Conheça Teotronico, o robô pianista

Teotronico é este simpático robozinho com cara de caveira estilizada que toca um piano de cauda. Com seus 19 dedos com leds desenvolvido especialmente para animar jantares, recepções e saraus diversos. Teotronico consegue tocar qualquer musica no piano, mas como ele é um robô, consegue simultaneamente tocar bateria e também cantar.

A inteligência artificial do robô permite que ele consiga distinguir notas musicais com precisão, e reaja a alterações no tom, ou eventuais desafinos.

Teotronico se tornou o centro das atenções quando foi lançado oficialmente, na feira “Mondo Music Piano” no início deste mês. Um dos diferenciais deste robô musical é que ele reage e interage com a audiência. Graças a duas câmeras embutidas atrás dos olhos do robô ele consegue perceber as pessoas e interage com elas. O Robô opera conectado a um computador, e pode tocar diversos gêneros, como classico, jazz, blues, e até rock.
Veja o robô tocando Losing My Religion, do R.E.M.

E aqui ele toca o sucesso do Europe, Final Coundown:

Teotronico foi concebido e construído pelo italiano Matteo Suzzi, num trabalho árduo que levou 4 anos. Mas agora que sua tarefa chegou ao fim, Matteo desfruta da companhia eterna de um pianista exclusivo.
Segundo Matteo, foram 4 anos bem investidos.

Obviamente que não é possível comparar a musica tocada por um robô com a musica tocada por um artista humano. O Robô é muito mais limitado com relação às possibilidades de estilo, graça e leveza, afinal, é uma máquina.
Mas temos que lembrar que ainda estamos na pré-história da robótica. A inteligência artificial vem se desenvolvendo a passos largos. Não acho que demorará muito até que complexos circuitos neurais comecem a aprender de fato. E então, teremos não apenas robôs que tocam com paixão e estilo, como também será possível que vejamos surgir robôs compositores.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Pior que compositor-robô já existe: procure pela Emily Howell.

    Mas a inteligência artificial, da maneira como é feita hoje, não é mais do que uma imitação não do processo criativo humano, mas dos <> do processo criativo humano, que são reunidos em um banco de dados pra que esses robôs os combinem e reproduzam. Então não tem nem comparação com um artista de verdade, e nunca vai ter enquanto o modelo de inteligência artificial for assim imitativo (mesmo aqueles que não reproduzem os dados como eles são, mas o combinam, são possibilidades muito superficiais perto da criação humana).

    • É que é complicado definir “processo criativo humano”, bem como é complicado definir “inteligencia”.

      Essa dificuldade na definição é que complica a o desenvolvimento tecnico delas. Ainda não vi/li noticias de um robo compositor, mas sinceramente, não creio que esteja tão distante um algoritmo que consiga definir um padrão de sons agradáveis ao ouvido humano, gerando música.

      • Concordo. Mas penso que neste caso, a teoria é mais simples que a pratica. Digo isso porque bastaria pegar uma amostragem ampla para determinar combinações tonais mais agradaveis (creio que inclusive esta pesquisa já exista) e assim indicar ao robô o “caminho das pedras” mas o problema da aplicação pratica disso é que essa questão de gosto musical deve mudar de região para região. Por exemplo, o que um indiano poderia considerar uma melodia linda pode fazer doer meus ouvidos. Há também aspectos mais sutis, como a repetição. Sabemos que a repetição musical produz alterações cerebrais que fazem com que passemos a gostar delas (isso é o que está por trás do famoso jabá) dessa forma, o que numa primeira vez parece estranho, ao longo de uma década poderia ser considerado genial. Se o robô criar uma coisa completamente nova, ela poderá ser percebida como uma musica ruim, porque a audiência não construiu o arcabouço de compreensão daquilo. Sem parâmetros comparativos, nosso cérebro identifica o som como algo “fora da curva”, e a sensação pode ser desagradável. Mas no entanto, há um limiar de criação em que o ponto fora da curva é visto como uma coisa revolucionária. Isso aconteceu com a bossa nova.

        • E essa dificuldade de definição de “processo criativo humano” é o que distancia um robô dele. O que eu queria dizer era justamente que a reprodução e recombinação de padrões não iguala o processo criativo humano. Não se chega a uma criação musical simplesmente pela aplicação de algum procedimento de inferência indutiva a dados coligidos anteriormente. Derivar novas implicações de técnicas musicais disponíveis é o mesmo processo da linguagem: depende de invenção feita pela percepção de necessidades de significado, de metáforas, de uma intuição muito ampla sobre a realidade e a própria comunicação entre as consciências dos falantes.

          O fato do caso da arte lidar com estética, que está pra além da aferição científica, não faz com que o robô possa criar coisas que estejam além da nossa compreensão subjetiva e que no fundo possam ser geniais. Mas sim com que o robô não tenha como operar no campo da estética como uma pessoa opera, utilizando uma sensibilidade cognitiva e intuitiva própria.

          Um exemplo: peguem lá o criptograma mais famoso do Assassino do Zodíaco. Por que ele não foi decifrado direito até hoje? Porque não é um tipo de código que a aplicação de uma organização bruta de dados consiga resolver conclusivamente. Ele exige a invenção de uma hipótese, em meio a infinitas possíveis, que possa começar a ser aferida. Esse momento da invenção, de que nenhuma ciência escapa, está fora do processo criativo autômato e no caso de um robô compositor só pode ser emulado de maneira muitíssimo reduzida.

          Sobre robôs compositores, ouçam a Emily Howell:  http://www.youtube.com/watch?v=QEjdiE0AoCU.

          Sobre um resultado revolucionário, acho que a Bossa Nova não é um bom exemplo, porque a resistência a ela não foi só musical – até porque musicalmente ela não é revolucionária -, mas uma resistência muito mais social e estilística por um público habituado a outra linguagem. Mas o dodecafonismo seria um exemplo. E no caso do computador robô, ele não criaria uma nova técnica de composição, a não ser que fosse programado pra isso (o que aí já não seria mais criação dele). Então ele no máximo poderia ser programado pra procurar combinações harmônicas inusitadas, o que ainda assim seria um tiro no escuro, mas ele não teria como organizar uma nova técnica musical como o dodecafonismo ou o serialismo, que foram fundados com uma reformulação do modelo de linguagem musical totalmente arbitrária (não indutiva a partir de dados objetivos) pra esse tipo de processo criativo da natureza do robô.

          Também não vamos atribuir a música a mera subjetividade, né? Uma música comunica algo porque propõe a depreensão de um sentido, e isso é feito pela ação de uma consciência. E a coerência disso pode ser criticada, não é só agradar ou não.

          • Tem razão. Dodecafonismo é um exemplo bem melhor.
            Para um robô chegar ao patamar de criação humano, suponho que seria necessário fazermos um computador estruturar o pensamento tal qual um ser humano, e isso ainda está muito distante da realidade, embora eu acho que ainda chegaremos lá. Hoje já temos pequenos clusters emulando áreas neurais de ratos. Se isso conduzirá um dia ao pensamento eletrônico, é um tiro no escuro.
            Por outro lado, um robô que componha seguindo parâmetros pré-estabelecidos e análises de tendências musicais e gere algo que preste, é perfeitamente factível, e também será construção da máquina. Não sei se devemos considerar apenas a construção eletrônica autônoma inspirada no pensamento humano. Não defendo maquinas substituindo homens na tarefa de criar. Mas também não menosprezo o processo criativo do robô só porque ele estudou o que a mente humana considera legal e reproduz variações disso com algoritmos genéticos. Creio que o robô não precisa pensar necessariamente igual a nós se o resultado do trabalho dele nos agradar. Um robô sempre terá uma “consciência” limitada, a menos que conseguíssemos fazer um robô nascer e e ir recebendo inputs externos continuamente, para só ser desligado no dia de sua “morte”. Enquanto nós não tivermos certeza de onde provém os blocos construtivos da mente humana, (sabemos apenas que uma parte deles estão na memória) será praticamente impossível conseguir fazer um robô pensar como nós.

          • Sim, fazer um robô compor uma música “agradável” é bem possível, ele só precisa ser munido de padrões “agradáveis” pra reproduzir, recombinar, etc. Então não é que essa inteligência artificial seja necessariamente ruim por isso, mas obviamente é inferior à capacidade de um bom compositor humano. Ou dá pra criar um robô Beethoven na história da música? E que tal um Shakespeare também? Pode-se argumentar que o paradigma que reconhece em Beethoven um grande compositor é um paradigma de valores humano, tendencioso e relativo, e que na verdade um dia um robô poderia ser tão bom quanto Beethoven “à sua maneira” também. Mas eu acho esse relativismo falso, porque é como se um paradigma de valor não tivesse uma coerência própria, mas fosse pura subjetividade. Ora, qualquer análise musical de uma obra coerente consegue deixar evidente a superioridade de uma realização artística sobre outra que seja indiferente em buscar critérios objetivos de qualidade – reduzir esse processo à mera subjetividade chega a ser preguiça.

            E eu repito que o fato de o ser humano ter uma consciência e uma capacidade de identificar nexos na realidade mais ampla possibilita uma inventividade, uma capacidade adivinhatória, imaginativa, retrospectiva, etc. que o diferenciam radicalmente de um robô – por mais que os processos neurológicos sejam permeados pela ciência, as coisas da maneira como uma pessoa as sente – ou seja, a ontologia da consciência – estão longe de ser (como a ciência poderia materializar a inspiração de Beethoven pra uma sinfonia?), e isso significa muito.

  2. Skynet a parte, ainda bem que eles, ainda, só tocam piano…já pensou quando aprenderem a manusear armas???…hum, nada contra os robos (eu até queria ter uma daquelas sexy doll modelo japonesa universitária), só tenho medo de algum maluco la do oriente médio aprender robótica…

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