A era da mentira

Basta querer ver para conseguir enxergar que estamos vivendo com os dois pés na era das mentiras. Apesar do tema ser afeito à política, antro onde a mentira e reconstruções mirabolantes da História recente e mais antiga comem soltas, não é da nossa detestável política que pretendo tratar.

É fato científico que engodos e mentiras são nossos companheiros constantes. Em 1997, por exemplo, o psicólogo Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos, ouviu as conversas diárias de 20 pessoas submetidas a uma experiência e analisou as fitas gravadas em busca de uma ou outra lorota, ou “caô”. O resultado foi surpreendente:
Do ponto de vista estatístico, mesmo os mais sinceros participantes disseram uma mentira a cada oito minutos. “Em geral, são apenas mentirinhas, mas, de todo modo, são o que são: mentiras”, avalia Jellison. Na opinião do psicólogo, procuramos constantemente desculpas para comportamentos que outros poderiam julgar inadequados. Assim, inventamos um engarrafamento como pretexto para um atraso, ainda que, sinceramente, não tivéssemos a menor intenção de ser pontual. Os maiores mentirosos revelados pela pesquisa de Jellison são pessoas com maior número de contatos sociais – vendedores, auxiliares de consultórios médicos, advogados, psicólogos e jornalistas.

“O engodo é componente tão central em nossas vidas que compreender melhor esse fenômeno é algo importante para quase todos os assuntos humanos”, sentencia Paul Ekman, diretor do Laboratório de Interação Humana, de San Francisco, e um dos pioneiros na pesquisa da mentira. A fim de aprofundar suas investigações sobre o assunto, neurocientistas reúnem pessoas para que digam inverdades em laboratório, enquanto eles medem a atividade nas diversas regiões cerebrais dos mentirosos. Psicólogos analisam a mímica facial e os gestos, em busca de sinais que denunciem a falácia; estudam também nossa capacidade de detectar mentiras e tentam estabelecer em que momento as crianças aprendem a contar suas primeiras lorotas.

Apesar da mentira ser um assunto entranhado na vida moderna, e cotidiana, ela vem sendo levada às últimas consequências pelo marketing e pela publicidade. Basta ligar a TV para notarmos essas propagandas que oferecem géis redutores de barriga como uma solução simples e eficaz.
O engraçado nesse negócio de gel redutor ou aparelho bizarro de emagrecimento milagroso é que o gel redutor costuma vir acompanhado de um “guia de dieta” e o aparelho também. Isso é quase como uma pílula que acaba com a sede que deve ser ingerida com dois litros dágua para fazer efeito.
Esses géis costumam vir em propagandas que dizem ter eficácia comprovada por estudos científicos (nunca indicados no comercial, lógico) que atestam sua capacidade de tornar uma pessoa mais parecida com um leão marinho a uma modelo semi-anoréxica da capa de revista.
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Aliás, falando em capas de revista, ali está o maior exemplo da era da mentira: Modelos pasteurizadas no Photoshop, muitas vezes completamente remodeladas. Outro dia vi a Preta Gil reclamando que tinham colocado ela branca na capa da revista. – “Essa não sou eu!” – Disse Preta, indignada com sua imagem “ajustada” pela publicação. O fato é que nos vendem o tempo todos coisas irreais, e muitas pessoas que compram querem justamente vender uma imagem do que elas não são para os outros.

É uma síndrome social e complexa.

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Veja por exemplo, os carros. Em toda propaganda de carro vemos pessoas bonitonas pilotando bólidos possantes, machões enfiando seus veículos na lama, adentrando o Amazonas, subindo montanhas, ou deslizando pelo asfalto em estradas que parecem em outros países, ao som de música clássica.
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Ninguém mostra o Zé Ruela cheio de prestação daquele carro – que bebe uma barbaridade – pra pagar, encolhido, com medo, num engarrafamento, em baixo dum viaduto escuro, esburacado enquanto bandidos batem com o cano do revólver no vidro entoando o mantra do “perdeu”.
Nas propagandas tudo é lindo e perfeito. E o povo ama isso. Quer ver família mais feliz que a das propagandas de margarina?
Justo a Margarina, aquela resina vegetal que foi inventada por Hippolyte Mège Mouriès para substituir a manteiga que ficava dura demais no inverno – é cheia de gordura trans– mas na TV, ela faz bem ao SEU coração.

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Chegamos ao ponto máximo do ridículo? Eu não sei, mas algo me diz que estamos perto. Um exemplo são as propagandas dos serviços de TV à cabo. Praticamente todos dizem que são os melhores. Todos oferecem mais canais, todos têm melhor qualidade de imagem, todos trazem diversão para sua família e todos são o mais barato. Como é possível que todos os produtos sejam os mais baratos?
E celular então? O universo dos celulares e telefonia esbarra e viola todos os limites éticos para tentar empurrar aparelhos cada vez mais sofisticados que não precisamos, com tecnologias super avançadas, que a maioria de nós não conseguirá usar, e quando conseguir, ajudará que nos isolemos cada vez mais do mundo real.
Às vezes, a mentira nos coloca em situações vexatórias, como quando foi propalado a plenos pulmões que a copa do mundo (aquele evento que beneficiaria os pobres do Brasil) seria exibida na resolução extra-monstra de 4K, numa época em que a grande maioria das pessoas nem sequer assiste a coisa em 2k!

Isso resultou na venda de televisores 4K – a preço de ouro, claro – e os famosos early adopters que embarcaram na mentira, quebraram a cara ao adquirir uma parelho para o qual ainda não havia programação.

Então, na esperança de abstrair a rede mentirosa que nos cerca, vamos ao shopping, inocentes que somos da perversidade da vida.

A ideia que vendem pra você
A ideia que vendem pra você

 

Shopping em dia bonito onde todo mundo foi pra praia, já é uma merda por natureza. Se estiver nublado ou chovendo, é o inferno na Terra.

Se for perto do dia das mães, dos pais, dos namorados ou páscoa, natal... Ferrou!
Se for perto do dia das mães, dos pais, dos namorados ou páscoa, natal… Ferrou!

Ali é o antro da mentira. O shopping é a terra onde os preços são lentamente inflacionados para sofrerem reduções brutas e entrarem em super promoção pelo preço que já estavam. O povo, otário, surta.
Na alimentação, há duas vias: Os fast food que oferecem a felicidade na compra de suas guloseimas transbordando gordura trans, e as opções “saudáveis” do que deveria ser o slow food.
As duas opções são caras e – óbvio – mentirosas.

O fast food mostra a você grandes sanduíches, verdadeiras construções arquitetônicas de carne, queijo e molho especial, com pães em cima, soltando uma convidativa fumacinha. As batatas vem voando no ar e mergulham com habilidade olímpica no saquinho para receber uma nevasca de sal. Em algum ponto do vídeo com foco, iluminação e enquadramento impecáveis, um tomate é cortado por uma faca habilmente controlada, com a precisão de um samurai.

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A primeira constatação da mentira é a fila, que nunca parece na propaganda. Uma moça horrenda com aparência oprimida surge, cabisbaixa ao seu lado. Ela tem o olhar cansado e pergunta com o tom mecânico o seu pedido. Você diz e o que quer ela erra três vezes o que escreve num papelzinho.
Quando finalmente chega sua vez de pagar, o sistema saiu do ar, te obrigando a pagar em dinheiro. O slogan da felicidade ainda ecoa em sua mente enquanto você escava a carteira em busca de notas.
Você paga e espera, até que alguém pare de conversar e vá buscar seu pedido.
Não há grelha e nem fogo como no cartaz. Seu alimento está numa caixa amassada ou embalado num papel amarfalhado. Mas você fica feliz ao ver seu pedido sendo lentamente colocado na bandeja por um empregado letárgico e mal remunerado, que mais parece um zumbi.
Então começa o segundo round da mentira: Você sai dali daquela zoeira, em busca de um lugar para comer em paz, como as pessoas felizes que viu na propaganda do Shopping na sua caríssima TV 4K que nunca exibiu nada naquela resolução. Mas não existe a tranquilidade da propaganda.

Achar um lugar para sentar se torna tarefa hercúlea. As pessoas se digladiam em busca de um lugar. Cadeiras vazias estão com bolsas em cima. Homens, mulheres, famílias inteiras zanzam como almas penadas, de um lado para o outro, com o olhar perdido no infinito, tentando perscrutar na massa de comensais alguém que esteja terminando.

Você dará pelo menos cinco voltas na praça – de alimentação – antes de poder achar um lugar vago para se jogar e poder comer.
Quando finalmente o milagre acontece, tem mais de vinte minutos que você pegou seu lanche- que já estava pronto há pelo menos uma hora…
Mas não se preocupe, pois graças ao volume grotesco de sei lá o que que eles colocam naquela merda de comida, ela estará do mesmo jeito daqui a seis anos, já que você “ama muito tudo aquilo”, mas o fungo, aparentemente, não curte!

Quando você abre seu lanche, uma nova surpresa lhe orienta estar na era da mentira: O que está ali diante de sua visão, não é, nem com glaucoma e catarata, igual ao que você jura que viu no pôster e muito menos, é igual a obra prima culinária que voava no videozinho do painel.

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Contrariado, você come, afinal levantar para reclamar que o sanduíche que a moça disse que “era o especial”, não é, e sair do seu lugar o fará perder o mesmo. Tome logo o seu refrigerante, (que é mais gelo que bebida) e que promete ser zero e não te engordar.

Enquanto come comida estranha com sabor de plástico, entremeando com batatas de sal puro, você pensa em como teria sido melhor comprar um almoço real num restaurante slow food.
Mas a verdade é que aquilo lá é outra mentira. Pra que se enganar?
Primeiro que a propaganda sugere que é barato, quando na verdade custa caríssimo. Depois, o alimento que você e toda sua ingenuidade consideram “saudável”, é um misto de coisas congeladas com coisas velhas requentadas, mexidas e agitadas de tempos em tempos para parecer apetitoso.
Enquanto termina de comer, você se vê diante de um olhar abutresco de uma família inteira com bandejas nas mãos, desejando arduamente que seus glúteos se desloquem de cima da cadeira para que eles depositem os seus respectivos. Mas você ainda tem o Sundae, que a essa altura, você gostaria que parecesse ais com a foto a seguir e não com um copinho de vômito.

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Tudo que você queria é que aquela gosma ultra-doce que vai contrastar com o volume colossal de sal marinho que você ingeriu fosse gostosa e não tivesse aquele cheiro de perfume de carro novo. Se pelo menos o chocolate fosse chocolate e não parafina pintada de marrom já seria um avanço.

Após comer, você vai no cinema, esperando diversão, mas os filmes agora são caríssimos trecos que te obrigam a botar uns óculos desconfortáveis (se você é quatro-olhos como eu, precisa colocar um em cima do outro e nisso, agradece a Deus que o cinema é escuro). E coo eu ia dizendo,  os filmes ficaram  só efeitos especiais sobre efeitos especiais, explosões e pirotecnia caríssima, usados como condimentos para disfarçar a falta de densidade/roteiro e interpretações.

Heróis sobrevivem à explosões nucleares escondendo-se em geladeiras. Outros se agarram a arranha-céus explodindo e saltam dando cambalhotas irreais, correm pela parede e são perseguidos por alienígenas, ets, policiais, super heróis e também robôs, numa confusão de gritos e bombas que te deixa com labirintite.

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Você sai da sessão convicto que o cinema agora é muito mais mentira do que ficção – sim, porque há uma linha tênue que sapara as duas coisas.

Com o shopping lotado, você pensa que talvez  tivesse sido melhor ficar em casa, vendo a Tv à cabo que você comprou acreditando nas mentiras com a modelo super bem paga que diz que aquilo lá é que é bom. É que com o tempo bom ela não sai do ar toda hora, e talvez desse para ver um reality show. Mas quem afinal queremos enganar? Os reality shows são mentira também.
O jeito seria um documentário… Mas certamente estaria passando algum sobre dragões ou sereias.

Você vê uma pequena multidão se aglomerando no canto do shopping. Curioso, vai até lá e descobre que eles estão fazendo fila para comprar por assombrosos oito reais, um simples picolé.
É o carrinho verde da Diletto. O picolé italiano faz sucesso, porque é uma fórmula tradicional do avô do dono da firma, um italiano sorveteiro da região do Vêneto, que usava frutas frescas e neve em sua receita. O sorvete fazia sucesso na Itália até que a ameaça da Segunda Guerra Mundial Obrigou o mestre sorveteiro vir parar no Brasil.

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O retrato do vovozinho e a foto do carrinho que ele usava para vender o sorvete aparecem nas embalagens do picolé gourmet. “La felicita è um gelatto” – dizia o nonno Vittorio aos netos.
Lindo, o povo comprando, lendo a história da sorveteria e se emocionando com o picolé que levava neve na receita. O problema é que é tudo Caô! O Vittorio e toda sua história de sorveteiro refugiado da Guerra é pura ficção criada por uma agência de publicidade, mais precisamente,  pelo Washington Olivetto.

Mas o povo não sabe disso, e com tamanho storytelling, compra adoidado, sorvendo o geladinho e também a historinha para vender um picolé de dois por oito pratas. Uma mentirinha atôa, num mundo de outras mentiras, mas que os levou a um faturamento de 50 milhões de reais.

Do outro lado do corredor do shopping, a Hollister vende camisetas caríssimas, por preços de tirar a alma de dentro do corpo. A Hollister, uma marca tradicional, criada em 1922, pelo americano John Hollister. Filho de um banqueiro, John se formou na Universidade de Yale, trabalhou numa plantação de borracha na indonésia, onde se apaixonou por uma moça local. No caminho de volta para a América, ele se encantou com o trabalho dos artesãos do Pacífico sul. Motivado pelos trabalhos, John Hollister abriu uma galeria para vender essas obras de arte. Seu filho, John Hollister Jr; que tinha o sangue nativo e americano em suas veias, virou um campeão épico de surfe, e após virar um ícone de sua geração, ajudou a tornar a galeria de seu pai em uma grife de roupas inspiradas no surfe.

 

1922? Rá!
1922? Rá!

Puta história maneira, hein? Até quase justifica o preço das camisetas. O problema é que… Sim, você já adivinhou: CASCATA! John Hollyster, plantação de borracha, nativa, filho surfista, galeria… Essa merda toda é conversa fiada. Nada disso jamais existiu.

A marca Hollister foi inventada em 2002, por Mike Jeffries, presidente da Abercombie & Fitch.
O festival do caô não se restringe ao shopping, é claro. No mercadinho, você pode encontrar uma marca de sucos chamado curiosamente “do bem” traz literalmente um manifesto na embalagem, que diz que não usa açúcar nem corantes na composição e que por isso faz uma bebida “verdadeira”. As laranjas, “colhidas fresquinhas todos os dias, vêm da fazenda do senhor Francesco, do Interior de São Paulo, um esconderijo tão secreto que nem o Capitão Nascimento poderia descobrir”. Tirei o screenshot do site deles:

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Uau, que legal! Nada mal para um suco 10% mais caro que os demais. Porém, foda mesmo é a ressaca moral quando você descobre a verdade: O Seu Francesco não existe, jamais existiu, bem como seu sítio no Interior de São Paulo, e as laranjas colhidas diariamente, fresquinhas são as MESMAS laranjas que a Brasil Citrus vende para tudo que é fábrica, inclusive para as caixinhas de marca própria do supermercado. Os 10% extra, você paga por ser burro.
Virou coisa bonita enganar o consumidor, gente. De Chefs de cozinha desconhecidos vendendo toda sorte de porcarias gourmet nas propagandas, até gigantes comerciais, como a Coca-Cola entraram de cabeça nessa moda.
A Coca-Cola lançou um suco de limão cujo nome era: Limão & Nada (veja você!)

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Uma simples análise mostrava que embora o nome seja esse, o que vinha na caixa era um suco com açúcar. A empresa (que já tirou seu suco do mercado) diz que não pretendia confundir o consumidor.
Você acredita nessa explicação de alguém que faz um produto chamado “limão & nada?” Nem eu!
A prerrogativa de passar o caô nos otários não é do Brasil, embora dadas as campanhas eleitorais de 2014, temos que convir que somos bons nesse campo. Mas lá nos EUA, onde o processo come solto, uma reportagem desmascarou dezenas de destilarias de uísque “artesanais”. Eles alegavam oferecer bebidas envelhecidas 15 anos – por uma grana considerável, lógico.

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A reportagem descobriu que mais de 40 marcas compravam o uísque “artesanal” de uma grande indústria, a MGP, uma das maiores destilarias do mundo.
Entre as empresas descobertas passando atestado de otário para seus consumidores, estava a Breaker Bourbon, que dizia fabricar seu caro uísque numa destilaria nas montanhas douradas da costa da Califórnia.
Bebidas costumam usar muito o marketing “sonhático”.

Quer ver outro exemplo canalha de produto pega trouxa? Olha ele aqui:

Note na foto publicitária o chocolate derretendo na garrafinha!
Note na foto publicitária o chocolate derretendo na garrafinha!

O sujeito compra e…

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Em algum momento, as “pegadinhas do Mallandro” passaram ao mundo real, num literal “Topa tudo por dinheiro”.

E que tal esta vodka com preço de imóvel que dizem ser "filtrada em diamantes"? Rá!
E que tal esta vodka com preço de imóvel que dizem ser “filtrada em diamantes”? Rá!

 

Só uma pessoa dada a credulidade total pagaria uma nota preta numa vodka que diz ser filtrada em diamantes. Pois é. Isso existe.

Vemos também um show épico de mentiras em certas épocas do ano. A mais famosa pela mentirada é a Black Friday. Uma imitação de uma grande promoção dos EUA, a nossa black Friday ficou marcada pelos produtos falsamente em promoção. “Tudo pela metade do dobro”.

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E assim nós vamos, acreditando ou fingindo acreditar no que nos dizem, buscando amar muito tudo isso, nesse mundo onde tudo que é sólido se desmancha no ar. Como disse o papa Paulo IV (1476-1559) reconhecendo as violações do oitavo mandamento:

“O mundo deseja ser iludido; pois que o seja, então!”

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. Philipe, cara, ri litros com este teu texto, a descrição exata destes nossos tempos modernos. Teu estilo de redação em sua melhor forma, parabéns!

  2. Muito bom Philipe! Mais um excelente texto. Entrei no blog hoje (27/10) esperando ler algum comentário seu a respeito das eleições de ontem. Gosto de ler suas opiniões sobre as coisas. Este texto não é particularmente dedicado às eleições, mas é perfeito para a ocasião, infelizmente…

  3. Mais um excelente post de reflexão. Parabéns, Philipe.
    Me lembrou da vez que comprei o sorvete de pistache da Kibon leigamente acreditando que aquela merda continha pistache. Como só atentei para ler os ingredientes em casa só então descobri se tratar de nada mais nada menos que uma pasta gelada de açúcar e gordura artificialmente verde: http://propaganut.files.wordpress.com/2014/09/img-20140920-wa0008.jpg. Eca. Aprendi minha lição, sorvetes Kibon nunca mais.

  4. O problema não é que existam tantos mentirosos, e sim que existam tantos idiotas que acreditam neles.

    Se não tivessem tantos idiotas os mentirosos iriam parar de mentir ou falir.

  5. parabéns Philipe , mais um ótimo poster com seus comentários qui é á “verdade nua e crua” infelizmente queria qui fosse tudo mentira mais só é agente olha a nossa volta i vermos a mentira i roubalheira em tudo q é lugar.
    Mais um parabéns rsrs seus poster i comentários são “o bicho”

  6. Esse post é a mais pura verdade, ahahahahah…

    O povo gosta de ser enganado. Olha a eleição: Por uma esmolinha chamada bolsa família, deram aval pro PT prosseguir na cubanização do Brasil.

    Temos mais que nos f* mesmo…

  7. É a cultura da "aparência"e do mostrar, se você chega cantando de galo, fazendo barulhos altos etc ganha respeito, se for correto, útil e funcional é chato e insuportável a outros, exemplo são atores e cantores que são tratados como reis, fazer uns barulhos com a boca e fingir ser outras pessoas na tv/cinema e ganham fortunas, heróis do dia a dia medico, policiais e professores ganham merreca e são desmerecidos, exemplo é propagando no rio do Guanabara, vou ir la comprar açúcar porque Ivete Sangalo aparece na propaganda!?!?, mas povão gosta é de uma mentira mesmo, se a "parada" não for fodona e não impressionar não presta

  8. Cara, excelente post! Me lembrou os vídeos do “Canal do Otário”, só que o post é muito mais abrangente.
    Só espero que você tenha evidências das verdades que contou, pro caso de alguma marca dessas querer te encarar na justiça.

  9. Ótimo post, só um adendo que os sorvetes da Diletto são realmente bons, ao menos em meu ponto de vista. Não é exatamente um 'vender picolé de dois por oito', há uma grande diferença de sabores. Mesmo que a história seja inventada ou furada é uma forma de 'ganha pão' deles, como você mesmo falou no decorrer do post sobre o que as empresas criam para que o seu produto se torne um diferencial entre as concorrentes, mesmo que de forma zoada.
    De resto, ótimo texto =)

  10. Olá Philipe, vc se superou neste post, ri litros. Esses dias postei no face sobre um engodo destes. A gillette criou um vibrador para homens!!!! rsrsrsrs se trata do fusion proglide. Um aparelho para fazer barba, que segundo a propaganda visual da embalagem, promete ser uma fusão entre o barbeador elétrico e o descartável comum….rsrsrsrsrsrrsrs… o troço funciona com uma pilha, que alimenta um um motor que provoca vibração, porém não existe nenhum mecanismo físico que use essa vibração para "fazer melhor" a barba rsrsrsrs resumindo, um belíssimo engodo. Os caras são muito safados, manjam mesmo, não citam em momento algum a função de "vibrar" na embalagem, tão pouco no "manual" que vem no verso da mesma. Eu comprei :( rsrsrsrrsrs

  11. Uma das coisas mais escrotas que vejo hoje na TV são as propagandas de perfumes. E o curioso é que, com dois segundos de propaganda, você já pode afirmar, com uma excelente chance de acerto, que se trata de uma peça nova de algum perfume velho por aí… e vende o que? Mentira. Estas propagandas são tão bestas que estão sendo ironizadas em outras peças publicitárias: até a openenglish.com já está se usando deste tipo de coisa para vender seu produto – que, aliás, é uma outra mentira, já que eles e todas as outras empresas que vendem curso de inglês tentam passar uma imagem que você não consegue aprender inglês sem a ajuda deles.
    Era da mentira? Talvez não seja um exagero…

  12. Ah, tem as histórias do Panetone (pão do Tony) e da Colomba Pascal (não lembro) também, que apareciam em algumas embalagens da Visconti ou da Bauducco. Puitz, história pra boi dormir é o que não deve faltar em termos de propaganda/marketing.

  13. Excelente texto, Philipe, como sempre! Sua redação é tão fluída que qualquer coisa que você escreve é fácil e interessante de ler. Parabéns!

  14. Philipe, após ler seu post, questionei a empresa “Do Bem” (sucos) quanto à veracidade da matéria. Abaixo transcrevo resposta da empresa:

    “Sempre tivemos uma relação direta com nossos clientes. Para esclarecer o seu comentário, a gente vai explicar melhor como funciona a do bem e você entender esse mal entendido tremendo através de uma matéria sem pé nem cabeça.

    Dividimos em três pontos: História, Tecnologia, e ingredientes.

    História: Todas as nossas histórias são verdadeiras. Ela faz parte desses 5 anos de estrada que estamos percorrendo com a do bem. Carlos, Reginaldo, José, Laercio, Francisco, todos são reais, e são nossos fornecedores de frutas.

    Tecnologia: Para envasar nossos sucos utilizamos uma tecnologia a vácuo que mantém os nutrientes e por não ter oxigênio no processo, não precisamos colocar aditivos químicos. Em relação a Brasil Citrus, ela é APENAS uma processadora de laranjas. Compramos as laranjas e enviamos para processadores processarem nossas laranjas para virar suco. Nestas processadoras, processamos apenas laranjas e não adicionamos água ou qualquer tipo de açúcar.

    Ingredientes: Fique tranqüilo, só trabalhamos com ingredientes naturais e nada de “laranjada” ou “néctar” como induz a matéria. Não adicionamos nenhum tipo de aditivo químico ou conservantes!

    Qualquer dúvida, é só falar.

    Com carinho
    Bárbara”

    Obs.: o email da empresa é falefalefale@dobem.com

    Eu, particularmente, acho pouco provável que, mesmo no Brasil, um produto seja vendido como 100% natural e não haja uma fiscalização mínima para corroborar isto.

    Mas é como dizem: “não existe pecado do lado debaixo do equador…”

  15. Novamente, ótimo texto. Delicia de ler e nos faz refletir e questionar.

    Mas, pra ser sincero… Prefiro a vida como é hoje, só ignorar essa mentiras e ficar atento a saúde, que é o aspecto atual do ser humano que mais paga por esses engôdos.

    A frase no final do texto foi a cereja do bolo. Perfeita!!

    Mas a cereja que me refiro é a cereja de verdade, não aquela feita de chuchu/gelatina que recebe aroma e sabor artificiais!!! kkkkkkkkkkkkk

  16. Vim aqui pra sugerir um tema, mas é claro que outra hora vou ler toda matéria como sempre e deve estar gump como de costume. Há pouco surgiu um boto da Nasa sobre 6 dias de escuridão na terra. Será mais um Hoax(palavra que aprendi aqui no blog)?

  17. Boa tarde meu caro,
    Acompanho seu site há anos, mas nunca comentei.
    Ano passado a Kabum anunciou que venderia o XBOX One ao mesmo preço dos EUA, realmente ela vendeu, só que o link vazou antes da hora, até ai nada de errado, só que eles ficaram o dia todo anunciando que a promoção continuaria inclusive postaram um novo link para ela no mesmo dia. Entrei com um processo contra eles e na defesa deles estavam as NFs com horário da venda anterior à propaganda. Caso queira fazer um post sobre a BLACK FRAUDE no Brasil ficarei contente em enviar tais documentos.

    No mais continue com o ótimo trabalho.

  18. As cervejas brasileiras, na verdade, são bebidas adulteradas! Todas tem os tais cereais não maltados (um engana-trouxa pra arroz e milho). Uma premium que tenha os tais cereais não é premium porra nenhuma!

  19. Precisamos valorizar ao máximo as poucas pessoas boas e honestas que conhecemos. Não consigo imaginar um pai de familia que cria essas propagandas enganosas por exemplo, e ofereça seus produtos para sua familia da mesma forma. Assim é com tudo. Falta gente que honre as calças que veste nesse mundo. Porra

  20. Interessante, tinha visto geladeiras desse sorvete e me lembro vagamente de ter lido essa fábula impressa nela. Podiam vender sonífero pro ramo da pecuária, o negócio é tão forte que deu sono até em mim, e olha que eu sou de áries. Só que não tem magia que resista ao teste da carteira. Oito paus por sete sabores de picolé? E caralho, mesmo se todo o resto da história fosse verdade, apenas essa de mudar o nome do avô pra ficar mais marquetável já seria o cúmulo da discordância num negócio que fincou o próprio pilar na idéia de tradição.
    Numa dessas vc nem fica sabendo se o sorvete é bom mesmo.

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