A cadeira obscura – Parte 18

Enquanto dirigia para casa, Renato foi pensando no velho. No início sentia muita raiva. Nunca antes havia sido tão esculachado num tão exíguo espaço de tempo.

-Velho escroto. – Gemeu, enquanto passava a quarta.

No caminho, seus pensamentos migraram da raiva ao conteúdo de sua conversa no restaurante. O tal Leonard era um grosso, mas parecia saber do que estava falando. Um demônio preso na cadeira era também o que Renato sentia que havia naquele estranho móvel. Sua mente fazia sucessivos mergulhos em lembranças. Lembrava da casa de Seraph e da belíssima mulher que o acompanhava. Ele não conseguia entender como era possível três delas e lembrou-se que  Leonard havia ficado surpreso com o relato dele ter visto três delas e não duas como ele esperava.  Renato ficou cada vez mais intrigado com a ávida curiosidade do velho, que havia feito com que ele contasse em detalhes, não só o que havia visto dentro da casa, mas como eram as pessoas, os detalhes. O velho queria saber tudo, até a cor das paredes. A mesma cor que ele viu e que não estava lá quando invadiram a mansão.

Era inconcebível para ele que uma casa pudesse ser atrelada no tempo e espaço, mudando de lugar de acordo com a hora, mas tudo levava a crer que era isso mesmo, já que o tal Seraph havia sido exigente com o horário. Não era só uma frescuragem de um esnobe riquíssimo. Se ele chegasse antes, ou depois, a casa não estaria lá.

Leonard não foi claro com ele sobre a razão pelo qual o tal Seraph fugia dele e muito menos porque Leonard queria matar o careca rico. Aliás, a julgar pela conta do restaurante, estava claro que aquela era uma ação entre inimigos, mas inimigos bem ricos. Só era estranho que um homem tão rico e sofisticado quanto Leonard fosse tão grosso, e se vestisse tão mal. Aquele paleotó de tweed parecia tirado de um lixão.

Se Leonard desprezava a imagem, não se podia dizer o mesmo de seu inimigo. O tal Seraph estava metido numa roupa muito bem cortada e certamente os sapatos eram italianos a julgar pelo brilho. Um homem sóbrio e elegante, desfilando num Rolls Royce preto e com uma bela mulher de branco a acompanhá-lo. Bom gosto ele tinha.

Renato rememorou algumas das falas de Leonard. O velho de vez em quando engrenava a falar e falava muito, com um certo e irritante ar professoral. Muita coisa do que ele disse, Renato não guardou na hora. Não deu para absorver tudo. Até porque a maldita cerveja era forte.

Renato estacionou a caminhonete numa rua lateral de sua casa. Estava decidido. Iria seguir pelo menos uma das dicas do velho. Iria dar no pé de Curitiba. Talvez fosse para Salvador. Talvez o melhor mesmo fosse retornar a Munique e tocar a vida. Mas a ideia de não ter Mark junto lhe produzia uma verdadeira dor física na boca do estômago. O que ele iria dizer a Daisy? “Olha, seu marido sumiu… Uns caras do mal pegaram o Mark para encarnar um demônio nele!”

Iria parecer loucura, e era. Tudo aquilo, desde o princípio, era pura loucura. Renato ainda podia sentir o aperto na garganta que o monstro quase havia separado do corpo dele. Apesar de soar como pura loucura, os efeitos eram bem visíveis. Tudo parecia um pesadelo do qual era impossível acordar.

Renato subiu até o apartamento. Estava resolvido. Ia pegar as coisas e se mandar. Compraria a primeira passagem no guichê do aeroporto para a Europa. E de lá daria um jeito de ir pra Munique.

Logo ao meter a chave na fechadura, notou algo errado. A porta estava aberta , embora ele tivesse certeza de ter trancado.

Renato teve um ímpeto de recuar. Seu coração disparou e ele sentiu a adrenalina correndo em suas veias. Reuniu o resto de coragem que ainda lhe restava e abriu a porta. Olhou por uma estreita greta antes de acender a luz.

Diante dele estava a sala, ainda bagunçada, com guimbas de cigarro e latas de cerveja espalhadas por todos os lados.

Renato entrou, cauteloso.

Andou pela casa até o quarto. Não havia ninguém no apartamento.

-Porra, será que eu me esqueci de fechar essa merda? – Pensou.

Foi até o quarto, juntou algumas roupas e enfiou tudo do jeito que deu na mochila de acampar. Depois, pegou sua toalha e foi tomar um banho.

Enquanto tomava banho, se lembrou de Lílian. Por um breve segundo congelado no tempo, sentiu o perfume dela e o gosto de seu corpo.

Minutos depois do  banho, quando chegava no quarto só de cueca, Renato teve um choque. Havia um homem sentado na cama dele. Um homem que ele nunca tinha visto em sua vida.

-Ê punheteiro do caralho! – Disse o homem, sorrindo maliciosamente. – Quase acaba com a água do planeta no banho.

-Quem é você? – Renato perguntou, com os olhos arregalados.

-Que importa? Tenho muitos nomes. Um aqui, outro lá… Nomes não interessam, meu rapaz.

Renato ficou sem ação. Apenas olhava aquele homem, que parecia um pouco interessado na decoração do quarto.

-Bem espartano para um antiquário.  – Ele disse. – Eu esperava mais… Opulência. – Disse como quem procura as palavras certas.

Talvez, mais estranho que um homem no seu quarto era a maneira com o qual ele estava vestido. Não era um homem feio, mas não era belo. Vestia um terno antigo, daqueles com ombreiras e uma camisa berrante laranja com golas grandes. Ele tinha um grande lenço no bolso esquerdo, também laranja. O terno era de finas riscas de giz, quase invisíveis. Seu corte de cabelo era grande e volumoso, um cabelo saído dos anos 60 ou setenta. Setenta, com certeza, a julgar pela altura das mechas pegando no colarinho. O homem tinha um nariz proeminente e uma barba mediana. O rosto era magro, com duas covas laterais, que ressaltavam grandemente as maçãs do rosto. As calças dele eram completamente cafonas. Era um modelo boca de sino e ele usava umas botas antigas, pretas com ziper lateral. A testa tinha marcas de expressão, e uma parte dela era coberta com a franja que parecia cuidadosamente colocada para ocultar o princípio da calvície. O nariz era levemente aquilino e o homem parecia um pouco queimado de sol.

-Meu amigo, eu não sei como que você entrou aqui, mas acho que você se enganou de apartamento.

-Não, não. É com você mesmo que eu quero falar. – Disse o homem de roupas cafonas, sem se levantar da cama dele.

-Pois então fale.

-Seu amigo mandou eu te procurar.

-Quem?

-Seu amigo Mark.

-Mark? Você sabe onde ele está?

-Sei.

-Onde?

-Eu não posso dizer onde, mas eu posso levar você lá. Quer ir? – Ele perguntou, colocando-se de pé.

Renato sentiu algo estranho. O homem era alto. Era como se o estranho visitante conseguisse ver através da alma dele.

-Eu, eu, eu não-não posso. – Disse Renato gaguejando enquanto enfiava as calças.

-Sei que você vendeu uma cadeira antiga para um bom amigo meu.

-Sim, sim senhor. Vendi. E me arrependo.

-Se arrepende?

-Sim… A cadeira… A cadeira…

-O que tem a cadeira, Renato?

-Eu não lhe disse meu nome.

-Não? É mesmo?

-Tenho certeza.

-Ah, sim, foi meu amigo que comprou a cadeira, que me disse seu nome, obviamente.

-Pois então?

-Então, eu gostaria muito que você fosse comigo até a casa dele, para que pudesse me mostrar uma coisa na cadeira. Tenho certeza que você dá garantias dos móveis que vende, correto?

-Há algum problema com ela?

-Parece que sim, mas eu não sei dizer. É algo no encosto. Ele me disse. Você tem que sentar lá para sentir que ela espeta…

-Sentar?

-Sim, acho que você vai ter que sentar para ver o que estamos falando. Ele esta querendo o dinheiro de volta.

Diante daquela afirmação, Renato teve a certeza de que havia mesmo algo errado. A invasão na casa, a aparente intimidade do homem desconhecido, sem nome e que queria que ele sentasse na cadeira demoníaca eram fortes indícios. Diante de tudo aquilo, a mente de Renato só teve uma saída:

-Tudo bem. Vamos lá. Eu vou sentar para ver qual é.

-Perfeito. Explêndido. Seu amigo vai querer mesmo que vocês consertem. Ele disse isso antes de eu vir aqui. Ele parece bem apegado ao dinheiro.

-Sei como ele é. – Falou Renato, colocando um casaco. E emendou: -Só um minuto que vou pegar o outro par de tênis.

-Perfeitamente.

Renato saiu do quarto e foi até a cozinha. Sorrateiramente, abriu a fechadura da porta dos fundos e saiu pisando leve. Pretendia descer correndo pelas escadas. Encostou a porta com cuidado para não fazer barulho. Então desceu correndo feito um luco pelas escadas do prédio, até dar de cara com o mesmo homem no quarto andar. Ele fumava um cigarro.

-Devia ter colocado a porra do calçado antes de fugir feito uma gazela, trouxa.

Renato tentou partir para cima do homem de roupas antiquadas, mas uma força pareceu congelar suas pernas. Subitamente, ele não conseguia se mover. Estava congelado.

Ficou vendo o homem acabar de fumar, pacientemente. Renato tentava balbuciar alguma coisa, mas nada saía senão fracos grunhidos. Mal conseguia respirar. Todos os seus músculos pareciam travados.

O homem fumou um cigarro completo e jogou a guimba no chão da escada. Com a ponta da bota ele pisou e apagou a brasa.

Foi até Renato e quando se aproximou, Renato notou que o homem estava ficando embaçado. Lentamente a figura foi se desfazendo numa neblina de cor indefinida. E agora, diante dele estava Seraph. O careca de cavanhaque, vestido no terno preto.

Se pudesse se mover, Renato teria arregalado os olhos de pavor. O cara tinha mudado de forma diante dele.

Seraph agarrou Renato pelo braço e começou a subir as escadas. Ele gradualmente começou a sentir as pernas, embora não conseguisse mover os braços. Foi sendo arrastado de volta ao apartamento pelo careca.

Seraph entrou com ele pela sala e o jogou no sofá.

Renato caiu como um boneco de louça. Bateu no sofá, quicou e caiu no chão de barriga para cima. Sua cabeça bateu violentamente contra o piso, com um som de coco.

Do chão, ele via Seraph de pé em frente a ele. Daquele ângulo ele pareci ainda mais ameaçador. Seraph passou sobre ele,  jogou uma lata de cerveja no chão e sentou-se numa das poltronas.

-Quer dizer então que o senhor ia fugir de mim?

Renato percebeu que estava começando a conseguir se mover, apesar da dor que dava.

-Cadê… o… Mark?

Seraph deu uma gargalhada.

-Seu amigo morreu.

-Morreu?

-A cadeira o rejeitou. – Ele disse, pegando outro cigarro no estojo de prata que trazia no paletó do belo terno.

-Como assim?

-Não se faz de bobo, rapaz. Você sabe que essa não é uma simples cadeira, não sabe?

-Sei. – Disse ele, laconicamente.

-Sabe, quando seu amigo foi colocado na cadeira e as coisas não funcionaram como planejado, ficamos sem entender. Mas agora eu sei. A cadeira te escolheu. Ela te escolheu desde o início… Foi burrice nossa, eu admito.  Custamos a perceber isso. Pensamos que ele escolheria um homem mais velho. Foi uma surpresa para nós que ele tivesse escolhido logo um vira bosta, como você.

-Eu… Eu não quero.

-E desde quando você tem algum querer, meu caro?

-Onde está o corpo do meu amigo?

-Já foi devidamente desovado…

-Desovado?

-Sim, desovado. Demos uns tiros para parecer assalto. Ele ta num matagal na estrada. Mas vamos falar de você. É você que interessa aqui. Eu acho que a cadeira quer você.

-Pode falar o português claro, seu maldito. Eu sei que não é a cadeira. Sei que tem um demônio nela!

-Sabe é?

-Sei!

-Sabe o que mais?

-Eu… Eu não vou falar nada.

-Agora eu fiquei curioso.  Vamos desembuchar! Quem te falou isso?

-Não.

-Tudo bem. Você que sabe.  – Disse ele, dando uma profunda tragada no cigarro. A brasa ardeu vermelha na ponta. Seraph colocou a brasa com lentidão sobre o rosto de Renato, queimando sua bochecha. O cigarro queimava, a dor era lancinante e Renato gritava, enquanto via a expressão de prazer de Seraph com sua dor. Aspirou com volúpia o cheiro da carne queimada… – Valentão, hein? Deve ser por isso que a cadeira quer você. Seu amigo gordinho chorou como uma putinha indefesa.

-Desgraçado.

-Vamos lá, garoto. Você consegue mais do que isso?

-O que você vai fazer comigo?

-Algo me diz que você já sabe o que vai rolar. Nós vamos dar um passeio agora. Você vai rever a cadeira.

-…E você vai colocar o demônio que está nela em mim!

-Tá sabendo bem, garoto. Olha o lado bom… Isso vai te dar poderes que você não pode imaginar.

-Mas… Mas você… O senhor acha que eu sou o escolhido pela cadeira…

-Acho.

– E se eu não for?

-Há lugar para mais um corpo no matagal.

A porta do apartamento se abriu. Entraram as três mulheres. Elas eram rigorosamente iguais.

Cada uma pegou Renato por um lado e o levantaram com facilidade. Uma delas ficou ao lado de Seraph, em silêncio, apenas olhando.

A aparição daquelas três mulheres iguais dava uma sensação de medo nele. Apesar de lindas, havia uma clara sensação de que algo não estava certo.

-Vamos levá-lo. – Disse ele.

Renato ainda conseguiu ver que era quase meia noite quando Seraph fechou a porta do apartamento atrás deles.

Desceram ate a garagem do prédio, onde o carro preto estava esperando. Renato foi jogado no banco de trás, ainda paralizado.

-Chega pra lá, porra! – Disse o homem.

Seraph sentou-se ao lado de Renato. Do outro lado, sentou uma das versões de Esplendor.

-Toca pro Acácia. – Disse o Careca.

Renato testemunhou com desespero que havia um homem completamente carcomido no banco do motorista. Era quase que um cadáver em decomposição, com a cabeça cheia de pústulas de onde escorria uma gosma purulenta. Uma visão horrível.

-Você vai gostar, Renato. – Disse ele, quase sussurrando, enquanto acendia mais um cigarro.

Renato percebeu que estava realmente ferrado.

CONTINUA

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Estou com MUITA dó da Daisy… Por mais que eu já esperasse que o Mark não voltasse mais, eu mantinha esperanças que o coraçãozinho da senhorinha não se despedaçaria :c

  2. Parabens pelo conto. Entro diariamente para ver se tem uma nova parte. Alguma chance do Nariz do Renato começar a sangrar e ele voltar para a Caixa??

    Abs

  3. A verdade que aprendemos com os contos em que o Leonard aparece é que magia é treta e a melhor coisa que você pode fazer é se manter o mais longe possível!

  4. Essa situação me lembrou o final do jogo Fate of Atlantis (aqui vai spoiler de um jogo com mais de 20 anos de idade!) onde os nazistas colocam o Indiana Jones para testar a máquina Atlante de criação de deuses…
    Uma das maneiras que o Indy pode se safar da encrenca é dizer algo do tipo:
    “Ok! Me coloquem na máquina… mas rezem para que não dê certo! Senão vocês vão conhecer a ira de um Deus bem zangado…”
    Algo assim… Aí o cientista nazista troca de lugar com Indy e testa a máquina no lugar dele (que dá merda, obviamente)
    Quero ver qual vai ser a solução do Renato! :)

    • Silvio, nós não fazemos tricas de links. Aqui está o motivo, tirado do último item do nosso FAQ:
      Algumas pessoas escrevem querendo saber se fazemos ou não parcerias de links. NO PASSADO fizemos isso, mas não fazemos mais essa prática.
      Vou explicar em detalhes por que não fazemos mais isso e uma vez que é uma bela furada, você também deveria parar de fazer imediatamente.

      Colocar redes de links “parceiros”, constitui o que é chamado de Link Farming, ou “cultivo de links”. Basicamente, esse sistema funciona enganando os sistemas de busca para achar que se muitos sites linkam o seu, o seu site é importante. Se você linka os mesmos sites que te linkam, o sistema acha que ambos são importantes. Durante muito tempo, isso funcionou lindamente e muito site cresceu nessa base de toma-lá-dá-cá que é o link farming. Tudo estava bem até que alguém sacou que isso era Black Hat.

      E veja que azar: Quem sacou isso trabalhava no Google!

      Obviamente que o black hat do link farming era de baixo nível e isso gerava uma “inflação” da moral (ranking) dos sites sem que isso realmente estivesse amparado num quesito de qualidade do conteúdo. Se o Google deixasse rolar, ele estaria abonando a prática da adulteração e aceitando que sites de má qualidade rankeassem bem, o que comprometeria a qualidade da internet como um todo. Logo, como sabemos (se você não sabe deveria saber) o black hat SEMPRE resulta em punição para os sites envolvidos. (Quando apanhados, lógico!)

      O Google interpreta o Link Farm como sendo a criação natural ou artificial de um grande grupo de páginas, todas com links para o mesmo site e, provavelmente, com o mesmo texto âncora, com o intuito, obviamente, de manipular o posicionamento de um site para o termo usado no texto âncora nos resultados de busca.

      Assim, o selinho, que era super maneiro em 2006 hoje é uma foda quase garantida no seu site!

      Quem utiliza Link Farm visa, também, um aumento de PageRank devido ao grande número de links externos que são criados com esta técnica. Como tanto o PageRank, quanto o posicionamento de um site nas buscas, está ligado à quantidade de links externos que ele recebe, quem utiliza esta técnica pode conseguir, por algum tempo, manipular tanto o PageRank, quanto o posicionamento no buscador.

      Naturalmente, nem é só o google que não aprova situações assim, todos os mecanismos hoje já tem algoritmos de detecção de link farming, e o efeito acaba sendo justamente o contrário: o site é punido e perde PageRank e posicionamento nos resultados de busca.

      Mas então quer dizer que não dá pra linkar mais ninguém?

      Não, não é assim que funciona. O Google, você sabe, é uma empresa cheia de nerd cabeçudo pra caralho que sabem fazer uns algorítimos fodas ara aqueles robôs de varredura de paginas, e assim, o Spider do google SABE reconhecer quando você tá fazendo a famosa “parceria” de troca de links e quando está linkando um assunto interessante no seu site. Uma das características de um link “saudável” é poder dar ao usuário uma opção de visitar outra página sobre o mesmo assunto. Essa troca de links entre várias páginas de mesmo conteúdo não é “ilegal”. Esse grupo de páginas que se relacionam é denominado “vizinhança”.

      Por exemplo, um site de gastronomia, pela lógica pode e deve ter links para sites relacionados, os famosos parceiros de verdade, com os quais trocam relações.

      Claro que hoje em dia, na terra dos malandros que se tornou a internet, um script pode gerar automaticamente uma vizinhança fajuta e atribuir a um site o maior número links, assim um motor de busca irá apontá-lo como o principal site dessa vizinhança falsa. Porém, os motores de busca evoluíram daquele tempo para cá, e essa “má vizinhança” pode ser detectada. E as que ainda não podem, poderão no futuro. Imagina que desgraça acordar e ver que seu site que você dedicou anos de sua vida sumiu dos buscadores todos como punição? Vale à pena arriscar?

      No fim, acaba que Link Farms não trazem benefício algum e devem ser evitados. Um site importante dentro de uma vizinhança é construído com tempo de trabalho e com bom conteúdo.

      Link Farms manipulam a interpretação de relevância de search engines, prejudicam os usuários e são feitos se obter bons posicionamentos, podendo não agregar nada ao usuário.

      Outro problema do link farming é o seguinte: Ele torna seu site feio pra caralho. Vira uma verdadeira PENTEADEIRA DE PUTA com milhares de quadradinhos coloridos cheios de animações piscantes e merdinhas se mexendo na sidebar, que atrapalha a leitura do texto pelo usuário.

      Se isso não fosse suficiente, os links parceiros de banner ainda geram problemas adicionais. Muitas vezes, uma imagem de “parceiro” está hospedada em servidores de imagem de baixa qualidade, que resultam em lentidão para enviar os dados, comprometendo o desempenho da pagina. Numa pagina com muitos acessos, isso se revela quase que um suicídio profissional, já que cada segundo a mais que o site deixa de carregar representam menos acessos ao conteúdo.

      Além de tudo isso, há estatísticas de usabilidade que mostram que links eternos na sidebar são incorporados mentalmente pelos usuários, tornando-se INVISÍVEIS. O que resulta numa porra que além de atrapalhar o carregamento do site, ainda não resultam como poderíamos esperar que resultassem.

      Não obstante, há outro problema e este é MUITO – PRA CARALHO MESMO – pior. Quando você faz a pratica do link farming, começa a trocar links com todo mundo. Logo você está com sua linda penteadeira de puta na sidebar. Eis que há um dado interessante que nos mostra que de 100% dos blogs e sites criados um expressivo percentual não passa dos primeiros anos. A taxa de fracasso dos blogs bate na casa dos 80%

      Isso significa que em pouco tempo, sua penteadeira de puta estará repleta de links para paginas 404 (não encontrado). O que fode sua usabilidade que é um indicativo importante no SEO do seu site. (SEO é algo que se você não sabe ainda o que é, está no ramo errado!)

      Se isso não fosse ruim o suficiente, eis que surge mais uma merdinha extra: O site daquele seu “pareciro de troca de links” não existe e não linka pra você, mas sua penteadeira de puta linka ainda para o URL dele, que logo poderá ser toada por um sujeito que pode fazer outro site qualquer, que seja de neonazismo, pedofilia, trafico de armas, drogas, fotos de assassinatos, ou seja la que merda for que o Google odeia. Aí um belo dia, o robô do google volta no seu site e começa a indexar um a um os links da sua penteadeira de puta e vai descobrir : Veja que lindo! Que você ENDOSSA UM SITE DESSES. O google é bem esperto, mas é burro o suficiente para não saber que o link que antes era para aquele site de piadinhas super legal, hoje aponta para crianças de três anos sendo estupradas. E ele vai achar que SEU CONTEÚDO é conexo! Assim, quem linka para putaria, se fode. Você não linkava, mas como não visita cada um dos “parceiros” de links todo dia, nunca vai saber dessa merda. Só quando tomar o ferro no seu pagerank.

      Links de parceiros são legais. Mas minhas dicas pra você são: Tire AGORA essa merda da sua sidebar. Limpe o seu layout e dê foco no que é importante: O CONTEÚDO. Se você faz posts de QUALIDADE, outros sites terão prazer em fazer posts que apontam o SEU SITE, e assim, você terá os links entrando que são importantes.

      Faça seu blogroll normalmente, mas faça links para sites que você gosta de verdade, que confia. Sites que você visita regularmente e que você saberá se saírem do ar ou se virarem sites de venda de armas ou drogas.

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