem! Boa sorte com o livro, espero que saia logo!

  19. Olha só o philipe atacando de físico. Só faltou colocar as equações que descrevem as 11 dimensões da teoria das cordas. Boa história.

    PS. Morra vagaba.

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