10 Peixes curiosos do mar de Porto de Galinhas

Como vocês sabem, eu fui para o Porto Cai na Rede, e durante o passeio eu tive algumas ideias de posts para fazer depois que voltasse da viagem.

Uma das coisas que fiz questão de registrar mentalmente é a fauna local. É daí que surgiu a ideia desse post sobre os animais incríveis que podem ser vistos – e até tocados – numa visita a Porto de Galinhas.  Muitos deles, darão de cara com você assim que desembarcar da jangada na beira dos recifes de corais.

Me lembro claramente que foi ali, numa pequena loca na rocha, entre corais marrom-esverdeados, que eu vi um peixe de um azul tão inacreditável que até hoje penso que poderia ter sido uma alucinação.

Mergulhar nas piscinas naturais e explorar cada meandro de um volume imenso de corais é um prazer único. Infelizmente, minha atividade de mergulho observativo teve que ser interrompida, pois a maré subiu rápido e as jangadas tiveram que se retirar. Eu consegui ver alguns peixes e fotografar outros tantos, mas confesso que fiquei com “gosto de quero mais”.

Lembrando daqueles dias felizes sob um sol escaldante, eu resolvi matar a saudade num post sobre os peixes curiosos que habitam a região de Porto de Galinhas.

Infelizmente, este post só abordará uns poucos, mas facilmente vistos em águas rasas, uma vez que não deu tempo de fazer o mergulho de aqualung (garrafa) para descobrir o que havia mais para o fundo. Para fazer este post eu contei com o auxílio do meus amigos e leitores Juliano e esposa, que cederam gentilmente algumas dessas belas fotos subaquáticas.

Sargento (Abudefduf Saxatilis)

Começando pelo peixe mais comum. O sargento é igual a pardal. Tem em quase tudo que é praia do Brasil. Sua principal característica são as linhas pretas e amarelas no corpo. Este peixinho é simpático, eu diria até amistoso. Ele não é grande, chegando a no máximo uns 18cm.

Peixe Galo (Selene Vomer)

O peixe galo é famoso por sua cara meio esquisita. De frente ele é fino, mas de lado, parece largão. É um peixe prateado, que nada rápido. Ele fica mais no fundo. Eu consegui ver uns poucos nadando perto de uma das piscinas naturais mais fundas. Parece que este peixe é comum nas praias de areia.

Parú  ou frade ( Pomacanthus Paru)
Este é um peixe bem bonito, com tom escuro e cara branca. A marca amarela se destaca bem debaixo da água. Este peixe nada devagar com muita elegância. Ele fica perto dos buracos na pedra. Me pareceu meio territorialista, pois eu vi um peixe desses dando corrida num outro. Este peixe é ainda mais bonito quando jovem, pois ele é preto com listras finas amarelas:

Outro peixe que dá pra ver é o Salema (Anisotremus Virginicus)

Este peixe é reconhecido facilmente pelas duas manchas pretas na cabeça. Seu corpo é colorido e ele é facilmente visto em toda a costa do Brasil. Ele chega a ter 40cm, mas na área de corais eles raramente chegam a este tamanho. Só vi desses aí com 7 ou 8 centímetros.

Peixe borboleta listrado (Chaetodon Striatus)
Este peixe é bastante bonito e pode ser visto nadando solitário ou em pares perto dos corais. Ele come pólipos de corais e algas. É bem bonitinho. Sua característica são as faixas pretas e amarelo-pálido. Graças a coloração ele pode ser confundido com o peixe sargento.

Baiacu de espinho (Diodon Hystrix)


Este peixe é engraçadinho. Quando calmo, ele tem a aparência meio quadradinha. Ele nada devagar, sempre solitário. Tem uma cara de curioso e não parece se assustar facilmente. Quando capturado, ele infla, virando uma bola de espinho como a da foto.  Aumentar de tamanho é um bom macete para não ser comido.

O Baiacu é um peixe que tem mandíbulas fortes. Ele é muito venenoso, podendo levar a morte quem o ingerir e os espinhos podem machucar. Por isso, admire à distância.

Piaba do mar (Pempheris Schomburgki)

A piaba do mar nada em grandes grupos, sempre perto de pedras ou tocas. Olhando de longe, parecem borboletas.  é mais fácil de vê-las atrás da área de arrebentação. As piabas do mar tem esta forma de trapézio invertido bastante característica, o que torna fácil identificá-las.

Anjo Ciliaris (Holacanthus ciliaris)

Este é na minha opinião um dos peixes mais bonitos que habitam a costa do Brasil. Sua principal característica e a forma com dois prolongamentos perto da cauda e suas cores, onde predomina o amarelo, tendendo para o alaranjado e uma grande mancha azul na base da nadadeira peitoral e no meio da testa. O que faz o show no visual deste peixe é o azul iridescente que parece um show de neon ao redor do mesmo.  Nos adultos, os olhos são de duas cores. O visual do peixe é inacreditável. A foto até parece Photoshop, mas é exatamente assim que você dá de cara com ele nadando placidamente nos recifes de corais.

Peixe Voador ( Dactylopterus volitans)

Peixe voador recebe este nome por sua capacidade inacreditável de saltar e em seguida planar usando as gigantescas nadadeiras peitorais. Ele costuma fazer isso para escapar de predadores e diversos pescadores garantem já terem visto estes peixes deslocando-se pelo ar com tamanha desenvoltura que não raro são confundidos com aves.Segundo a Wikipedia, o peixe voador pode atingir uma altura de 6 metros e percorrer uma distância de 90 metros do local do salto. Exitem cerca de 50 espécies de peixes que “voam”. Algumas espécies podem chegar a 400 metros de vôo dependendo das condições de vento. Na costa de Barbados, uma equipe de filmagem do canal japonês NHK conseguiu registrar um peixe voador planando sobre as águas por 45 segundos. Um feito impressionante para um peixe que raramente passa dos 30 cm.

Cavalo Marinho (Hippocampus)


O cavalo marinho é um peixe tão estranho que nem parece um peixe. Parece mais um alien. Você não vai ver o cavalo marinho mergulhando, mas sim num passeio de jangada no portal de Maracaípe. Os jangadeiros tem experiência em mergulhar e trazer estes animais incríveis para impressionar os turistas. Infelizmente, graças a ação predatória do Homem, o cavalo marinho é hoje  é um animal ameaçado de extinção. Eles são peixes ósseos e pertencem a um único gênero – Hippocampus.
Curiosamente nesta espécie, é o macho quem engravida. A espécie de cavalo marinho que habita a região de Porto de Galinhas é do tipo Hippocampus reidi, que na sua fase adulta atinge 18,5 cm. O cavalo marinho vive em média cinco anos. Segundo o jangadeiro, ao serem separados, os casais já formados morrem. Segundo ele, de “saudade”. Obviamente não consegui confirmar esta informação.  Este animal extraordinário nada verticalmente, tem a habilidade de mover os olhos separadamente e costuma se agarrar as coisas usando a cauda preênsil, como um macaco.

Dicas finais –

Mergulhar é um grande prazer, mas é algo que deve ser feito com respeito e consciência. Nunca mergulhe sozinho, mesmo sendo experiente, o mergulho é sempre uma atividade que deve ser feita com supervisão. Ao mergulhar perto dos corais, tome cuidado para não danificá-los. Os jangadeiros credenciados que fazem o transporte até os recifes costumam alertar os turistas a não usar o pé de pato para não danificar os corais. Uma dica importante é levar sua própria máscara e seu snorkel. Os jangadeiros tem máscaras que emprestam aos turistas, mas eles não tem snorkel, o que dificulta muito o processo e o prazer do mergulho. Assim, leve o seu esquipamento. A água é absolutamente quente, a mais quente que eu já vi, então não perca tempo com trajes de neoprene a menos que você vá mergulhar muito fundo, junto aos naufrágios, por exemplo.

Em Porto de Galinhas existem empresas que fazem o turismo do mergulho. Esta atividade deve ser feita por equipes credenciadas. Peça para checar as credenciais de todos os que oferecerem este tipo de mergulho. Há o batismo, que é feito com quem nunca mergulhou antes. A coisa toda é supervisionada e pelo que eu sei, bastante profissional. Mas não dê mole para o azar. Não tente bancar o 007 e fazer gracinhas. Obedeça rigorosamente tudo que os instrutores mandarem.  Ao fazer mergulho em profundidades maiores, tenha em mente que provavelmente você não poderá viajar de avião nas próximas 48 horas em função dos gases no seu sangue. Confirme esta informação com a agência de passeios e mergulhos, pois isso consta em alguns guias turísticos da região, mas não vi ninguém comentar este pequeno detalhe. Na ânsia por vender um passeio desses, em geral por cerca de 80 a 100 reais por cabeça, o responsável pode “esquecer” de informar isso. E com estas questões não se brinca.

Como eu disse, estas informações sobre o intervalo de vôos após o mergulho devem ser confirmadas por você junto ao pessoal qualificado. Eu não consegui obter informações sobre qual a profundidade máxima que você pode ir sem risco. Se estiver em dúvida, pegue uma máscara e um snorkel e mergulhe nos recifes de corais e deixe o aqualung para outro dia.  Uma das maiores vantagens de Porto de Galinhas é a transparência e temperatura da água. Os peixes ficam desfilando perto dos corais, perfeitos para aquela sua foto inesquecível.

Boa viagem e bons mergulhos.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

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  2. Iai Philipe,
    ficou legal o post…
    quando quizer fazer um sobre os corais me da um toque de novo que tenho todas as especies de corais da regiao fotografadas.
    so pede com um tantinho mais de antecedencia. fica mais facil porque geralmente o tamanho das fotos é grande ai se eu tiver mais tempo reduzo pra noa passarmos horas na net mandando fotos.
    qualquer coisa estamos aí.
    UmPonto

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