Estou reCUperado! Voltando a ativa!!! Descubra porque eu sumi.

Alguns leitores e amigos mais próximos ficaram preocupados ao ver que do nada eu parei de postar aqui no blog. Desde o dia 15 de janeiro não havia um post novo. Alguns chegaram a cogitar uma nova volta naquela doideira de acabar com o Mundo Gump.

Não foi isso. Antes fosse, aliás.

Mas para explicar o que de fato aconteceu, vamos começar do começo:

Hemorroida: A maldição!

Copérnico estava errado. A terra não gira ao redor do sol. O universo gira ao redor do nosso cu. O cu, como eu disse ao Hermínio outro dia, é o centro nevrálgico da nossa existência. O cu é o fiel da balança da realidade. Basta algo dar errado no seu cu que você verá que o mundo perde completamente o sentido. O cu é o centro do universo e algo me diz que o tal buraco negro é o grande cu cósmico ao redor do qual tudo que existe gira. 

Sabe, depois que você tem uma crise de hemorroidas mandar alguém “tomar no olho do cu” ganha toda uma nova dimensão. Tem gente que começa a rir apenas com a menção da palavra “Hemorroida”. Tanto que se eu fosse um palhaço eu colocaria este nome nele para adiantar o sucesso com o riso vindo antes da piada. Mas sinceramente, eu entendo porque todo mundo ri de “hemorroida”. Hemorroida é coisa que dá no cu. E com a licença para invocar o vernáculo cu, (que não tem acento), podemos perceber que quanto menor a palavra maior o seu poder. Cu é fácil de falar, é fácil de ensinar a falar, todo mundo tem, (embora alguns usem mais que os outros, se é que me entende) e é algo que raramente a gente vê por aí. Então o cu ganha aquela aura mítica de uma parte do corpo que é ao mesmo tempo um palavrão, um nome feio, e algo que para muitos e quase uma identidade. Quem não conhece um sujeito cuzão? Eu mesmo conheço vários cuzões. E alguns caras são tão cuzões que não basta ser cuzão, tem que ser cuzão escroto!

Meu problema com o cu começa na alfabetização. As professoras do Jesuítas não falavam por vergonha ou pura babaquice o cu. Então fica aquela coisa estranha que o moleque ri meio sem entender quando o cá,cé,cí,có… Fica acabando no có.

Quase fiquei de castigo quando perguntei, “mas e o cu, tia?”

Cu era tabu. Não podia falar de cu em colégio de padre. Deus que sabe, tudo vê, tudo criou, (incluindo o nosso cu) não pode ouvir a palavra cu, e assim começa a gênese de meu desconforto com as maluquices do cristianismo mais tacanho. Pode pensar no cu, mas se falar do cu, virou pecado.

Eis que me vejo no espelho. Vamos assumir uma coisa: Somos minhocas mais desenvolvidas. O que realmente nos diferencia de uma minhoca são braços pernas, dedos e cabeça, mas se olharmos bem, o conceito da minhoca é uma boca dum lado e um cu do outro. To errado? Somos minhocas sofisticadas. Embora nossa constituição de minhocas sofisticadas nos permita enquanto humanos passar batom na porta de entrada, usar aparelhos, falar abertamente que está com uma afta, a porta dos fundos é assunto reservado. Fala-se baixo, com o canto da boca, quase sussurrado a menos que seja caso de fechada de trânsito onde todos os deuses do automobilismo nacional perdoam seu “Vai tomar no cuuuuuu seu cornoooooo!” berrado pela janela a plenos pulmões. Ou quando é o quarto gol da Alemanha no Brasil. (Já no sétimo, a tomada no cu se faz com toda a nação e se torna uma confissão: É… Tomamos no cu!)

Mas vamos voltar às hemorroidas. Se você não sabe que porra é essa, tenho que te parabenizar e dizer que você é uma pessoa de sorte. Isso é o inferno. São basicamente varizes no roskoff do sujeito. Eu me lembro da primeira vez que fui ao banheiro e enquanto tomava banho senti algo arder no meu brioco. Ardia, mas ardia pouco. Gradualmente, aquele ardido começou a virar um maçarico de oxigênio-acetileno ligado 24/7 na minha bunda. Eu estava descobrindo que talvez estivesse presenciando o famigerado termo “fogo no cu” ali ao vivo e à cores, e não era o que eu sempre imaginei que fosse.

Tentei aguentar esperando que passasse. Vai que é como uma afta… Né? Não era. A porra queimava e foi piorando.  Lembro de um dia que eu estava fazendo auto escola e no banco do chevette, sentia as fisgadas cada vez mais horríveis. Comecei a suar frio, mas não tinha coragem de falar daquilo com ninguém. Chegou ao ponto da coisa ficar séria. Procurei minha mãe.  Era uma tarde e ela tinha acabado de acordar. Eu cheguei quase chorando no quarto dela.

-“Mãe to sentindo dor no cu!”

E então, diante daquela situação, minha mãe fez uma pergunta bem direta, aquela pergunta que eu como pai também teria feito na lata do Davi:

– Você andou dando o cu?

Hahahaha. Porra hoje é engraçado, mas com 17 anos para 18 aquilo me pareceu horrivelmente humilhante. Eu, o filho mais safado, que só pensava em mulher, tarado, colecionador de revistinhas do plastiquinho vermelho, punheteiro confesso e colecionador de playboy desde Yoná Magalhães??? Dando o cu? Minha própria mãe me perguntar isso? Mas que porra é essa, meu chapa?

-Claro que não, mãe. Tá doendo! – Eu contei. E expliquei como tudo começou ardendo pouco e foi só piorando.

Minha mãe mandou eu deitar na cama, baixou minhas cuecas e se horrorizou.

-Meu Deeeeus! – Ela gemeu baixo. Quando minha mãe gemia baixo era sinal que tinha dado merda séria.

-Deu merda no seu cu! – Ela disse.

E eu pensei, “ora bolas, onde mais daria merda, katsu?”

Aí ela chamou meu pai. Veio meu pai ver meu cu. Já passou por isso?

Eu deitado, aquela porra parecendo uma navalha me cortando o rabo e minha mãe e meu pai debatendo o que fazer com meu cu doente.

Assim, resolveram que me levariam de emergência num médico que curou a hemorroida do meu avô. Um cara que cobrava uma consulta cara pra dedéu, lá no prédio do Rio Sul.

Fomos pra lá. O consultório do cara era chique pra dedéu. Entrei com minha mãe. O sujeito era todo garotão. Tentando quebrar o gelo, falou palavrão pra caramba.

-E esse cu aí, meu amigo? Tá com defeito no rabo, né? Não se preocupa não! Isso acontece!

Felizmente o medico garotão fez uma coisa boia naquele dia: Deixou claro que hemorroida nada tinha a ver com dar o cu, mas tinha tudo a ver com ler seis revistas Heavy Metal sentado no vaso cagando. E outra era ser descendente de alemão. Segundo ele, alemães e todo o resto do povo ali da zona do Euro tem esse problema “de fábrica”. Talvez por isso Hitler fosse tão histérico.

Descoberta a razão do meu suplício, o cara mandou eu deitar na maca. Olhou e disse que ia fazer um procedimento. Ele pegou uma coisa que na penumbra pareceu um revolver e fez “Splack!” no meu cu. Senti uma dor tão escrota que comecei a desmaiar. Minha mãe ficou assustada. O Médico mais ainda.

E assim foi minha primeira “ligadura elástica” antes dos 18 anos.  A ligadura elástica é uma técnica que uma borracha igual um elástico é colocada ao redor da hemorroida, estrangulando a mini trombose de modo que ela necrosa e cai depois de uns dias. Só que no meu cu gump, aquilo não adiantou absolutamente porra nenhuma.

A minha hemorroida dos 18 anos foi épica. E dias depois estava eu, deitado na cama da minha mãe gemendo de dores. Minha vó meu vô minha mãe meu pai vinham em procissões ver o estado do meu cu.

Era essa a pauta do dia: “Procissão pra ver meu cu e logo depois debate: Parece uma bolha de sangue, uma amora ou uma couve-flor?”

Eis que couve-flor sempre ganhava, e você pode apostar que eu estava vivendo o inferno. Meu cu era publico e assunto de todas as horas. Quem conseguiu solucionar o problema foi meu avô que disse que na crise colocava gelo no cu.

E assim, depois de tentar de tudo até um remédio de pimenta que me piorou pra caralho, resolvi gelar o cu. Lá estava eu enfiando um cubo de gelo no roskoff. E não é que a porra do gelo e seu poder vasoconstritor ajudou mermo? Consegui ficar bom a tempo de não dar vexame maior diante da minha namorada na época. Meu cu voltava finalmente à penumbra discreta de onde nunca devia ter saído.

Mas aquela hemorroida estava controlada. Ela nunca havia de fato acabado. Ela estava sempre lá, ameaçando. Ameaçando e sumindo. Como um fantasma, um encosto maldito pronto a te apunhalar pelas costas no pior momento. E foi bem assim mesmo.

A próxima crise digna de lembrança se deu quando eu ja tava casado. Há uns cinco anos atrás. Eu já tinha até o blog. A crise veio feia. Essa doía muito. Por insistência da Nivea, fui numa clinica especializada.

Na consulta a mesma conversa, contei a história do meu cu problemático e o medico mandou eu deitar na maca. Lá fui eu. A Nivea ficou esperando do lado de fora, afinal, já estava bem constrangedor.

Sobe na maca e fica de quatro, ele disse. Me senti aquelas donas de filme pornô.

Subi. Peito na maca. Deitei. O rabo fitando o vazio, erguido para o alto. Vi o cara pegar dois refletores que dariam para filmar casamento. Cheguei a pensar que devia ter passado bronzeador no cu com tanta luz. ( Porra será que ele vai filmar?)

O cara se aproximou. Eu com medo de deixar escapar um pum ali na cara dele. Já pensou? Lembrei ali da procissão de gente vendo meu cu. Que merda. Que cu!

O cara só dizia. “Nossa, isso tá horrível! Tá horrível cara! Isso tá muito feio!”

E eu pensando em como um cu poderia ser bonito. Mas é fato que deve existir algum cu bonito. Tão estrelado quanto isso: *

O médico soltou um palavrão e disse. “Tá foda, hein meu amigo? ”

Eu esperava já poder me levantar daquele pesadelo quando sinto aquela dedada grossa me penetrando o rabo sem piedade.

Eu pensei em gritar, mas ele falou bem em cima: – Calma, calma que o exame ja vai acabar!

E começou a girar o dedo no meu rabiscoff de um lado para outro.

Eu ali odiando aquele pior momento da minha vida (inocentemente eu não sabia o que viria depois) e me perguntando o que diabos aquele puto daquele medico estava sintonizando no meu cu!  Vontade de gritar: -Essa porra não é radio não, seu puto!

Após desatochar o dedo do meu rabo o cara me traz um bagulho transparente. E eu penso: Ah, não… Não vai enfiar essa coisa no meu…. Aaaaaaaaaaah!

Senti ele abrindo uma espécie de pregador de roupa gigante no meu cu. Pra piorar, ele ainda mandou chamar a Nivea.

-Vem ver o cu do seu marido!

Ela veio. Nivea mal conseguia olhar. A coisa tava feia. Diagnóstico: Operar já.

Mas operar o cu? Nem pelo caralho!  Fugi daquele médico. Amigos indicaram um novo médico. Esse, disseram, era filosoficamente contra operar.

Novo médico, nova dedada, nova anuscopia, e um exame escroto no qual ele injetou ar dentro do meu rabo! Um pum reverso.

O cara foi franco: Eu tinha uma coleção de hemorroidas pequenas que felizmente estavam na área que não dói, mas duas estavam na área que dói e dói pra caralho! Ele ia fazer ligadura elástica. Uma das hemorroidas, provavelmente a dos 18 anos, era uma sequela, e não estava inflamada, mas ela só daria para acabar com cirurgia. Deixamos aquela por último.

Fiz o tratamento ingrato com varias ligaduras elásticas. Deu certo. Fiquei bom, mas aquela última não teve jeito, ele tentou, mas não conseguiu resolver.

Desde aquele tratamento, comecei a ter sangramentos de vez em quando. Mas eles foram gradualmente piorando. Foram piorando, piorando até que um dia descobri que estava ficando com anemia. Era cagar e sair sangue. Comecei a ter uma paranoia que podia estar com câncer. Um dia, senti uma cólica violentíssima de madrugada. Mal conseguia ficar de pé. Será nó nas tripas? Será câncer? Chegou ao ponto da paranoia que eu dormia mal pensando nisso. Um dia acordei e havia sujado a cama de sangue. Porra, isso não é NADA normal!

Conversei com a Nivea. Ia encarar pela terceira vez um tratamento de furingo. Mas dessa vez eu estava disposto a ir até o fim. E fui.

Amigos indicaram um especialista. Ele tem “Ânus de prática!”

Lá fui eu para mais uma consulta. De cara senti firmeza no medico. Era um senhor, sério, bonzinho. Lembrou meu pai.

Mandou eu entrar e deitar na maca. Aquilo tudo, dedada, sintonizada no brioco e algo que eu não esperava. O médico, o tal com ânus de prática ficou estarrecido. Assustado mesmo. Ele havia visto algo que “não gostou” dentro do meu cu.

-Vamos operar urgente! – Sentenciou.

E foi assim que descobri que eu tinha um TUMOR na porra do meu brioco. No reto, pra ser mais preciso. Felizmente era um tomor benigno, mas era tão gigantesco que estava obstruindo a passagem do intestino e se obstruísse poderia gerar uma ruptura intestinal que poderia me levar a uma septicemia e logo depois ao mundo dos amigos do Alain Kardec. Se eu demorasse muito, esse tumor poderia dar:

Gangrena no cu

Não existe nome mais lindo para uma banda de trash metal! Mas definitivamente eu não estava na vida a passeio e não pretendia morrer antes de aproveitar mais essa porra aqui. – “Vamo operar!”  – Eu disse, com convicção de quem vê o fim da linha.

Como eu não estava afim de morrer, operei. E na véspera da cirurgia o medico me perguntou se eu queria que ele filmasse ou fotografasse o procedimento. Logo a Nivea pulou da cadeira: – “Não! Ele vai botar o cu no blog! ”

Nada como uma pessoa que te conhece bem, né?

Para minha surpresa, vários pacientes do medico pediam que ele fotografasse. Sei lá porque. E foi aí que o medico sacou um bloco de fotos de operação de hemorroida.  Já viu? Dica de quem vê bizarrice há dez anos:

Não veja. Não procure! Fuja dessas imagens!!!

Fiz o cara prometer somente uma coisa: Que não ia botar sonda no meu pinto. Tenho um problema com sondas desde minha operação de varicocele quando a enfermeira delicada como um ataque aéreo me cortou a uretra toda por dentro num puxão só.

Ele prometeu e fui eu pra cirurgia. Bloqueio Raquiano, não senti nada. Contei piada no centro cirúrgico até desmaiar e acordar já de cueca deitado na maca. Sei que meu caso não era comum, primeiro porque sou Gump, depois porque a anestesista, que me lembrava a minha mãe, estava tão carinhosa comigo que me comoveu. Depois porque chamaram o DONO do hospital para vir ver a parada que ia rolar. Quando seu cu é a atração principal do dia num hospital, a coisa não está muito bem, meu chapa!

Mas foi tudo beleza. Eu não sentia as pernas, nem cu nem nada. Cheguei todo feliz no quarto para espanto da Nivea que não esperava aquilo.

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Minha recuperação foi rápida e veloz. O cara extirpou meu polipo gigante e ainda arrancou as duas hemorroidas ancestrais que haviam sobrado.

Quando a anestesia passou vieram as dores. Controladas na base dos remédios fortes que os hospitais dão. Mas em compensação o quarto era bom, o ar condicionado era geladinho e a televisão passava Discovery!  A luta foi conseguir fazer xixi. Religar a bexiga depois da anestesia é muito difícil, e por isso a sonda, mas ele cumpriu a promessa. Doze horas depois eu usava toda minha força de vontade para urinar. Quando eu finalmente consegui, Nivea quase chorou de emoção. Casamento de verdade é isso aí, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e até no mijo que não sai!

O cara já estava vindo pra me colocar a sonda. O que o cagaço não faz, né meu amigo?

Na manhã seguinte o médico me visitou disse que eu estava bem e era pra ir pra casa me recuperar. Um mês de cama!

Assim, voltei para casa. Já estava andando! Apesar da dor, lógico. A primeira noite foi foda. A segunda também. A dor era escrotíssima. Parecia que tinha um ouriço fodendo um abacaxi em chamas atochado no meu cu. A sensação era essa e eu juro que me arrependi de ter ido para a faca.

Mas eu não sabia, que o pesadelo nem sequer havia começado. Foi bem no final da tarde que ele veio.

A vontade de cagar

Aqui a coisa ficou definitivamente escrota demais. Eis que o médico, com peninha de mim e diante da situação do meu tumor nos países baixos, não fez a lavagem do meu intestino. Resultado, eu estava com merda de três dias para botar pra fora.

Tentei a primeira vez. Quando o bicho começou a charutar, eu com o cu todo costurado senti aquela aflição medonha. O cu travou. Eu travei, tudo travou!

Achei que ia desmaiar. Voltei pra cama e chorei como um bebê: -Fudeu, fudeu! Vão ter que fazer lavagem! – Eu dizia. – Pra que eu fui fazer essa porra?

A morte já não parecia uma ideia tão ruim assim diante de ter que cagar um tijolo com o cu costurado.

Nivea me acalmou. Mas ela também estava uma pilha. Sabia a gravidade daquela merda. Literalmente. Pediu a interseção de São Sebastião. Agora até São sebastião entrava na história do meu cu que não cagava. Que venha o milagre!

Tentei aguentar. Mas não teve jeito. A pressão intestinal era medonha. Comecei a temer cagar pela boca como o Cartman.

cartman

Mas não precisou esperar muito. Quando a vontade veio foi como uma erupção vulcânica! Uma erupção de bosta. Numa situação dessas não tem como não gritar. Eu acho que minha mãe deve ter ouvido o meu berro lá da Espanha!

Maluco, e a dor? A dor foi uma porra tão colossal que não existem palavras ou imagens que consigam exprimir tamanha escrotidão. O espírito chega a querer sair do corpo! Pensei que ia desmaiar. Depois vendo relatos de quem passou por isso em hemorroidectomia, vi que muitos desmaiam MESMO.

Orgulhoso chamei a Nivea para testemunhar a minha merda. Me senti o Davi. Eu não sabia que cabia tanto cocô dentro de mim. Depois veio o alívio, e aí sim, a dor chegou chegando, rasgando tudo. A sensação é que eu tinha acabado de fazer uma minissérie com o Kid Bengala. Entendi completamente por que não podemos exigir direitos iguais para as atrizes porno. Elas tem que ganhar muito, muito mais!

E assim foram passando os dias. A dor constante foi se reduzindo e o desespero na hora de mandar o barro cada vez menos horripilante. Ainda dói feito o catiço, mas já não grito mais pra cagar.

Então é isso. Foi assim que eu sobrevivi a um cu problemático, mas que está em vias de se tornar saudável. Sem tumor, sem sequelas, e graças a Deus sem colostomia (o vulgo saquinho de merda). Essas porras são genéticas, como minhas edras nos rins e de certa forma estão aparentados com o outro problema que operei, a varicocele.

Muita gente tem problema de hemorroida e não fala. Homem então, hahahaha deve ser uma merda.  Lá vai o cara a fingir que está tudo bem sendo que tá tudo mal na geopolítica dos “países baixos”.  O problema é no cu mas muitas fezes fode a cabeça.

O meu caso foi excepcional (como tudo mais que me acontece) porque eu tinha um TUMOR no rabiskoff. Se você tem hemorroidas, minha dica é: Opera logo esta porra de cu doente e viva melhor! O meu caso não é exemplo, porque eu fui muito mais costurado que a maioria da galera geralmente é. (Aliás, meu medico devia ser professor de bordado. Quando saíram os pontos, quase deu pra fazer um centro de mesa) Hoje, depois de passado pelo furacão que foi, acho que no fim valeu à pena. Minha anemia até melhorou.

Se vc tem problema, acredite, se eu que vivo me ferrando, encarei, você encara também! E o período até que veio a calhar, já que esse janeiro é sempre meio parado, porque como dizem, nada acontece antes do carnaval.

Por que eu estou contando essa porra? Porque sou um perverso desavergonhado que adoro contar em como o medico me atochou aquele dedo no lugar onde o sol não brilha? Não. Durante dias na cama sentindo dores insanas,  comecei a tentar entender por que certas coisas estranhas acontecem comigo. Coisas como um tumor no cu, ser perseguido por um maníaco numa brasilia creme, quase morrer numa geladeira, quase ser assassinado e jogado do alto da torre do Niterói Shopping, colecionei cuspe e baratas, ou quando os marines apontaram os fuzis pra mim no aeroporto de Los Angeles, quando eu resolvi roubar um morto do cemitério e tive que devolver e ainda fui perseguido por um defunto em sonho,  quem sabe ter uma solitária de seis metros, quase morrer num motelpenar com fantasma dentro de casa, quase lutar com flanelinha, passar por toda sorte possível de vergonhas, como ir pra oitava série e no primeiro dia de aula ser retirado da sala porque era repetente da sétima, me cagar em plena ponte Rio-Niterói, ser chamado de burro pela professora de matemática em plena sala de aula e depois virar alvo de zoeira do Colégio inteiro, entre outras merdas, acontecem justo comigo. Deve ser para inspirar as pessoas, para ver que a vida dos outros também pode ser pior às vezes, ou quem sabe, para fazer as pessoas rirem.

Certa vez, do nada,  uma dona depositou uma grana considerável na minha conta, porque disse que estava me pagando o mesmo que ela “gastava de remédio para depressão” e já não usava mais depois que descobriu meu blog. Então eu me ferro mas alguém acaba se beneficiando.

Pensar nisso faz o perrengue ser menos sofrido. Pode ser só meu miolo tentando dar um norte para a situação, mas quem sabe, né? Quem sabe eu contando a foda que passei mas que me livrei do problema, não ajuda a pessoas que estão com hemorroidas sangrentas (outro nome bom pra banda trash) a tomarem a decisão de operar e se livrar do problema? Em ultimo caso, rir é o melhor remédio. Afinal, não dá pra levar um cu a sério.

Em algum lugar, se há de fato alguém controlando esta porra, a minha vida deve ser algum tipo estranho de programa de humor. Eu praticamente consigo ouvir as risadinhas dos caras da outra dimensão. É como uma claque do Chaves. As coisas acontecem comigo e muitas vezes quando eu conto, as pessoas “normais” acham que eu estou inventando: “Como ele é criativo” dizem. Ou pensam. Eu sei que pensam.

A parte boa de tudo isso é estar reCUperado, mas o triste é que no aniversario de ONZE ANOS DO BLOG dia 23 de janeiro ( por tabela meu aniversário de 40 anos e meu aniversario de 17 anos de casamento com a Nivea) eu não postei nada.   Mas estamos de volta. (devagar pra não doer!)

Aliás, se você não me deu presente de aniversario, fica meu pedido: Meu presente é um link. Poste numa rede social que vc preferir o post que vc mais gosta do Mundo Gump. Só isso. Tem mais de 5000 aqui pra você escolher! 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Lavagem intestinal não é tão ruim assim. Eu passei por isso várias vezes, durante 8 horas seguidas para operar o apendice. Acho que a colonoscopia é bem pior. Agora kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk me conta, como é entrar na idade do lobo com o fiofó fodido? kkkkk

  2. kkkkkk Vc é incrível!! Que bom que está melhor.. conheço algumas pessoas que operaram hemorroidas e sempre falam que o pós cirúrgico dói mais do que ter a hemorroida..

  3. Uma coisa que ajuda a prevenir é usar o chuveirinho com água quente. O calor aumenta o fluxo de sangue, desobstruindo os vasos potencialmente varicosos. Deveria ser mais divulgado, acho que os médicos não contam pra não ficar sem pacientes.

  4. Nossa, quase molhei as calças de tanto rir, sei que não é legal rir do sofrimento dos outros, mas, mais uma vez você se superou. TEXTO NOTA 1000. Obs: fiquei até enjoado na parte que você queria cagar, angustiante. AHAHAHAHH

  5. Oi Philipe;
    Que bom que esta bem. Fiquei sabendo de seu problema quando postou la no grupo secreto do facebook. Te acompanho acho que desde que abriu o Mundo Gump. Gosto muito do que faz e de sua pessoa. Senti muita pena de você nesta historia (tenho um sentimento por vc como se fosse parte de minha família kkk). Abraços para vc e toda sua família.

  6. Apesar do drama da situação, ri litros aqui! É um privilégio poder fazer troça das próprias desgraças.
    Cuide-se e melhoras para você.

  7. “A morte já não parecia uma ideia tão ruim assim diante de ter que cagar um tijolo com o cu costurado.”
    Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha

  8. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Não vou conseguir parar de rir até 2050……. Cara vc e seu cú são s melhores!!!!!! E olha que eu tb tive um tumor no cú…..kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  9. – “Não! Ele vai botar o cu no blog! ”

    saUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAUsaUSHAusAUSHAusaHUSHAusHAUSHaushAUSHaushAUSHaushaUSHaushaUSHAushAU

  10. Mano…não me lembro da ultima vez que ri tanto! Me desculpa…ahahahahh
    Mas como compensação, lhe darei o “presente”…compartilharei esse link na minha TL! Você é fantástico na forma de contar suas tragédias…kkkkkkkk
    Abs!

  11. Cara, que agonia. Eu já fiquei agoniado com uma cirurgia no intestino, não gosto nem de imaginar como é o pós-cirúrgico de uma operação em lugares incômodos como cu e pinto (lugar onde eu morro de medo imaginando que provavelmente terei que fazer frenuloplastia)

  12. Obrigada por compartilhar sua experiência com tanta maestria e desenvoltura! Já passei por boa parte desse processo e me encontro no pós cirúrgico há cinco dias, e quando estava perdendo a esperança, vi seu post e ganhei força! Obrigada do fundo do coração! Sucesso em sua trajetória!!!!

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